Doença – beijo

Doença – beijo

Doença do Beijo

Definição

Trata-se da mononucleose, popularmente conhecida como “doença do beijo” ou “doença dos namorados”. É transmi­tida pela saliva, de pessoa para pessoa através de contactos íntimos, através do: vírus Epstein-Bar – EBV (79%), Cytomegalovirus – CMV (21%), mais raramente por transfusão de sangue ou contato sexual ou pelo contacto entre crianças que partilham objetos contaminados com sa­liva. Sua transmissão ocorre principalmente pela saliva, tanto de pacientes sintomático ou os completamente assintomáticos. Por esse fato, recomenda-se que as pessoas tenham cuidado e evitem compartilhar objetos como: copos, talheres e batons. O período de incubação varia de 30 a 45 dias e em alguns casos, mesmo após se curar, a pessoa continua capaz de infec­tar outras por até um ano.

Moriel Sophia

Cromoterapeuta – Sinaten 0880


Frequentemente é confundida com a gripe, por apresentar sintomas: febre alta, ca­lafrios, dor de cabeça, tosse, odinofagia (dor durante a deglutição dos alimentos), ar­tralgias (dor nas articulações), cansaço e dores musculares, falta de apetite, descon­forto abdominal, vômitos e inchaço no fígado (hepatite) e baço (esplenomegalia).

Enquanto a gripe possui vacina e tem tratamento antiviral específico, o mesmo não ocorre com ela, sendo que a infecção é controlada pelo próprio organismo depois de duas semanas, podendo ser transmitida neste período. Em se tratando de doença autoli­mitada, o paciente se recupera espontaneamente, porém uma pequena proporção deles necessita de meses para se curar. Seus efeitos são combatidos com: analgésicos, an­titérmicos, vitamina C, além de repouso. O tratamento é sintomático, ficando o uso de antivirais reservado para as formas graves da doença e deve ser mantido pelo menos durante um mês, não sendo aconselhada a automedicação, pois não deve ser tratada com antibióticos, sendo que estes antivirais não alteram a evolução clínica da doença. O emprego específico de aspirina parece prolongar a duração dos sintomas, o que resulta na necessidade de ser substituída por outros an­titérmicos. Dentro do tratamento ortomolecular recomenda-se: frutas, vegetais, legumes, vitaminas C e E e dos minerais Zinco e Selênio (ativa­dores do sistema imunológico).

Na fase aguda, a principal manifestação é a citomegalomononucleose, com sintomas semelhantes aos da mononucleose infecciosa: febre, dor de garganta, aumento do fígado e do baço, presença de linfócitos atípicos. A grande preocupação é com o efeito tóxico dessas drogas sobre os glóbulos do sangue e nos rins.

Pela não existência de vacina específica, não há uma proteção efetiva contra o vírus, inviabilizando um tratamento preventivo. Por isso, na época do carnaval ou após gran­des eventos, nota-se aumento de casos da doença.

Acomete mais frequentemente, os: adolescentes e adultos jovens, mas pode acometer mais aos velhos e crianças pré-adolescentes. Geralmente nas crianças é assintomática (sem sintomas), prevalecendo em jovens com idade entre 15 a 25 anos e de ambos os sexos. Entre 90% e 95% da população mundial adulta são soropositivos (têm anticorpos específicos) para este EBV, significando que em quase todos os adultos, um dos episódios de “gripe” que tiveram na infância ou adolescência, certamente foi antes mononucleose infec­ciosa. As crianças infectadas nos primeiros anos de vida e durante longo tempo eliminam o vírus nas secreções respiratórias e na urina. Os adultos (20%) são importantes na transmissão sexual da doença, em vista de poderem abrigar o vírus nas secreções cervicais uterinas ou no sêmen, dependendo da: condição socioeconômica, idade, número de parceiros sexuais e gestações anteriores.

