Alterador de Humor

Alterador de Humor

Apresentação

               Acredito-me não ser o único a desejar saber como o corpo humano consegue processar as informações todas que chegam ao redor dele e que são analisadas pelo cérebro, após serem transportadas pelos neurotransmissores, considerando-se: externamente, os cinco sentidos e internamente os trilhões de informações, bem como, os hormônios ou humores corporais de uma forma geral.

               Uma das minhas grandes curiosidade diz respeito ao “humor” e do porque de suas muitas variações. Porém, ao buscar este tema, não encontrei nada além de referências sobre a “maconha” e ao tetraidrocanabinol – THC em centenas de páginas.

               Entretanto, mesmo assim, vi-me premiado pelos meus esforços, pois consegui reunir às informações que procurava e que se completam com a interatividade dos alimentos. Neste artigo apresento o que foi possível estudar e o que consegui entender sobre o tema em questão.

Moriel Sophia – Cromoterapeuta

Sinaten 0880

Alimentos x Humor

Introdução

               Não há mais controvérsias científicas em relação a influencia da alimentação sobre o humor e a capacidade de se sentir alegre ou triste. Embora as escolhas alimentares possam basear-se no paladar ou em outros critérios conscientes, há indícios de que as pessoas frequentemente fazem escolhas alimentares inconscientemente, alterando a química do cérebro e melhorando o humor.

               De acordo com a necessidade, a fraseologia vai se adaptando de forma a que se adéquem aos nossos fins, como é o caso de:

somos aquilo que pensamos”: tirada do livro de James Allen, de mesmo nome, que visa fortalecer a “autoestima” do ser humano diante das adversidades que encontra no viver da vida, bem como, criar um elo forte interior que sirva de apoio enquanto na busca da realização de sonhos ou projetos.

somos aquilo que comemos”: frase de cunho analógico e com o intuito de adaptá-la à sociedade, diante das atuais necessidades de se alterar a alimentação aos novos conceitos alimentares. Tem mérito ao induzir o ser humano a comer somente o necessário e o que lhe faz bem, diante do que se pode chamar de comida boa ou de “junk food” (comida lixo“, “porcaria” ou “besteira). Esta expressão foi possivelmente cunhada por Michael Jacobson (1972) do Center for Science in the Public Interest, com significado pejorativo para alimentos com alto teor calórico e níveis reduzidos de nutrientes.

               Portanto, alimento é o conjunto de todas as substâncias e proteínas utilizadas como fontes de matéria e energia. Ao nos alimentarmos passamos pelo processo biológico da nutrição através do qual todos os organismos animais e vegetais assimilam nutrientes para a realização de suas funções vitais, incluindo o: crescimento, movimento, reprodução, entre outros.

               Para o homem, a alimentação inclui ainda várias substâncias não necessárias às funções biológicas e que fazem parte da cultura, como: bebidas alcoólicas, refrigerantes, compostos químicos psicotrópicos, temperos, vários corantes e conservantes usados nos alimentos.

               Os alimentos não têm somente a função de nos prover das necessidades protéicas, pois através de uma dieta mantêm-nos em prontidão que nos possibilitam as reações necessárias ao cumprimento de nossas atividades.

               Portanto, a dieta corresponde aos hábitos alimentares individuais que cada pessoa tem seja ele saudável ou não. Contudo, em termos gerais, o uso popular desta palavra costuma apenas defini-la como forma de conter o peso e manter a saúde em boa condição, sendo que, em cada cultura caracteriza-se por dietas particulares.

               Uma dieta restritiva e que não tenha em conta as necessidades do organismo poderá ter efeitos desastrosos. Por isso, a adequação nutricional individual evita desequilíbrios que podem resultar em problemas de saúde, tais como: deficiências nutricionais específicas ou calórico-protéicas e o excesso de peso ou obesidade.

               E quando nos deparamos com frases como “use os alimentos para melhorar seu humor” e “seu prato dita o seu estado de espírito”, a resposta está no significado da reeducação alimentar. Portanto, a dieta é fundamental para a saúde mental e o bem-estar e que esta reeducação não somente muda nosso perfil como nos deixa menos instáveis.

