Fibromialgia

Fibromialgia

FIBROMIALGIA

Apresentação

               Shakespeare disse que a dor enerva a alma, torna-a mais temerosa, degenera-a, tornando-se o veneno da beleza. A dor se constitui numa sensação desagradável, indicando um problema orgânico ou a possibilidade de uma lesão corporal. Tem início em terminais nervosos específicos, distribuídos por todo o corpo. Esses receptores transmitem mensagens sob a forma de impulsos elétricos ao longo dos nervos até a medula espinhal e, em seguida, ao cérebro. Somente quando o cérebro processa o sinal e assim o interpreta é que o indivíduo passa a ter uma percepção consciente da mesma, que varia de acordo com o tipo, localização e se é aguda (ferimentos) ou surda (pressão, calor ou frio).

Moriel Sophia – Cromoterapeuta

Sinaten – 0880

               Dependendo da área do corpo, o cérebro não consegue identificar a origem precisa da dor sentida, por não refletir acuradamente a localização do problema, por ser originária de um outro local, sabendo-se que sinais de diferentes áreas são frequentemente transmitidos pelas mesmas vias nervosas. Sua tolerância varia enormemente de um indivíduo a outro de acordo com: o humor, a personalidade e as circunstâncias.

               A fibromialgia é uma síndrome dolorosa, de causa desconhecida, que acomete preferivelmente as mulheres com idade entre 40 a 60 anos e se caracteriza por dores difusas, sendo estes sintomas influenciados por: alterações climáticas, estresse emocional, grau de atividade física e etc. Neste caso, há os “tender points” (pontos dolorosos) e que são tratados com remédios sistêmicos incluindo: medicação oral, alongamento global, condicionamento aeróbico e trabalho cognitivo-comportamental.

               Grande parte destes pacientes se queixa de dor difusa, referindo-se à dor com expressões do tipo “dói o corpo todo” quando interrogados sobre a sua localização. Por meio de diversos estudos está demonstrada uma diminuição da produtividade e qualidade de vida desses enfermos, quando comparados com pacientes com osteoartrite e artrite reumatóide, que os aponta como o de pior saúde física e mental. Isso justifica o crescente interesse da classe médica no estudo dessa entidade clínica.

Introdução

               O termo se refere a uma condição dolorosa não-inflamatória, que migra por vários pontos do corpo e se manifesta especialmente nos tendões e nas articulações. É considerada uma síndrome dolorosa porque engloba uma série de manifestações clínicas como: dor, fadiga, indisposição e distúrbios do sono (ver blog: O Assunto é… Narcolepsia). No passado, pessoas que apresentavam dor generalizada e uma série de queixas mal definidas não eram levadas muito a sério. Por vezes, problemas emocionais eram considerados como fator determinante desse quadro ou então um diagnóstico nebuloso de “fibrosite”, ou seja, o estabelecimento de um processo inflamatório do tecido fibroso.

               Dentre todas as enfermidades que necessitam de diagnóstico diferencial com a fibromalgia, a síndrome da dor miofascial deve estar em destaque devido a sua maior semelhança clínica. Esta é uma síndrome de dor regional. Apresenta área localizada de dor chamada de trigger points (ver blog: O Assunto é…), que algumas vezes é acompanhada quando da palpação da musculatura de nódulos fibróticos ou bandas musculares tensas.

               Atualmente sabe-se que é uma forma de reumatismo associada à sensibilidade do indivíduo frente a um estímulo doloroso (tender-points) de caráter crônico. O termo reumatismo pode ser justificado, por envolver: músculos, tendões e ligamentos. Embora não acarrete deformidade física ou outros tipos de sequela, pode causar prejuízo à qualidade de vida e o desempenho profissional, motivos que plenamente justificam seja o paciente levado a sério em suas queixas. Como não existem exames complementares que confirmem o diagnóstico, a experiência clínica do profissional que avalia o paciente com fibromialgia é fundamental para o sucesso do tratamento.

               Diminuição de serotonina (vasoconstritor) e outros neurotransmissores provocam maior sensibilidade à dor, por estarem implicados na diminuição do fluxo de sangue nos músculos e tecidos superficiais encontrados nesta classificação.