Cerca de 8% das pes­soas que contraem a doença pode apresentar o rash (irritação que deixa a pele com pontos vermelhos), podendo aumentar entre 70% e 100% se for usado ampicilina ou penicilina como tratamento. Dura cerca de cinco dias e desaparece sem deixar cicatriz.

Mononucleose infecciosa

Trata-se de uma doença de adultos jovens de boa condição socioeconômica, sem preferência por sexo ou raça, assintomática na infância, com a maior parte dos velhos de já é infectada seja qual for a classe social. Nas crianças pequenas (<2 anos de idade), os sintomas são menos típicos e mais ligeiros, confundindo-se com os de outras doenças virais. Em pacientes idosos, a infecção pode se manifestar como uma doença: febril prolongada e debilitante, acompanhada de intensa fadiga.

È causada pelo vírus Epstein-Barr – EBV, um tipo de vírus da família dos her­pes-vírus, de DNA bicatenar (dupla hélice), adquirido na infância pela maioria das pessoas. Assim como ou­tros herpes-vírus, fica quiescente (encubado) no corpo após o desaparecimento dos sintomas, podendo ser reativado (recidiva) mais tarde, quando da debilidade do sistema imune do in­divíduo, qualificado como “imunosuprimidos” (pessoas cujas defesas imunológicas estão diminuídas), seja por: doença, infecção (SIDA ou AIDS), tratamento de câncer, trans­plante de órgão ou de medula (antirrejeição).

A doença passou a ter maior relevância em função de diversos tumores envolvendo um tipo de glóbulo branco responsável pela produção de anticorpos (linfócitos do tipo B), que possuem receptores específicos e que abrigam o vírus quando da infecção. Tais glóbulos apresentam no código genético de suas células o mesmo código do vírus, confirmando que estas infecções contribuiriam com a causa destes tumores.

Depois de invadir as células que revestem o nariz e a garganta, o vírus Epstein-Barr – EBV atinge os linfócitos B. A infecção causada por este vírus é muito frequente e afeta igualmente: crianças, adolescentes e adultos. Cerca de 50 % das crianças já sofreu uma infecção pelo EBV antes dos 5 anos de idade, contudo não é muito contagioso. Os adolescentes e os adultos jovens costumam contrair mononucleose infecciosa ao se beijarem ou ao ter contacto íntimo com alguém já infectado.

É uma doença que se segue à infecção dos linfócitos B e das células do epitélio da oro­faringe, onde o vírus persiste (em estado latente) por toda a vida do indivíduo, podendo ser reativado quando a imunidade deste diminuir ou por outros fatores desconhecidos. Ao penetrar na nasofaringe, invade rapidamente as células e se multiplica por replicação, fazendo cópias do genoma viral celular, infectando os linfócitos que transportam as células modificadas pelo vírus para outras partes do organismo humano. Ele reconhece o receptor para o componente C3d do complemento, atingindo somente as células com essa proteína membranar. A resposta do corpo à invasão celular do EBV é de natureza humoral e celular, com ação citotóxica dos linfócitos T contra os linfócitos B infectados, destruídos na sua grande mai­oria e que possibilita ao sistema imunológico controlar a infecção aguda eficazmente. Os poucos sobreviventes são linfócitos B cujo vírus foi forçado a se tornar latente para evitar a destruição da sua célula-hospede. A reação dos linfócitos T leva à geração de formas típicas desta célula, incomuns noutras doenças, daí a recomendação para o repouso.

Portanto, trata-se de uma doença infectocontagiosa aguda do sistema linfático, com a apresentação benigna na maioria dos casos, endêmica (infecção regional) e de difícil diagnóstico pelo polimorfismo (vários sintomas), daí se apresentar como síndrome de mononucleose. Pelo fato de poder ser confundida com outras doenças, resul­ta no agravamento do estado do doente, por requerer tempo até o correto diagnóstico. Uma das características da doença é o aumento numérico de células mononucleadas no sangue periférico, o qual lhe origina o nome.