Dietoterapia

               Hipócrates (Tessália, 377 a.C.) foi o primeiro a fazer referências sobre o poder dos alimentos na manutenção da saúde, como pode ser visto na frase extraída da versão do seu compêndio sobre física, onde relata: “Eu vou aplicar procedimentos dietéticos para o benefício do doente, de acordo com minhas habilidades e julgamento”.

               Para melhor localização no tempo, o período da Idade Média corresponde ao período com início no século V, em 476 d.C. (desintegração do Império Romano do Ocidente) e término no século XV, em 1453 d.C. (fim do Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla). A nutrição médica teve seu ápice durante este período, quando era muito comum prescrever “dietoterapia”, tanto como tratamento único ou coadjuvante para o padrão medicamentoso e cirúrgico nas doenças. Portanto, desde os tempos de Ausculápius é usada a dieta no desenvolvimento da função mental, onde se faz presente o conceito de que: a comida pode salvar ou melhorar a saúde.

               Maiomonides (1135-1204), filósofo, rabino e físico, advogava que algumas doenças eram curadas somente pela dieta, não apresentando outro tratamento.

               Desde então a ciência médica tem feito progressos no entendimento do papel da dieta na manutenção da saúde normal e na prevenção de doenças como o: escorbuto (deficiência de vitamina C), pelagra (deficiência de vitamina B3), marasmo e kwarshiorkor (doença decorrente da falta de nutrientes) e muitos outros, como o papel da nutrição na saúde mental.

Alimentação x Humor

               Na visão medieval holística, o humor também poderia ser tratado pela alimentação. A relação assertiva entre comida e humor é documentada em muitos livros de medicina culinária deste período, mas que não se encontram disponíveis, por ainda não terem sido traduzidos para as línguas ocidentais.

               Para o homem medieval, a comida era o item mais importante, tanto associada aos bons efeitos como aos maléficos e que podem ser imediatos ou em longo prazo. Estes efeitos estão relacionados com o próprio alimento e não com sua composição ou densidade calórica, sendo que: alguns são considerados afrodisíacos (ovos, ostras, maçãs), outros utilizados para melhorar o humor (banana) ou como tranquilizantes (alface, chicória).

               Quanto ao humor, sua estabilidade é determinada pelos neurotransmissores que se fazem presentes em nosso cérebro graças aos substratos (base) da dieta e que colaboram com estes na correspondente: produção, liberação e captação.

               Há diferentes tipos de ação dos alimentos em relação ao humor, a saber: os de ação rápida (café, açúcar e álcool), os que demoram dias ou semanas para agir (aminoácidos e minerais) e os de ação lenta (antioxidantes). Portanto, um cardápio rico em determinados tipos de alimentos melhora o humor e eleva a disposição, tais como: ácido fólico, ômega 3 e demais nutrientes.

Neurotransmissores

               São substâncias químicas produzidas pelos neurônios (células nervosas) utilizando como matéria-prima os correspondentes precursores presentes na alimentação e que passam informações de uma célula cerebral a outra. Os constituintes (proteínas, carboidratos e gorduras) servem não somente como energia, originando uma variedade de substâncias neuroativas.

               Um dos nutrientes essenciais é o triptofano que se faz junto dos alimentos protéicos. Aminoácido fundamental para a produção de serotonina, neurotransmissor ligado ao “humor”. É auxiliado na sua ação por: vitaminas, minerais e gorduras boas (ômega 3).

               Todas essas substâncias têm como origem a comida, que nos nutre por intermédio de uma dieta balanceada e pela reeducação alimentar. Assim, através da alimentação o corpo é provido de uma grande oferta de substâncias bioativas como: aminoácidos, peptídeos e outros. Algumas delas podem ter um: efeito direto na função neuronal, uma ação como precursor (triptofano, tirosina) ou modulador (aminas heterocíclicas, fenilalanina e etc.) de neurotransmissores clássicos (dopamina, norepinefrina, serotonina e etc.).

               Estudos feitos nas últimas quatro décadas sugerem que os comportamentos tendem a ser normais quando o cérebro tem adequada suplementação de aminoácidos, precursores para a química cerebral.