               Em diversos trabalhos, vem sendo observado que o estresse é extremamente importante como fator concomitante ou desencadeante no seu desenvolvimento. Dos EUA vem um exemplo, observado nos veteranos de Guerra do Golfo, cuja incidência das síndromes envolvendo estruturas miotendíneas é maior, em especial a fibromialgia (2,5%) e a dor miofascial (3,3%). Também é sabido que pode ocorrer concomitantemente com diversas enfermidades, como:

reumatóides: artrite reumatóide, osteoartrite, lúpus eritematoso sistêmico.

não-reumatológicas: hipotireoidismo, o diabetes melito (co-morbidade: tipos 1 e 2 – 17% dos pacientes).

               Além das manifestações clínicas tão bem conhecidas (alteração de qualidade do sono, fadiga, cefaléia, parestesia, inchaço subjetivo das extremidades, intestino irritável, depressão e ansiedade), chama atenção a disfunção cognitiva global alterada, provavelmente relacionada com disfunção endócrina, manifestando-se com perdas de memória e confusão mental. Essa situação, denominada “fibrofog”, foi detectada, principalmente, em pacientes com fibromialgia (62 a 69%), quando comparada com outras enfermidades reumáticas (12 a 28%). O exame neurológico minucioso desses pacientes muitas vezes pode trazer informações importantes e ausentes em normais. Em um trabalho que incluiu 39 pacientes com fibromialgia e 20 normais, foram demonstradas: alterações motora (53%), de reflexos (31%), da marcha (23%) e sensorial (23%). Ainda entre as manifestações clínicas pode-se acrescentar também, em menor frequência, a: xerostomia (boca seca), disfagia (dificuldade de deglutição, de causa: otorrinolaringológica, digestiva ou neurológica), glossodinia (dor na língua), disgeusia (diminuição do paladar) e disfunção temporomandibular advinda de um processo de briquismo (bruxismo: rilhar dos dentes) instalado.

               Também há relatos de casos onde a síndrome se inicia após: infecção viral ou bacteriana, um acidente, problemas emocionais que envolvam perdas ou conflitos. Leva a pensar em uma provável falha de adaptação ou incapacidade de elaborar respostas adequadas aos estímulos internos e/ou externos. Pode estar relacionada a traços de personalidade herdados, como o perfeccionismo ou a rigidez na manifestação do comportamento (Feldman, 1990).

               Com relação à ingestão de bebidas alcoólicas não teve correlação estatística, mas o tabagismo apontou para uma significante piora da qualidade: do sono, da intensidade da dor, da cefaléia e intestino irritável.

Histórico

               As referências a quadros que lembram a fibromialgia foram citadas em:

Balfour (1824) e Valleix (1841), que descreveram pacientes com pontos musculares hipersensíveis à palpação e passíveis de desencadear dor irradiada (Goldenberg – 1987 / Martinez – 1998).

Stokman (1904) descreveu áreas musculares específicas e sensíveis a dígitopressão. Após realizar biópsias da região, encontrou um processo inflamatório do tecido conjuntivo. No mesmo ano Gowers utilizou pela primeira vez o termo fibrosite, que desde essa época vem sendo usado para uma variedade de entidades clínicas que envolvem as partes moles.

Collins (1940) definiu fibrosite como sendo um estado doloroso agudo, subagudo ou crônico dos músculos, tecido subcutâneo, ligamentos, tendões e aponeuroses, que são membranas esbranquiçadas, luzidias, fibrosas, resistentes e envolvem os músculos, terminando-os em certos casos a guisa de tendão (Graham – 1956 / Martinez – 1998).

Smythe (1977) restringiu o uso da palavra fibrosite à sintomatologia de pacientes que apresentavam dores musculoesqueléticas difusas acompanhadas de pontos dolorosos a dígitopressão, fadiga e distúrbios do sono (Smythe e Moldofsky, 1977).

Yunus et al (1981) propuseram o termo fibromialgia que vem sendo adotado pela maioria dos autores.