Dentre os já citados, outros nomes se seguem: moléstia de Pfeiffer, moléstia de Filatov, febre ganglionar, linfoblastose aguda benigna,  linfocitose aguda benigna.

Os sintomas clássicos se constitui de: dor de garganta, febre (período vespertino, podendo chegar até 40°C) e ínguas pelo corpo (linfoade­nomegalias junto ao pescoço), bem como mal-estar, dor de cabeça, falta de apetite, dores musculares, calafrios, náuseas, desconforto abdominal, tosse, vômitos e dores articulares. Após o contato a doença leva em média 2 a 3 semanas para se manifestar (incubação). Nos 5% dos casos de “rash” se fazem presentes as manchas na pele parecidas com urticária, dentro de uma manifestação comum a outras doenças infecciosas denominadas de viro­ses exantemáticas (rubéola, sarampo e etc.). Na maioria dos casos, estes sintomas levam de um a quatro meses para se resolverem. Quanto ao aumento do fígado (10 a 15% dos casos) como do baço (50% dos casos), estes órgãos podem se romper por pequenos traumas devido à fragilidade, causando hemorragias internas com risco de vida.

A base do diagnóstico da mononucleose é o quadro clínico, sendo que diante de suspeita, análise de sangue deverá ser solicitada para a detecção da presença de anticorpos no sangue do doente.

Como a maioria das doenças causadas por vírus, não há tratamento disponível e nem mesmo é necessário, uma vez que na maior parte das vezes ela é autolimitada. Utilizam-se medicamentos que se destinam apenas a aliviar os sintomas, como: analgésicos, antitérmicos e se necessário medi­camentos contra o enjôo. O repouso na fase aguda da doença é importante, não só porque a fadiga é um sintoma muito fre­quente, mas também para facilitar a recuperação do organismo e prevenir o risco de eventual traumatismo do baço/fígado.

A doença confere imunidade permanente, muito raramente apresentando uma segunda infecção. Não há necessidade de isolamento, uma vez que a infecção ocorre apenas com contato muito próximo ou íntimo. Ainda não existe um recurso (vacina) com a eficiência e segurança recomendável, inclusive com abrangência além da infecção, pois poderia prevenir in­clusive alguns tumores de linfócitos (os linfomas).

Evolui geralmente em duas fases:

inicial: carac­teriza-se pelo aparecimento de sintomas gerais (cerca de uma semana), comuns a outras infecções virais e são: mal estar, dores de cabeça, dores musculares, dores de barriga, falta de apetite e fadiga.

se­gunda fase: com sintomas mais específicos da doença, que contribuem para o seu diag­nóstico. Nesta fase, a febre geralmente é moderada (38º-39º) e persistente, associada a dor de garganta e ao aparecimento de gânglios aumentados de volume no: pescoço, viri­lhas e axilas. O fígado e o baço podem também estar aumentados de volume. Em alguns doentes aparece uma erupção constituída por manchas e pápulas de cor rosada na: pele, tronco e nas zonas dos membros mais próximas do tronco. Esta erupção é muito mais frequente nos doentes medicados com um antibió­tico (Ampicilina) utilizados no tratamento de infecções da garganta.

Sua evolução em geral é favorável, evoluindo para a cura, embora a febre e outros sintomas possam persistir por mais de duas ou três sema­nas. No entanto, há formas que evoluem de modo arrastado durante meses ou que se complicam com agravamento da situação clínica. No seu decurso, podem surgir pro­blemas: neurológicos, cardíacos, hepáticos ou renais.

Em sua maioria tem como complicação o resultado de diagnóstico errado e tratamento inadequado, pois a mononucleose infecciosa é considerada uma doença de difícil diag­nóstico, exigindo que o paciente faça muitos exames, procedimentos, e tra­tamentos até se chegar ao diagnóstico correto. As graves, com risco de vida ocorrem: ruptura espontânea ou traumática do baço com hemorragia intensa, paralisia respiratória, toxemia, miocardite aguda.

