Anemia Ferrífera

Anemia Ferrífera

 

 

Anemia Ferrífera

ou

Deficiência de Ferro

(na alimentação humana)

Introdução

               O ferro é um elemento essencial na alimentação diária, tendo diversas funções fundamentais para o organismo. Participa no:

transporte e utilização do oxigênio para a produção de energia.

biossíntese de importantes moléculas orgânicas.

síntese do DNA.

essencial no processo de crescimento e desenvolvimento do organismo.

                Esse metal é parte integrante da hemoglobina, proteína constituinte das células vermelhas do sangue (eritrócitos), sendo responsável pela coloração das mesmas. É a hemoglobina que atua no transporte de oxigênio dos pulmões para todas as células do corpo e do dióxido de carbono (gerado nesse processo) de volta para os pulmões. Por isso, a manutenção das taxas normais de hemoglobina no sangue é fundamental para a sobrevivência e perfeito funcionamento do organismo humano.

               A maior concentração de ferro está no sangue, embora nosso organismo o armazene em alguns locais, como: fígado, baço, medula e músculo (na forma de mioglobina). A mioglobina é uma proteína conjugada e semelhante à hemoglobina sangüínea quanto à função, mas de estrutura e peso molecular distintos.

Moriel Sophia

Cromoterapeuta – Sinaten 0880

Armazenamento Orgânico

                 Uma das formas de armazenamento de ferro no organismo é a ferritina, uma proteína hidrossolúvel de reserva presente nos citados órgãos que pode indicar, quando baixa, uma anemia em formação. Outra importante forma de armazenamento é a transferrina, cada uma das várias proteínas globulares presentes no sangue e responsáveis pelo transporte de ferro para a medula óssea, que consiste numa proteína de ligação do ferro no sangue, que é também indicativa quando alterações se fazem presentes.

Fontes Alimentícias  

               As melhores fontes de ferro conhecidas são: as vísceras de animais (fígado, coração, moela e etc.), as carnes em geral (aves, boi, peixes e etc.), leguminosas, cereais integrais, melado, algumas folhas verde-escuras (couve, brócolis, almeirão e etc.).

Anemia Ferrífera

               Conforme definição da Organização Mundial de Saúde – OMS, anemia significa: “um baixo nível de hemoglobina no sangue devido a pouca quantidade de células vermelhas ou a pouca quantidade de hemoglobina em cada célula, ou ambos”.

 

               Nos países em desenvolvimento, ela atinge uma parcela considerável da população, estando ligada a fatores econômicos e sociais e tendo uma grande repercussão na qualidade de vida dos povos do chamado Terceiro Mundo. O aumento do risco para diversas doenças infecciosas tem relação com a redução da resistência imunológica gerada por esta doença. No Brasil, estima-se que 40% das crianças sofram de anemia por carência de ferro.

               Entre os diversos agravos à saúde que esta deficiência pode causar, deve-se ressaltar que, no caso das crianças, a falta desse nutriente compromete o desenvolvimento cognitivo (relativo ao conhecimento), gerando dificuldades no aprendizado. Pode ter várias causas, mas a mais freqüente é a ingestão insuficiente deste mineral através da alimentação. O organismo humano recebe ferro de duas formas:

  • exógena: proveniente dos alimentos ingeridos. Não é totalmente aproveitado pelo corpo, o que depende da sua forma química e da presença de algumas substâncias associadas. Existem dois tipos de ferro nos alimentos:
    • heme: proveniente das células do tecido animal (carnes, peixes e etc.). Sua absorção é bem mais elevada daqueles presentes nos outros alimentos, sendo estimada em 20 a 25%, quase não sendo afetada por outros constituintes alimentares.
    • não-heme: encontrado nos demais alimentos e que corresponde, normalmente, a 90% do total de ferro ingerido. Está presente: nas leguminosas, cereais, verduras, frutas e produtos lácteos. A absorção desse tipo de ferro pode variar de 1 a 30%, que o torna bastante variável e dependente: da necessidade do indivíduo, da quantidade presente nos alimentos e da atuação de fatores inibidores e estimuladores. Os fatores são:
      • fatores inibidores: substâncias presentes em alguns alimentos que prejudicam a absorção do ferro não-heme. Exemplos: fosfatos (ovos), fitatos (cereais integrais, leguminosas e em algumas folhas, como a da mandioca), algumas proteínas (caseína do leite de vaca), excesso de fibras (como a do farelo de trigo, que também contém fitato), oxalatos (espinafre e a folha de mandioca), taninos (chás, café, chocolate e etc.). Excesso de alguns minerais na alimentação pode comprometer a absorção de ferro, como: cálcio, zinco e cobre.
      • fatores estimuladores: as substâncias que facilitam essa absorção. Exemplos: ácido ascórbico (vitamina C presente em frutas e hortaliças cruas), ácido cítrico (presente no vinagre e em frutas cítricas), açúcar (glicose), alguns aminoácidos (como a cisteína), proteínas animais (carnes, peixes, frutos do mar e etc.).
  • endógena: proveniente da destruição das hemáceas, que libera cerca de 27 mg desse metal para ser reutilizado pelo organismo.