Tender points X Trigger points

               Pacientes com fibromialgia – FM e síndrome de dor miofascial – SMF tem a dor musculoesquelética crônica como aspecto em comuns entre eles. Em tais desordens são propostos tratamentos para diminuir a dor e melhorar a função, porém as estratégias são diferentes, a saber:

trigger points: é um local irritável, localizado em uma estrutura de tecido mole, mais frequentemente o músculo, caracterizado por baixa resistência e alta sensibilidade em relação a outras áreas (Fisher, 1995a). Quando se pressiona esse ponto por 30 segundos, com uma pressão moderada, surge uma dor referida. Para Teixeira (1995), o ponto constitui uma degeneração de fibras musculares, com consequente aglomeração nuclear e infiltração gordurosa em tais áreas, bem como, na destruição de fibrilas musculares. Um ponto é dito ativo quando é um foco de hiperirritabilidade sintomática no músculo ou fáscia, com padrão de dor referida, ou seja, dor espontânea ou ao movimento e bandas tensas. São comuns na SMF e são tratados localmente com injeções e sprays. Dentro da fisioterapia, são coordenados exercícios de alongamento e de resistência, bem como, de posturais específicos nas regiões envolvidas dentro das técnicas de liberação miofasciais.

tender points: representam os discriminantes da fibromialgia. Fica para a fisioterapia o controle da sintomatologia e a melhora da qualidade devida (Atra et al – 1993 / Duna – 1993 / Wilke – 1995 / Alarcón e Bradley – 1998). Dentre os recursos utilizados para o tratamento estão a: estimulação elétrica nervosa transcutânea, os exercícios aeróbicos, mais o relaxamento, massagem e alongamento musculares. É uma área sensível no músculo, como: junção tendão músculo, coxim gorduroso ou região da bursa. São tratados com remédios sistêmicos, incluindo medicação oral. A fisioterapia também tem seu papel definido através do alongamento global, condicionamento aeróbico e trabalho cognitivo-comportamental.

Etiopatogenia

               Três hipóteses explicam a fisiopatologia desta síndrome, que envolvem alterações nos sistemas: musculoesquelético, neuroendócrino e sistema nervoso central – SNC.

               Em virtude de ser uma dor muscular o sintoma primário da fibromialgia, foi crença de que o sistema musculoesquelético era o originário da síndrome, a saber:

Famaey et al. (1991) observaram um padrão de tetania latente e uma redução da habilidade de relaxamento do músculo, assim como um nível de cálcio sanguíneo reduzido nestes pacientes.

Griep et al (1994) demonstra que o hormônio de crescimento que parece estar reduzido na fibromialgia, significando uma baixa reparação tecidual muscular ao microtrauma e o aumento da transmissão nociceptiva das fibras nervosas periféricas aos neurônios do corno dorsal da medula espinhal.

Geel (1994), as disfunções musculoesqueléticas poderiam ser secundárias a alterações centrais da modulação da dor e da fisiologia do sono, podendo ser precipitadas por estresse emocional em indivíduos predispostos geneticamente. Os recentes estudos nesta área voltam a atenção à serotonina, principalmente ao seu papel na modulação da dor, agindo como um neurotransmissor inibitório da liberação de substância P pelos neurônios aferentes, através de um estímulo periférico.

Olsen e Park (1998) estudaram o metabolismo muscular de pacientes com este diagnóstico, utilizando-se da espectroscopia de ressonância magnética P-31, que é uma técnica não-invasiva de determinação de quaisquer alterações dos metabólitos. Concluíram que estes pacientes, comparados aos indivíduos controles, apresentavam níveis significativamente mais baixos de fosfocreatina e adenosina-trifosfato, além de níveis significativamente mais altos de adenosina-difosfato, ambos indicativos de um estado anormal bioenergético. Outrossim, estes achados não estavam associados à evidência de inflamação, o que sugere que as anormalidades bioquímicas nos músculos de pacientes com fibromialgia possam ter um papel no sintoma de fadiga. Outra hipótese seria a existência de um distúrbio funcional do sistema neuroendócrino, que poderia contribuir para o desenvolvimento dos sintomas. Este distúrbio funcional seria caracterizado por uma perturbação da resposta ao estresse, causada por alteração dos padrões de liberação de corticotropina, tireotropina e hormônio de crescimento, consequentemente, as anormalidades dos níveis hormonais contribuiriam para o espectro dos sintomas fibromiálgicos.

Russell (1998) estudando o papel de neurotransmissores nesta doença constatou a diminuição dos níveis de serotonina no soro sanguíneo destes pacientes em comparação aos controles saudáveis, correlacionando-se com o número de tender points dos pacientes.