Síndromes

Para evitar confusão entre a síndrome e a sua principal causa (mononucleose pelo vírus de Epstein-Barr – EBV) a tendência geral é empregar as expressões “síndrome de mo­nonucle­ose” ou “síndrome adenomegálica” para designar a síndrome em sentido amplo. Entende-se por síndrome de mononucleose um quadro de adenomegalia (hipertrofia glandular) generalizada de caráter agudo ou subagudo, acompanhada ocasionalmente de visceromegalias (hipertrofia visceral) e altera­ções hematológicas (sangue), todas ge­ralmente limitadas no tempo e na gravidade. Dentre as várias causas a mononucleose infecciosa (da qual retira o nome) responde pela maior parte dos casos. Para se referir às infecções que a determinam, são utilizados os termos: mo­nonucleose, citomegalovi­rose e etc. Outros agentes infecciosos podem também ser responsáveis pela síndrome, a saber: Toxoplasma gondii, Trypanosoma cruzi, as espécies de Bartonella (doença da arranhadura do gato) e o vírus da imunodeficiência humana – HIV. Em adultos as causas de síndrome adenomegálica se dá pelo: vírus da rubéola e o herpes-vírus humano tipo 6 (agente do exantema súbito), roseola infantum ou sexta doença, bem como por drogas (difenilidantoína, carbamazepina, isoniazida, ácido para-amino-salicílico entre outras).

Repetindo, a mononucleose pelo vírus de Epstein-Barr – EBV é uma doença infectocontagiosa que se segue à infecção dos linfócitos B e das células do epitélio da orofaringe. Os linfócitos infectados são “transformados” ou “imortalizados” e adquirem a capacidade de gerar linhagens contínuas in vitro, tal como certas células neoplásicas (tumor). Há proliferação linfóide (nódulos linfáticos) generalizada, não só pelo estímulo viral, como também pelo aparecimento de linfócitos T (CD8+ citotóxicos), empenhados na destruição dos linfócitos B infectados. O vírus determina também a diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos e grande produção de anticorpos (gamopatia policlonal). Estas alterações se resolvem em pouco tempo, geralmente sem maiores consequências, embora a infecção pelo vírus causador persista por toda a vida do indivíduo, durante a qual a taxa de linfócitos transformados é mantida baixa pela imunidade.

Vírus Epstein-Barr

Tem sido associado a algumas neoplasias humanas:

linfoma de Burkitt: a mais importante forma de cancro (tumor) e que se apresenta de duas formas:

endêmica: que aco­mete crianças da África e é a neoplasia da infância mais comum naquela região. As evidências do seu papel oncogênico são indiretas, mas fortes mesmo assim, pois quase a totali­dade dos tumores africanos contém o genoma do vírus e 100% dos pacientes com a neoplasia apresentam títulos elevados de anticorpos anti-EBV.

esporádica: menos comum e que existe em diversos pontos do mundo e o genoma viral é encontrado em apenas 15-20% dos tumores.

carcinoma nasofaríngeo: outro tumor associados ao EBV, raro no nosso meio mas endêmico em algumas regiões da China e da África. Nos tumores de qualquer região geográfica, o DNA do vírus é encontrado nas células neoplásicas e os pacien­tes têm títulos muito elevados de anticorpos anti-EBV.

outros: alguns linfo­mas de células B e certos casos de linfoma de Hodgkin.

Todavia, parece que o EBV é apenas um dos fatores causais do linfoma de Burkitt, mas incapaz de induzir tumores, sozinho. Nesse sentido, é postulado que a malária (também endêmica na África) possa ser um cofator importante, pois pode estimular o sistema imunitário e provocar proliferação de linfócitos B. Células com taxa elevada de multiplica­ção são mais suscetíveis a sofrer mutações, inclusive a translocação caracte­rística desse linfoma.