Preparo dos Alimentos

               A forma como são preparados os alimentos também pode influenciar na absorção de ferro pelo organismo. Dentre elas cita-se:

  • cozimento: dos cereais integrais (arroz, trigo etc) e das leguminosas (feijão, soja, ervilha e etc.) a quantidade de fitatos presentes nesses alimentos é diminuída, aumentando a disponibilidade do ferro para o organismo humano.
  • fermentação e germinação: desses mesmos grãos, também provoca a redução de fitato.
  • perturbações metabólicas: comprometimentos no aparelho digestivo, através da redução na liberação do ácido clorídrico. Como a absorção desse mineral no organismo necessita da acidez do estômago (que mantém o ferro na sua forma ferrosa, que é a mais solúvel), também podem comprometer a absorção do ferro.

                Assim sendo, a absorção do ferro vai depender de várias características da alimentação, como:

  • carne: a presença ou não.
  • inibidores ou estimuladores: a quantidade destes fatores presentes e a condição do organismo em absorver o ferro.
  • reservas de ferro: também influenciam nessa absorção, ou seja, a necessidade de ferro (gerada por uma baixa reserva no corpo) estimula uma maior absorção pelo organismo. 

               De um modo geral, uma alimentação que contenha uma boa quantidade de grãos, leguminosas, carne (90 gramas por refeição) e uma grande variedade de vegetais (salada crua) é suficiente para produzir um bom fornecimento de ferro ao organismo, desde que alguns fatores inibidores sejam isolados (evitar café e chá após as refeições).

               Uma alimentação vegetariana deve receber maior cuidado, uma vez que não entra a carne de nenhum tipo. As fibras não podem ser excessivas e o consumo de fontes de vitamina C (frutas, principalmente as ácidas e vegetais crus) deve ser aumentado junto às refeições.

               Maior quantidade de leguminosas (ervilha, feijão, lentilha, grão de bico e etc.) e, principalmente, da proteína de soja isolada (em bifes ou outras preparações) aumenta a oferta de ferro total para o organismo, embora seja de ferro não-heme.

Os Vegetarianos

                Os vegetarianos precisam ter um cuidado maior no consumo de fatores inibidores de ferro, evitando chás e outros produtos junto às refeições. O consumo de alimentos fortificados (leite enriquecido com ferro, cereais enriquecidos e etc.), pode ajudar na prevenção da anemia por carência de ferro. Mulheres, crianças e adolescentes têm uma maior predisposição a desenvolver anemia em função de uma maior necessidade do organismo, nem sempre conseguida através da alimentação diária. Para esses grupos, é importante uma prevenção da carência através de alimentos enriquecidos ou suplementos, quando não comem carne diariamente. Mulheres grávidas necessitam, geralmente, de suplementação, mesmo quando ingestão da carne.

Recomendações de Ferro

  • homens: entre 19 a 51 anos ou mais: 10 mg/dia.
  • mulheres:
    • entre 19 a 50 anos: 15 mg/dia.
    • acima de 51 anos: 10 mg/dia.
    • grávidas: 30 mg/dia.
    • lactantes (mulheres que amamentam): 15 mg/dia.
  • crianças:
    • de 1 a 3 anos: 7 mg/dia.
    • de 4 a 8 anos: 10 mg/dia.
    • de 9 a 13 anos: 8 mg/dia.
  • adolescentes:
    • mulheres: 15 a 18 mg/dia.
    • homens: 8 a 10 mg/dia.

Quantidade de Ferro nos Alimentos

               Não basta que o alimento tenha um alto teor de ferro total, mas o tipo de ferro presente e a quantidade do alimento que podemos ingerir normalmente em uma refeição devem ser considerados.

ALIMENTO 

FERRO 

ALIMENTO 

FERRO 

Brócolis (folhas) 

15,00     

Ervilha seca 

6,00   

Marisco (carne) 

12,70     

Gema de ovo

5,87   

Flocos de cereais 

12,50     

Aveia

4,50  

Açaí (fruto) 

12,20     

Feijão prato

4,50  

Fígado de boi cru

12,10     

Repolho

4,20  

Açaí (suco)

9,30   

Acerola (folhs/talos)

3,55  

Farinha de soja

9,10     

Carne de boi crua 

2,85  

Melaço

7,40     

    

FONTE: Tabela de Composição Química dos Alimentos – Guilherme Franco

Antinutrientes

Fitato

               Representa uma classe de compostos de ocorrência natural, formados durante o processo de maturação de sementes e grãos de cereais (arroz, trigo, milho, aveia, centeio e seus farelos), presente também nas leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico) e em algumas nozes. Também é a principal forma de fósforo junto deles. São encontrados os seguintes teores:

  • maiores (540 a 1030 mg%): nos feijões de corda, mulatinho, preto e roxo.
  • medianos (210 a 300 mg%): no arroz polido, batata inglesa, café torrado em pó e fubá de milho.
  • menores (64 mg% a traços): na abóbora, café solúvel, macarrão de trigo, pão francês e café torrado em pó.
  • não detectada: na farinha de mandioca.