Weigent et al. (1998), realizou uma revisão bibliográfica na maioria dos estudos, demonstrando não haver forte evidência de que o defeito neste músculo possa ser a causa primária da síndrome. Contudo, alguns pesquisadores sugerem que as alterações ou anormalidades bioquímicas musculares poderiam contribuir para os sintomas da mesma. Defendem que os traumas físicos, eventos de estresse e agentes infecciosos poderiam contribuir para o aumento da transmissão nociceptiva em indivíduos geneticamente suscetíveis. O trauma físico estimularia diretamente os nociceptores periféricos que, através da liberação de citocinas, contribuiriam para o desenvolvimento do metabolismo de colágeno anormal nas terminações nervosas periféricas, assim como ao microtrauma muscular, resultando no aumento da transmissão nociceptiva. Todos estes fatores ambientais contribuiriam para a hiperexcitabilidade dos neurônios do corno dorsal da medula espinhal pela substância P e outros neuropeptídeos, tendo como ponto final os limiares de dor anormais e a dor difusa da fibromialgia.

Causas

              Trata-se de uma patologia relacionada com o funcionamento do sistema nervoso central – SNC e o mecanismo de supressão da dor que atinge, em 90% dos casos, mulheres entre 35 e 50 anos. O sistema craneo sacreal ou crânio sacral desempenha um importante papel no funcionamento de todo o sistema nervoso central – SNC, uma vez que cria e mantém todo o ambiente fisiológico onde este sistema: vive, funciona e se desenvolve. Muitas das alterações existentes a nível da serotonina e de outros neurotransmissores devem-se a desregulações dele, as quais, uma vez corrigidas podem melhorar significativamente todo o seu funcionamento.

               As dores e a sensibilidade muscular têm muito a ver com as alterações dos níveis da serotonina (mais baixos nos portadores da doença) e neurotransmissores, que por sua vez alteram a fáscia muscular que comprime as miofibrilas encontradas no interior dos músculos e os fusos neuromusculares que provocam dores muitas das vezes insuportáveis.

            A relação e interligação entre os fusos musculares, a fáscia, o sistema nervoso, a serotonina, os neurotransmissores, o liquido cefalorraquidiano e o sistema craneo sacral, tornam-se desta forma interdependentes, afetando-se mutuamente com as consequências que daí advém.

            Também é do conhecimento que desequilíbrios hormonais, tensão e estresse podem estar envolvidos em seu aparecimento.

Características

               É um distúrbio corporal da sensibilidade da dor e ataca de preferência: as articulações, músculos e nervos. Pode também provocar sintomas gastrintestinais, geniturinários. Os sintomas clínicos associados a essas dores são: melancolia, tristeza (depressão), dificuldade de dormir e cansaço (fadiga). Como se vê é uma síndrome complexa, pois tem vários sintomas e ataca vários sistemas.

Dentre os reumatismos de partes moles ou extra-articulares, no momento a fibromialgia apresenta grande destaque, levando-se em conta sua alta incidência e frequência na população geral, a saber:

Califórnia – EUA: um estudo epidemiológico apontou para uma frequência de mais de 1/3 entre as principais doenças reumatólogicas, assim distribuídos: osteoartrite (31,4%), dor lombar (27,8%), artrite reumatóide (3,14%) e fibromialgia (37,66%). Tal percentual ainda pode ser distribuído em: prática clínica de família (2,1%), clínica geral (5,7%), hospitalizações (5% a 8%), atendimentos reumatológicos (14% a 20%).

Alemanha: a frequência na população geral é de 1 a 7%, sendo 89% no sexo feminino e a média de idade é de 47 anos.

               A doença acomete mais frequentemente pessoas de melhor nível social e educacional, com forte predominância junto ao sexo feminino (80% a 90% dos casos) e um pico de incidência entre os 30 e 50 anos de idade, podendo também se manifestar em: crianças, adolescentes e indivíduos mais idosos.