Citomegalovírus

O citomegalovírus – CMV e o vírus de Epstein-Barr – EBV pertencem às subfamílias beta e gama dos herpes-vírus, a mesma dos vírus da: catapora e herpes (simples, genital e zoster). Apresentam pouco tropismo, ou seja, não afetam um órgão específico, mas se espalham pelo corpo através dos leucócitos (células de defesa) periféricos após a infecção. Podem causar hepatite como principal manifestação clínica, mas geralmente esta hepatite é assintomática.

As manifestações clínicas variam de pessoa para pessoa e vão desde discreto mal-estar e febre baixa até doenças graves que comprometem o: aparelho digestivo, retina e sistema nervoso central – SNC. Uma vez infectado jamais abandona o organismo da pessoa, permanecendo em estado latente e qualquer baixa na imunidade do hospedeiro pode reativar a infecção, principalmente pelo fato se ser quase impossível viver sem ser infectado por este vírus em algum momento da vida. O período de incubação varia de alguns dias a poucas semanas.

Por se dar por contágio, sua predominância está em regiões pobres e carentes de: recursos, educação e higiene. É bastante semelhante à causada pelo EBV, exceto pela pouca proeminência das adenomegalias e da faringite. Distin­gue-se também pela maior preponderância de mialgias e febre elevada. Infecta grande parte da população geral, variando de país e classe socioeconômica, ocorrendo num período que vai do nascimento aos primeiros anos de vida ou durante os anos de vida sexual ativa. Embora o CMV não seja altamente contagioso, existe demonstrado que ele se espalha em residências e entre crianças em escolas. Este vírus é fácil de ser prevenido, pela forma de transmissão, que se dá através do nariz ou boca para uma pessoa susceptível. Basta uma simples lavagem de mãos com água e sabão para remover o vírus. Como resultado, não é necessário retirar uma criança infectada de uma escola ou instituição, semelhantemente à maneira como os pacientes hospitalizados não precisam ser separados ou isolados. Tem-se que:

nos adultos normais: a infecção é em geral assintomática ou produz uma síndrome de mononucleose.

nas mães: não imunes, a primo-infecção (40%) ou reinfecção (1 a 2%) du­rante a gravidez pode resultar em doença congênita (4:1000), sem no entanto ser doença fetal. A infecção ainda pode se dar: durante a passagem pelo canal do parto, pelo leite materno e pelo contacto com outras crianças em berçários e creches. Durante a gestação é a principal causa de retardo mental nas crianças, porém, nem todos os bebês nascidos de mães com CMV apresentam diagnóstico para a doença. Algum dos efeitos indesejáveis da doença transmitida pela mãe pode causar: cegueira no bebê, parto prematuro ou abortamento. Na reativação de uma infecção antiga se deve ao fato de que a presença de anticorpos maternos antes da concepção não previne a transmissão da doença ao feto.

As gestantes com maior risco de adquirirem a infecção pelo citomegalovírus incluem: enfermeiras, dentistas, trabalhadoras de creches, professoras de pré-escolas, mulheres que trabalham em unidades de diálise e de saúde mental e aquelas de cuidam de pacientes imunodeprimidos. Para estas mulheres seria importante avaliar a presença de anticorpos para o citomegalovírus antes de se iniciar a gravidez. Todas as gestantes cujos fetos foram infectados devem ser monitoradas regulamente por  meio de exames ultrasonográficos. As alterações fetais que podem ser observadas incluem: restrição ao crescimento, ascite, anasarca, dilatação ventricular, polihidrâmnio ou oligohidrâmnio, calcificações hepáticas, microcefalia, espessamento plancentário e calcificações periventriculares. Somente 10% dos recém-nascidos infectados apresentam sintomas ao nascer. A taxa de mortalidade das crianças sintomáticas ao nascimento é em torno de 30% e aproximadamente 80 a 95% das que sobrevivem terão sequelas neurológicas, como: microcefalia, crises convulsivas, retardo no desenvolvimento neuromotor, coriorretinite e calcificações cerebrais.