               É chamado de antinutriente, por reduzir a absorção de minerais através da formação de complexos insolúveis a nível gastrointestinal, diminuindo o aproveitamento digestivo de diversos nutrientes. Quando ingerimos alimentos que têm este composto, ele se liga a sais minerais (zinco, ferro e cálcio) no nosso intestino, impedindo que o corpo os aproveite bem.

               Recentemente, embora tenha sido demonstrado que também tem efeitos benéficos (antioxidante e anticarcinogênico), para o melhor aproveitamento dos nutrientes tão ricos para a saúde, há necessidade desativá-lo junto dos mesmos.

               No princípio da digestão já ocorre uma pequena “quebra” em relação ao seu teor. Acontece porque uma enzima que existe nos alimentos e em nossa flora intestinal, também responsável pela enzima do fitato, diminui o seu poder antinutricional. Melhores resultados serão obtidos se utilizados outros procedimentos no preparo do farelo, através das seguintes formas:

  • calor: o cozimento é o melhor processo para eliminação do fitato nos alimentos, por ser capaz de produzir essa modificação, uma vez que, somente a torrefação do farelo não tem grande poder para tanto. Por este motivo, é necessário que o farelo seja cozido junto com os demais alimentos a serem enriquecidos. No entanto, a torrefação deve continuar para eliminação de boa parte da umidade e micróbios presentes nele, ampliando sua conservação em relação ao tempo. Submetidos ao cozimento o arroz polido, a batata inglesa, os diversos tipos de feijão, o fubá de milho e o macarrão de trigo apresentaram redução de 0 a 23 mg% no teor de fitato.
  • fermentação: o fermento biológico usado na panificação ajuda a diminuir a presença deste elemento junto do farelo, sendo que, quanto maior o tempo de fermentação, menor será a sua presença.
  • germinação: na germinação dos grãos, o fitato é transformado em compostos úteis ao nosso desenvolvimento. Os brotos são alimentos vivos, possuindo alto teor de nutrientes.
  • impregnação: deixar o alimento de molho para reduzir a quantidade de fitato, numa base de 12 horas. Não ultrapasse este período, pois o mesmo acaba voltando para dentro do alimento.

Folha de mandioca

               As pessoas que vivem no Norte do Brasil têm o costume de utilizar as folhas da mandioca cozidas junto com outros alimentos, por ser rica em: proteína, vitamina A, ferro, cálcio, vitamina C e fósforo.

               Ao natural, crua, contém compostos tóxicos que ao serem ingeridos transformam-se em ácido cianídrico e essa substância pode levar uma pessoa à morte. No entanto, também possuem grande quantidade da enzima que é responsável pela remoção desses compostos. Para garantir-se um bom uso dessa folha, sem risco algum, se faz necessário o processamento adequado das folhas.

               A EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias realizou diversos estudos, dosando a quantidade que restava desse ácido em várias amostras de folhas de mandioca. Mostraram que para diminuir o ácido cianídrico, estas devem ser preparadas da seguinte forma:

  • picar: após a colheita e a lavagem, as folhas devem ser primeiramente picadas e só então levadas para secar, para depois serem transformadas em pó. Este procedimento provoca um contato entre a enzima e os compostos tóxicos, removendo-os.
  • secagem ou cozimento: neste processo a vitamina C é eliminada, porém necessário para que os tóxicos sejam removidos das folhas. A vitamina C pode ser adicionada à alimentação de outras fontes como: saladas cruas, frutas e sucos de frutas feitos na hora de consumir.

SUGESTÃO CROMOTERÁPICA

Deficiência de Ferro

               A maior concentração de ferro está O ferro tem no sangue sua maior concentração, bem como, junto de alguns locais, como: fígado, baço, medula e músculo (na forma de mioglobina).

               A anemia vem a ser o maior problema na carência de ferro no organismo, aumentando o risco para diversas doenças infecciosas e tem relação com a redução da resistência imunológica gerada por esta doença.

               No caso das crianças, a falta desse nutriente compromete o desenvolvimento cognitivo (relativo ao conhecimento), gerando dificuldades no aprendizado.

SUGESTÃO CROMOTERÁPICA

COR

LOCAL / TRATAMENTO

VERMELHA

Frontal (5 segundos)  

VERMELHA / LARANJA /  AMARELA

Fígado + Baço + Coluna (para problemas de anemia e desvitalização).

LARANJA

Abdome (facilita a digestão e absorção das proteínas pelo sangue).

VIOLETA

Corpo (fortalece o Sistema Imunológico).

LEMBRETES

Este artigo é da inteira responsabilidade de: Moriel Sophia – Cromoterapeuta – Sinaten 0880. Esta terapia auxilia o tratamento, mas não dispensa o “médico” e a presente sugestão somente deverá ser utilizada por aquele previamente diagnosticado por um profissional da saúde. Estas informações possuem apenas caráter educativo e é permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.

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