Sintomas

               Provoca alterações no humor e diminuição da atividade física, o que agrava a condição de dor. Os mais comuns são:

dor: é o principal fator que leva o paciente a procurar cuidados médicos. As queixas em relação aos sintomas dolorosos são expressas com palavras do tipo: pontada, queimação, sensação de peso, entre outras. Há dificuldade na localização precisa do processo doloroso, diante da impressão de que ela acontece junto aos: músculos, nas articulações, nos ossos ou nervos.

fadiga: é a sensação de fraqueza, falta de energia e exaustão, que resultam em dificuldades para realização das suas atividades diárias. Sensação de diminuição de libido (desejo sexual), incapacidade e falta de motivação podem ser sintomas. Muitas são suas causas, podendo-se citar: a anemia, depressão, doenças cardíacas, enxaqueca, esclerose múltipla, hipotireoidismo, HIV/AIDS, leucemia, lúpus, Síndrome da Fadiga Crônica (mais de 6 meses) e o uso abusivo de álcool ou drogas.

distúrbios do sono: a qualidade do sono influencia muito nossa vida diária (ver blog: O Assunto é… Narcolepsia). Geralmente, a sonolência excessiva sentida durante o dia é o reflexo de uma noite mal dormida ou mesmo de algum distúrbio de sono que é desconhecido pela pessoa, sendo os mais frequentes: insônia, apnéia, narcolepsia (citado acima), briquismo (bruxismo), sonambulismo e síndrome das pernas inquietas.

Diagnóstico

               Hoje, a existência de dor generalizada está associada à fibromialgia. Vários estudos publicados indicam os critérios que auxiliam no diagnóstico dessa síndrome, diferenciando-a de outras condições que acarretem dor muscular ou óssea, valorizando a questão da dor por um período maior que três meses e a presença de pontos dolorosos padronizados.

               Diferentes fatores, isolados ou combinados, podem favorecer sua manifestação, tendo dentre eles: doenças graves, traumas emocionais ou físicos e mudanças hormonais.

               No caso específico dos hormônios ou produtos químicos orgânicos, as pesquisas têm-se posicionado em relação a tais interferências que possam influenciar na manifestação da: dor, no sono e no humor.

               Não existe nenhum exame ou teste específico que permite saber se alguém possui ou não fibromialgia. Em 1990 o American College of Rheumatology estabeleceu os critérios oficiais de diagnóstico, onde incluem:

dor crônica: um historial de presença generalizada em todas as partes do corpo, por um período superior a 3 meses.

dor na apalpação: presença entre 11 dos 18 pontos dolorosos, efetuada exercendo uma força de aproximadamente 4kg.

               Na fibromialgia, o limiar doloroso médio dos pontos padronizados é mais baixo que em outras doenças reumáticas, assim como os pontos controle (Wolfe, 1990 / Buskila, 1993). O uso de dolorímetro ou algômetro, dispositivo que determina a intensidade de pressão por área (McCarthy, Gatter, Steele – 1968), fornece dados mais objetivos, importantes em estudos controlados. Na rotina clínica, a pesquisa dos pontos dolorosos por meio de dígitopressão é comparável à avaliação feita com o dolorímetro em termos da positividade dos pontos (Rasmussen, Smidth, Hansen – 1990 / Smithe, 1992 / Smithe, Buskila, Gladman – 1993), porém não possibilitam saber a partir de qual pressão um ponto pode ser considerado positivo.

                 A presença de 11 dos 18 pontos padronizados tem valor para fins de classificação, entretanto, de acordo com Smythe, Buskila, Gladman (1991), em casos individuais, pacientes com menos de 11 pontos dolorosos poderiam ser considerados fibromiálgicos desde que outros sintomas e sinais sugestivos estivessem presentes. Outros achados do exame físico incluem: o espasmo muscular localizado (nódulos), a sensibilidade cutânea ao pregueamento (alodínia) ou dermografismo, após compressão local. A sensibilidade ao frio também pode estar presente e manifestar-se como “cutis marmorata” em especial nos membros inferiores (Wolfe, 1990).

               É preciso ter em conta que a reação dos doentes à dor pode variar de dia para dia e o critério acima tem suas limitações. O fato de os exames de rotina e raio-X serem normalmente normais faz com que seja crucial que o médico reveja cuidadosamente a história clínica do doente para que o diagnóstico correto seja alcançado. Outro passo necessário é o de excluir outras doenças cujos sintomas sejam semelhantes através da realização dos exames e testes necessários, pois a doença em questão pode coexistir com outras, tendo inclusive doenças erroneamente assim diagnosticadas. Dentre as não citadas ainda se incluem: doença de Lyme (causada por uma bactéria de alguns tipos de carrapatos), febre do carrapato (febre maculosa), hepatite C, problemas da tiróide, doenças neuromusculares (miastenia grave), infecções como do tipo da mononucleose.