Para os casos de mononucleose pelo citomegalovírus, têm-se:

transfusão de sangue: embora não seja a mais comum e a fonte de infecção mais frequentemente identificada.

toxoplasmose crônica: é uma condição comum de grande parte da população do globo, mesmo de países industrializados. As gestantes com toxoplasmose crônica (com imunidade) não infectam os seus bebes.

neurotoxoplasmose: a despeito da possibilidade de prevenção e tratamento, a reativação da infecção no sistema nervoso central é ainda uma das mais importantes causas de acometimento neurológico focal na AIDS.

outras formas: por via respiratória (tosse, espirro, fala, saliva, secreção brônquica e da faringe), por transmissão vertical da mulher grávida para o feto, por via sexual (doença sexualmente transmissível – DST), por objetos (xícaras e talheres). Esse tipo de transmissão é pouco comum, sendo possível pelo fato de que o citomegalovírus não é destruído pelas condições ambientais.

Toxoplasmose

É a infecção, congênita ou adquirida, causada pelo protista (organismo de célula única) denominado Toxoplasma gondii e que incide em numerosos animais e no homem. Pode se dar pela ingestão de frutas e legumes conta­minados por oocistos (esporos do protista) do parasita, eliminados nas fezes do gato e de outros felinos. A infecção também pode resultar da ingestão da carne de animais infectados. Os quadros provocados pelo Toxoplasma gondii evoluem também sem faringite ou adenomegalias importantes. Visualizam-se as seguintes etapas:

toxoplasmose aguda: seja qual for o modo de infecção, numa fase inicial e transitória os parasitas assumem predominan­temente uma forma que se multiplica rapidamente (taquizoítos) no interior das células do hospedeiro. Estas se tornam repletas de parasitas e terminam por se romperem, quando as cé­lulas e os próprios parasitas liberados pela ruptura se difundem por todo o organismo (via hematogênica), atingindo inclusive a placenta e o feto em se tratando de gestante. A infecção pode cursar como uma síndrome de mononucleose ou como síndrome febril prolon­gada, às vezes com acometimento de aparelhos e sistemas, como: hepatite, miocardite, encefa­lite e etc.

toxoplasmose crônica: é sempre assintomática. Após um período vari­ável de tempo (alguns dias a poucas semanas) os parasitas passam a se multiplicar lentamente (bradizoítos), sempre no interior das células. Estas não mais se rompem, mas se transformam num abrigo (pseudocistos tissulares), isolando os parasitas dos mecanismos efetores da imunidade. Os pseudocistos tissulares podem ser encontrados na musculatura esquelética e nas vísceras (incluindo o sistema nervoso central – SNC). Os parasitas aí permanecem viáveis por toda a vida do hospedeiro, a despeito da imunidade celular eficaz que este desenvolve. Não há parasitemia importante. A eventual ruptura de um pseudocisto resulta na morte dos parasitas em decorrência da ação imunitária, sendo também um estímulo para reforçá-la ao longo da vida do hospedeiro.

toxo­plasmose reativada: nos imunodeficientes, especialmente na AIDS, a ocasional ruptura de um pseudocisto e a incapacidade de manter a imunidade outrora adquirida podem dar ori­gem à reativação da infecção, já que os parasitas liberados não são destruídos. Esta forma reativada se manifesta geralmente como uma doença focal do SNC ou, bem mais raramente, como pneumonite.

Quanto à transmissão, tem-se:

no homem: a infecção se dá através do ato de se alimentar de carnes (carnivorismo), quando ocorre a ingestão de pseudocistos tissulares, sendo os que mais a transmitem são o: porco, boi e carneiro. Aos vegetarianos, a responsabilidade recai sobre os enterócitos, forma resistente de parasita.

no gato: ocorre através do camun­dongo e aves que se alimentam no solo. Gatos e outros felinos desenvolvem formas sexuadas que dão origem aos oocistos eliminados nas fezes, tendo presente os: taquizoítos, bradizoítos (já descritos), bem como os enterócitos. Quanto aos animais, pela resistência que apresentam respondem pela infecção dos herbívoros.