A dietoterapia na neurotransmissão

               O papel da alimentação na neurotransmissão é extremamente: recente, polêmico e controverso. Alguns pesquisadores comprovaram a ligação direta entre os nutrientes e a química cerebral e a grande relação entre a alimentação e seus efeitos cerebrais provoca alterações neurológicas importantes, ocasionadas pelo desequilíbrio na neurotransmissão.

               Desta forma, o uso de precursores de neurotransmissores como suplementos dietéticos, tanto em humanos como em animais, têm apresentado profundos efeitos na neuroquímica e fisiologia cerebral, levando a alterações de comportamento. Portanto, para uma vida mais saudável os alimentos e suplementos dietoterápicos devem ser usados correto e prudentemente.

Mecanismo cerebral

               Até a muito pouco tempo atrás, o conhecimento sobre a arquitetura biológica do cérebro era pequeno quando comparado com outros órgãos não menos importantes. A tecnologia não permitia examiná-lo com profundidade pela impenetrável caixa craniana aonde se localiza e cujo estudo só ocorria no “post-mortem”. O surgimento da tomografia computadorizada e a por emissão de pósitrons (década de setenta) foi decisiva na investigação cerebral, por produzirem imagens nítidas da anatomia e metabolismo cerebrais, possibilitando o monitoramento das substâncias químicas à medida que elas se movimentam pelos sofisticados caminhos do cérebro.

               A alimentação, através de seus nutrientes constituintes pode ajudar a determinar o: estado de alerta, qualidade da memória e concentração (Korol, 1998), sensações de depressão ou ansiedade, agressividade e certa vulnerabilidade a doenças mentais e neurológicas degenerativas.

               Deficiências muito prolongadas de certos nutrientes podem deturpar as ondas cerebrais e seu funcionamento. Este fato é surpreendente para os pesquisadores da área, que nunca pensaram que o cérebro fosse tão susceptível a essas mudanças decorrentes de eventos tão insignificantes ou corriqueiros. À medida que o cérebro substitui decisivamente a força física pela mental, aumenta o interesse em como melhorá-lo cientificamente seu funcionamento, por isso, está se tornando o novo foco das mais avançadas pesquisas nutricionais em todo o mundo. A neurociência nutricional, como é chamada, está apenas começando, mas já apresenta algumas descobertas fascinantes.

               Deficiências bioquímicas ou desequilíbrios no cérebro são um dos maiores fatores nas desordens compulsivas como as voltadas para o: álcool, drogas e comidas. Também podem ser causadas por deficiências genéticas ou ambientais. O cérebro é particularmente vulnerável ao dano oxidativo e o selênio é um nutriente notadamente conhecido como antioxidante. Todavia é bem aceito que os radicais livres contribuem para a patogênese de desordens neurodegenerativas em que há grande evidência de estresse oxidativo.

               Neurocientistas afirmam que ao nos alimentarmos já estamos nos medicando, uma vez que a ação dos alimentos no cérebro é tanta que não há como diferenciar substancialmente o remédio da comida, pois ao ser utilizado o remédio no combate de uma dor ou doença serve para aplacar sofrimentos morais e atenuar os males da vida, ou ainda, eliminar: inconveniências, um mal ou transtorno. Entretanto, pela nutrição pode-se corrigir ou amenizar estes desequilíbrios cerebrais. Suprimentos para isso podem ser obtidos através da dieta de:

bananas e leite: para aumentar o triptofano ou serotonina.
ovos ou outras proteínas: para fenilalanina ou dopamina.
queijos: para tirosina ou norepinefrina podem ajudar, mas provavelmente não o bastante. Para afetar marcadamente a nutrição cerebral, certos aminoácidos devem ser utilizados em quantidades altas o bastante para fazer mudanças específicas na suplementação e balanço de neurotransmissores e enzimas.

Nutrientes precursores

               São nutrientes com capacidade de aumentar os níveis de neurotransmissores no cérebro e aumentar os sinais de algumas células nervosas. São diferentes das drogas por não possuírem efeito específico e uso esporádico, garantindo energia global e contínua. Entretanto existem aqueles administrados na forma pura ou simplesmente ingeridos na comida e que podem agir como drogas, porque modificam a composição química das estruturas cerebrais. Essas modificações podem alterar a função cerebral, principalmente em pessoas com certas doenças metabólicas ou neurológicas.