Cura

               Foi divulgado um tratamento baseado nos princípios da medicina ortomolecular, com o uso de soros para “matar” os microrganismos que causariam a fibromialgia, associado a um programa de musculação para transformação das fibras 2b em 2a, com duração de três meses. A controvérsia já está presente diante do fato do não reconhecimento como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina, por não ser esta prática baseada em evidências científicas, portanto, comprobatórias de ser esta doença causada por microrganismos.

               Cabe uma colocação, qual seja: a medicina oficial não reconhece nada além do que os olhos deles querem ver, ficando sem sentido as alegações dadas, diante dos benefícios proporcionados pela medicina complementar e que são relegados. O confronto de teorias tão díspares só trazem desconfianças entre as partes, com uma pragmática condenação pela oficial e as constantes tentativas elucidativas das complementares em clarear os embasamentos teóricos, de forma a criar um melhor escopo analítico. Agora, não foi a oficial que desenvolveu esforços necessários para qualificar a acupuntura como uma técnica útil dentro das alternativas de cura e melhora do estado de equilíbrio corporal, porém, é deles a atitude de provocar a reserva de mercado ao desejarem para si próprios a manipulação de uma teoria mundial e milenar. Diante da fibromialgia, sua única manifestação é a de sentirem-se infelizes por ainda não existir uma cura para a este mal, muito distante do que seria interessante se olhassem para o lado e investigassem com mais cuidado o que vem sendo apresentado, antes da condenação (comentário meu).

Tratamento

               O importante é melhorar a qualidade de vida, atuando sobre: os distúrbios do sono, o estado depressivo, os fatores de estresse. Periodicamente surgem remédios, ervas e tipos de terapias corporais que funcionam por algum tempo e depois volta o quadro geral. A dor na maioria das vezes não sofre alívio com analgésicos e antiinflamatórios, mas somente com os antidepressivos, que é lastimável. A causa são alterações nos neurotransmissores, substâncias químicas existentes no cérebro e de difícil controle, influentes nas: emoções, alterações sociais, temperatura e uma grande variedade de pequenas alterações independentes da vontade da pessoa.

               Na verdade, existem várias opções de tratamento, dependendo grandemente do médico ou profissional de saúde que visitar e da abordagem que este tiver sobre o assunto, a saber:

medicamentos: vários são os medicamentos que podem ajudar a minorar ou aliviar os sintomas:

mentais e cerebrais: são normalmente utilizados tricíclicos e antidepressivos e outros comprimidos para ajudar a dormir.

musculoesqueléticos: são utilizados comprimidos que combatem dores, como o paracetamol e outros componentes, bem como, os ainda relaxantes musculares.

algia (dor): numa região do corpo, sem corresponder à lesão anatômica. A administração do alimento e da droga de EUA aprovou a primeira droga para tratar o fibromialgia, chamada Lyrica (pregabalin), que reduz a dor e melhora funções diárias para alguns pacientes.

ervas e suplementos naturais: várias ervas, suplementos naturais e complexos vitamínicos e energéticos podem ajudar a fortalecer o organismo, combater os sintomas e a balançar os níveis naturais de minerais essenciais (cálcio e magnésio), que normalmente se encontram em níveis bastante baixos nestes tipos de doentes. Existem também complexos energéticos e substancias naturais para ajudar: o sono, a depressão, as dores e a ausência de energia.

guaifenesin: outra abordagem que tem tido algum sucesso é a de um médico norte-americano que tem se utilizado desta substância para combater a doença. Trata-se de um tipo específico de droga projetada para processar a eliminação do ácido úrico do corpo humano. Sua dosagem depende da resposta do paciente, devendo ser baixa no começo e, portanto, necessitando de supervisão médica.

outras: existe um conjunto de outras abordagens que podem ajudar a melhorar alguns sintomas ou complementar o tratamento e que têm beneficiado alguns doentes, como: ginástica leve e aeróbica, fisioterapia, hidroterapia, massagens, homeopatia, reiki, meditação, yoga, acupuntura, tai-chi, e outras. São importantes: massagem de relaxamento (nunca de compressão dos pontos dolorosos), banhos de banheira morna e condicionamento.