A toxoplasmose adquirida durante a gestação consti­tui ameaça à integridade do feto e deve ser tratada, dentro do seguinte quadro:

primeiro trimestre (5%): não é frequente, mas suas consequências são muito graves.

último trimestre (67%): é comum, mas sem acarretar maior gravidade.

mães soropositivas: isto é, com toxoplasmose crônica, não há qualquer risco de transmissão ao feto. O encontro de anticorpos IgG em títulos baixos ou estáveis é um fator de tran­quilidade, especialmente quando determinados antes da gestação.

mães soronega­tivas: portanto susceptíveis, devem se abster de manusear ou comer carne crua ou legumes mal lavados ou ter contacto com gatos ou com a terra poluída por eles. O exame sorológico deve ser repetido uma vez por mês, até o final da gestação.

mães soroconversão: as ges­tantes que apresentarem devem receber tratamento.

Síndrome de Duncan

Trata-se da incapacidade genética de raros indivíduos do sexo masculino (síndrome linfoproliferativa ligada ao X) de fazer frente à infecção pelo vírus de Epstein-Barr – EBV, que resulta então em linfoproliferação (contaminação linfática) maciça, levando ou ao óbito (40% dos casos) ou a sequelas como: agamaglobulinemia, anemia aplástica, ou linfoma linfocítico.

Complicações

dermatológicas: intenso exantema (erupção cutânea) maculopapular pruriginoso ocorrerá em 70 a 90% dos casos, quando inadvertidamente for administrada a ampicilina num quadro de fa­ringite. O mesmo também se dá na mononucleose pelo CMV. O paciente não deverá ser considerado alérgico às penicilinas, que poderão ser utilizadas sem problemas no futuro.

hematológicas: anemia hemolítica auto-imune (3% dos casos), trombocitopenia auto-imune (25 a 50% dos casos) e às vezes granulocitopenia. Raramente há manifestações hemorrágicas.

neurológicas (<1% dos casos): podem ocorrer de forma isolada, justificando a dosagem de anticorpos heterófilos nos pacientes acometidos, diante de: meningite viral “asséptica“, paralisia de Bell, síndrome de Guillain-Barré e encefalite, microcefalia (53%), letargia-hipotonia (27%), diminuição do reflexo de sucção (19%) e convulsões (7%). A coriorretinite (inflamação da retina) pelo Toxoplasma gondii é geralmente sequela da infecção congênita, sendo bastante incomum nos casos de síndrome de mononucleose.

cardíacas: são frequentes os eletrocardiogramas anormais (8%), que regridem em um a três meses, diante de: defeitos de condução, depressão do segmento ST e alterações da onda T.

hepatoesplenomegalia: é um dos achados mais constantes, ocorrendo em cerca de 60% dos casos sintomáticos. Na absoluta maioria dos casos há aumento moderado de enzimas hepáticas e tende a regredir por volta dos 2 meses de idade, embora em alguns casos possa persistir por muitos meses.

icterícia: ocorre em aproximadamente 70% dos casos.

cirúrgicas: raramente ocorre a ruptura de baço. A cápsula deste órgão pode se tornar friável (passível de fragmentação) por infiltração linfóide. Estão presentes os seguintes sintomas que denunciam a condi­ção: dor, queda da tensão arterial e do hematócrito. Pode ocorrer dor isolada por hemorragia subcapsular.

respiratórias: obstrução alta. Na rara eventualidade de ausência de resposta aos corticosteróides, pode ser necessária a intubação endotraqueal e/ou traqueostomia.

psicossomáticas: mononucleose crônica, síndrome da fadiga crônica. As evidências soroepidemiológicas de que o EBV pudesse ser causa orgânica para quadros de fadiga crô­nica estão ainda sujeitas a controvérsia.

imunodeprimidos: lesões ulceradas e dolorosas podem comprometer todo o aparelho digestivo: boca, garganta, faringe, esôfago, estômago, intestino grosso e delgado. Nos pacientes com AIDS, a complicação mais comum é a coriorretinite, que pode levar à cegueira. Outras (comprometimento dos intestinos, do fígado e do sistema nervoso central – SNC), podem resultar em: perda do movimento dos membros inferiores e em mielite e encefalite.