               Ingredientes vindos do prato são capazes de modular a fabricação de neurotransmissores. Para que você se sinta feliz, disposto e tranquilo, é fundamental que o grupo de substâncias químicas responsáveis pela comunicação das células no nosso cérebro desempenhe bem o seu papel e esteja em níveis adequados na massa cinzenta. E são três os principais envolvidos com o alto-astral, são o: triptofano (convertido em serotonina), tirosina (convertido em: dopamina, adrenalina e noradrenalina), colina (componente da lecitina e convertida em acetilcolina) e a cafeína (moduladora de eventos pós-receptores).

               Outro aminoácido e neurotransmissor e a tirosina que torna o indivíduo mais alerta, provocando: reação mais rápida, maior atenção, motivação e agilidade mental.

Humor, bem-estar e prazer

               Certos dados sugerem que a comida pode ser usada para regular o humor em pessoas com depressão sazonal e obesidade. Existem dados conclusivos e importantes como: a relação entre açúcar refinado na dieta e hiperatividade em crianças e em criminalidade nos adultos. Alguns sugerem que a ingestão excessiva de açúcares simples tem profundo efeito na: fisiologia humana, comportamento e função intelectual.

               Os diferentes efeitos da dieta e suplementos dietoterápicos em humanos envolvem mudanças no padrão de: sono, percepção da dor e humor entre outros.

Bem-estar

               É a parte subjetiva da saúde mental, sem transtornos, que se apresenta dentro de um conjunto hierárquico de disposições. Em um primeiro nível é chamada de satisfação com a vida (life-satisfaction) e uma outra, a felicidade (happiness). Assim uma pessoa pode pensar ou saber que está bem, mas não se sentir bem. A componente afetiva se desdobra por sua vez em uma tendência da pessoa a experienciar sensações positivas (afetividade positiva) e uma tendência a experienciar sensações negativas (afetividade negativa), sendo essas disposições independentes.

Prazer

É sentir uma sensação de bem-estar. Uma pessoa pode ter prazer sem se demonstrar alegre e vice-versa. Mas, socialmente as pessoas costumam demonstrar alegria ao sentir prazer, o que pode ser bom ou mau para as outras pessoas, dependendo do contexto.

               Em geral, o prazer é uma resposta do organismo ou da mente indicando que ações estão sendo benéficas à saúde. O prazer pode ser atingido de várias maneiras, através de: exercícios físicos, comendo, relação sexual, escutando música, usando drogas, escrevendo, entre outras. Realizando algo que, particularmente, cause prazer em um indivíduo, ao: reconhecer outrem, servir a outro ou a um determinado ser superior (Deus) ou qualquer outra atividade imaginável.

               Apesar das listas de alimentos do humor e dos cardápios da alegria, os nutrientes não devem ser vistos isoladamente. O prazer ao comer também ajuda a elevar o astral, uma vez que não comemos só o nutriente. O alimento não tem só o lado funcional, tem o lado social e psicológico. Não adianta comer iogurte se o cardápio não incluir algo prazeroso para você. Portanto, o comer é fonte de prazer e sociabilização.

               Misturar nutrientes e alegria não é nenhuma piada. Trata-se de um assunto tão sério que já ocupa centros de pesquisas respeitadíssimos ao redor do planeta. Há o Food and Mood Institute (GB) ou instituto da comida e humor, na tradução literal, que, por meio de pesquisas de milhões de libras acumula muitos dados a respeito da influência da dieta nos ânimos.

               Aqui no Brasil também existem estudiosos investigando essa matéria e que não deixam dúvidas sobre a interferência daquilo que comemos nas variações de humor.

Continuação: Alterador de Humor – II 

LEMBRETES

Este artigo é da inteira responsabilidade de: Moriel Sophia – Cromoterapeuta – Sinaten 0880. A Cromoterapia auxilia o tratamento, mas não dispensa o “médico” e a presente sugestão somente deverá ser utilizada por aquele previamente diagnosticado por um profissional da saúde. Estas informações são de caráter educativo e é permitida a total reprodução. As fontes utilizadas na redação deste artigo originaram-se da Internet e foram suprimidas intencionalmente com o propósito de que o presente artigo não seja utilizado com outro objetivo a não ser o acima citado.

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