               Tai Chi Pai Lin: René Lenard (2002) apresentou na Faculdade de Medicina da USP sua dissertação de mestradoEducação somática no tratamento da fibromialgia: estudo clínico controlado“. Por seu intermédio, avaliou a eficácia de um programa de desenvolvimento da consciência corporal no tratamento em um grupo de 46 mulheres sob tratamento medicamentoso, ficando assim distribuídas:

treinamentos corporais: regularmente, 21 pacientes praticaram treinamentos corporais (incluindo práticas do Tai Chi Pai Lin), por um período de 15 semanas.

medicamentoso: outras 25 pacientes foram tratadas apenas com medicamentos.

               Aquelas que apresentaram mais que 50% de frequência ao programa, demonstraram em relação ao grupo de controle:

capacidade muscular: aumento dos flexores e extensores do tronco.

dor: redução do escore total, segundo o Questionário de Impacto da Fibromialgia.

capacidade funcional: aumento no escore do domínio, segundo o questionário de qualidade de vida SF-36.

SUGESTÕES CROMOTERÁPICAS

               Caracteriza-se por dor muscular e tendinosa (relativo a tendão) difusa crônica em pontos dolorosos de localização anatômica específica. Em nenhum momento haverá inflamação ou deformidade nas articulações e os movimentos não serão limitados. Os portadores de fibromialgia têm os sintomas por anos sem modificações importantes, caracterizados por dor e fadiga. Não há nenhuma evidência concreta de que possa ser transmitida nem se verifica maior prevalência em familiares. Diminuição de serotonina e outros neurotransmissores provocam maior sensibilidade aos estímulos dolorosos e podem estar implicados na diminuição do fluxo de sangue que ocorre nos músculos e tecidos superficiais encontrados na fibromialgia.

               No tratamento, devem ser usados analgésicos e não parece haver vantagem no uso de antiinflamatórios, bem como, os antidepressivos agem sobre a serotonina no cérebro e têm efeito analgésico no sistema nervoso central. Além das manifestações clínicas desta síndrome dolorosa, engloba manifestações de: alteração de qualidade do sono, ansiedade, cefaléia, depressão, dor, fadiga, intestino irritável, parestesia. É uma forma de reumatismo (osteoartrite, lúpus eritematoso) sistêmico associada à sensibilidade do indivíduo frente a um estímulo doloroso (tender-points) de caráter crônico. O termo reumatismo pode ser justificado, por envolver: músculos, tendões e ligamentos.

               Ainda entre as manifestações clínicas pode-se acrescentar também, em menor freqüência, a: xerostomia (boca seca), disfagia (dificuldade de deglutição, de causa otorrinolaringológica, digestiva ou neurológica), glossodinia (dor na língua), disgeusia (diminuição do paladar) e disfunção temporomandibular advinda de um processo de briquismo (bruxismo: rilhar dos dentes) instalado.Também há relatos de casos onde a síndrome se inicia após: infecção viral ou bacteriana, um acidente, problemas emocionais que envolvam perdas ou conflitos. Pode estar relacionada a traços de personalidade herdados, como o perfeccionismo ou a rigidez na manifestação do comportamento.

SUGESTÁO CROMOTERÁPICA

COR

LOCAL / TRATAMENTO

VERMELHA / ROSA

Frontal – 5 segundos (estimulação mental e alteração comportamental).

ROSA / DOURADO

Cardíaco (problemas emocionais e depressivos).

VERMELHA / LARANJA / AMARELA

Cabeça / Coluna – SNC (antidepressivo) / Corpo (estimulante neuromuscular).

VERDE / VIOLETA / AZUL / ÍNDIGO

Corpo (antiinflamatório, anti-infeccioso e anestésico).

VERDE / ÍNDIGO / AZUL

Local (analgésico próprio para aliviar as dores).

AZUL / ROSA

Cabeça (calmante mental para auxílio da qualidade do sono).

VIOLETA

Corpo (fortalece o Sistema Imunológico).

LEMBRETES

Este artigo é da inteira responsabilidade de: Moriel Sophia – Cromoterapeuta – Sinaten 0880. Esta terapia auxilia o tratamento, mas não dispensa o “médico” e a presente sugestão somente deverá ser utilizada por aquele previamente diagnosticado por um profissional da saúde. Estas informações possuem apenas caráter educativo e é permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.

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