SUGESTÃO CROMOTERÁPICA

Resumo

Popularmente conhecida como doença do beijo ou dos namorados, cuja transmissão se dá pela saliva. A infecção ainda pode se dar: durante a passagem pelo canal do parto, pelo leite materno e pelo contacto com outras crianças em berçários e creches.

É confundida com a gripe, e os sintomas são: febre alta (período vespertino, podendo chegar até 40°C), tosse, dor de garganta e cabeça e ínguas pelo corpo (linfoade­nomegalias junto ao pescoço), odinofagia (dor durante a deglutição dos alimentos), ca­lafrios, aumento do fígado (hepatite) e baço (esplenomegalia), presença de linfócitos atípicos, falta de apetite, descon­forto abdominal, náuseas e vômitos, ar­tralgias (dor nas articulações), cansaço, mal-estar e dores musculares. Cerca de 8% das pes­soas que contraem a doença pode apresentar o rash (irritação que deixa a pele com pontos vermelhos), parecidas com urticária, dentro de uma manifestação comum a outras doenças infecciosas denominadas de viro­ses exantemáticas (rubéola, sarampo e etc.), podendo aumentar entre 70% e 100% se for usado ampicilina ou penicilina como tratamento. Dura cerca de cinco dias e desaparece sem deixar cicatriz. Depois de invadir as células que revestem o nariz e a garganta, o vírus Epstein-Barr – EBV atinge os linfócitos B, glóbulo branco responsável pela produção de anticorpos.

Assim como ou­tros herpes-vírus, fica encubado no corpo após o desaparecimento dos sintomas, podendo ser reativado (recidiva) mais tarde, quando da debilidade do sistema imune do in­divíduo, qualificado como “imunosuprimidos” (pessoas cujas defesas imunológicas estão diminuídas), seja por: doença, infecção (SIDA ou AIDS), tratamento de câncer, trans­plante de órgão ou de medula (antirrejeição).

Seus efeitos são combatidos com: analgésicos, an­titérmicos, vitamina C, além de repouso e se necessário medi­camentos contra o enjôo. Dentro do tratamento ortomolecular recomenda-se: frutas, vegetais, legumes, vitaminas C e E e dos minerais Zinco e Selênio (ativa­dores do sistema imunológico).

SUGESTÃO CROMOTERÁPICA
COR LOCAL / TRATAMENTO
Primeira fase
VERDE / VIOLETA / AZUL Garganta (anti-infeccioso, combatendo a infecção de garganta, dentro da odinofagia) / Fígado + Baço (diante da hepatite e esplenomegalia) / Estômago (quando de náuseas e vômitos) / Local (para tratamento das ínguas).
VERDE / ÍNDIGO / AZUL Cabeça (analgésico, para dor de cabeça) / Corpo (antitérmico, no combate ao estado febril).
VERDE / VIOLETA / AZUL / ÍNDIGO / PRETA Local (para tratamento rash, inclusive para eliminar prurido).
VIOLETA Corpo (antivirótico e fortalecedor do Sistema Imunológico).
Segunda fase
VERMELHA / LARANJA / AMARELA Corpo (vitamínico, na presença de cansaço, mal-estar e dores musculares).
VIOLETA Corpo (fortalecedor do Sistema Imunológico).

LEMBRETES

Este artigo é da inteira responsabilidade de: Moriel Sophia – Cromoterapeuta – Sinaten 0880. Esta terapia auxilia o tratamento, mas não dispensa o “médico” e a presente sugestão somente deverá ser utilizada por aquele previamente diagnosticado por um profissional da saúde. Estas informações possuem apenas caráter educativo e é permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.

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