Trigger Point

Trigger Point

Trigger point

ou

Ponto Gatilho

O que são

São pontos sensíveis que podem causar dores no corpo inteiro, muitas vezes longe do ponto de origem, cujo foco irritável está na estrutura do tecido mole (fáscia do músculo), que gera dor referida quando estimulado por: deformação mecânica ou alongamento, contração ou palpação. É um ponto dentro do músculo ou tendão que é hiperirritado, que irradia e projeta dores para outras áreas no corpo, provocando alterações no sistema autônomo, como: aumento de secreção de suor, frio, lágrimas, saliva e arrepios. No corpo humano existem mais de 1000 deles, porém, somente 60 pontos apareçam com certa frequência e raros na sua maioria.  

Moriel Sophia  

Cromoterapeuta – Sinaten 0880  


  

  

São mais encontrados na região do músculo trapézio, com dor no: próprio músculo e atrás ou interior da orelha, na nuca e às vezes irradiada para o braço. Estes pontos tensos e doloridos ficam adormecidos nos: músculos, ligamentos, tendões, articulações e no esqueleto. Podem causar vários sintomas na estrutura locomotora do corpo, como: enxaquecas, torcicolo, tendinite, lombalgias, dores (nos braços, pernas e nervo ciático).  

Geralmente apresentam um sintoma particular traduzido pela clara sensação de “ardor” no músculo, associada ao resíduo metabólico “ácido láctico” que irrita os tecidos musculares. Este ardor é produzido pela quebra anaeróbica (sem oxigênio) do glicogênio (reserva energética e abundante nas células) no tecido muscular, que acontece com esforços repetitivos (lesões por esforços repetitivos – LER) ou estáticos de longa duração. Ora, se um músculo tem menos aporte de oxigênio, há um aumento de perdas do glicogênio, aumentando a irritabilidade na área. Quando este processo cíclico se instala, um ou mais nódulos de consistência fibrosa e dura (agregação do cálcio) pode se formar no tecido muscular.  

Anatomia

Nosso organismo é formado por mais ou menos 60% de massa muscular. Junto com os ligamentos são responsáveis por manter estruturas ósseas em funcionamento harmônico. Por serem muito exigidos se sujeitam a: desgastes, fadigas e lesões. No corpo respondem por praticamente todos os movimentos em contrações voluntárias (quando nos movemos) e involuntárias (quando o músculo entra em estado de espasmo, entre eles os pontos de gatilho).  

Onde se formam

Um alemão chamado Max Lange (década de 20) descobriu que nos músculos podiam aparecer pontos sensíveis e que o tecido nesses pontos se apresentava mais rígido que os circundantes, com diâmetro reduzido de até 5 mm, podendo ser latentes com ausência de dor ou  ativos doloridos quando palpados.  Podem se apresentar em indivíduos de ambos os sexos com maior incidência em pessoas de 30 a 50 anos de idade.  

Alguns estudos mostram  possíveis causas que podem levar ao surgimento dos nódulos de tensão ou ativá-los quando estiverem em estado latente: ao se realizar prática de atividades físicas, negligenciando a prática de exercícios de alongamento prévio ou principalmente posterior à atividade, estilo de vida sedentário, atividades rotineiras com pouca ou nenhuma variação, fadiga constante, rigidez muscular tardia e postura inadequada.  

Não raro, nódulos de tensão ou “triggers points” são encontrados, principalmente nos grupos musculares da região posterior do corpo, podendo também se manifestar em regiões musculares anteriores, a saber: a parte superior do trapézio, manguito rotador, esternocleidomastóide, elevador da escápula, iliopsoas, quadrado do lombo e glúteo médio.  

Especificamente, certos músculos estão mais aptos a desenvolvê-los do que outros, a saber: escalenos, trapézio, rombóides, angular da omoplata e pequeno peitoral. Estes sustentam o peso dos membros superiores e são bastante solicitados no dia a dia, principalmente em profissões sedentárias de escritório, tornando-os expostos a um esforço repetitivo diário desenvolvendo pontos gatilho com maior frequência.  

Alongamentos normalmente são dificultados pela presença de tais nódulos em decorrência do aumento da tensão na região acometida. Provavelmente devido à vasoconstrição muscular acompanhada de dor e redução da capacidade de oxigenação muscular, podendo até modificar o nível de contração muscular e seleção e recrutamento das fibras musculares comprometendo a funcionalidade da região.  

Como eliminá-los

Por definição, um ponto gatilho é um local no músculo altamente irritável que se apresenta rígido à palpação e que produz: dor, limitação na amplitude de alongamento, fraqueza sem atrofia e sem déficit neurológico.  

Podem ser extintos com o uso de diferentes tipos de manipulação, como: massagem ou automassagem local (com bolinhas de squash, tênis ou de fisioterapia manual) e exercícios de alongamento. Deve-se ter cautela quanto à pressão a ser empregada e o sentido adequado  dos exercícios de alongamentos. Com a melhora da circulação local pode ocorrer a diminuição ou até eliminação do estado de rigidez. Existem 3 tipos de pontos gatilho, cuja classificação ajuda a perceber a relação entre estes e os sintomas que desencadeiam, a saber:  

ativos: são fonte continua de dor e provocam um padrão de dor referida na digitopressão, ou seja, quando o ponto gatilho é pressionado com o dedo, com o indivíduo sentindo dor em outro local (dor referida). São mais comuns em mulheres entre 30 e 50 anos, mas são encontrados em todas as idades e também em homens. É o mais fácil de diagnosticar uma vez conhecidos os sintomas associados ou a zona de dor referida, como:  

no trapézio: podem provocar dor na base da nuca e que desencadeiam pontos locais que, por seu lado, irão desencadear dor em regiões referidas.  

no músculo esternocleidomastoideu: dor na região do músculo masseter e ativa pontos locais que irão desencadear novas zonas de dor referida.  

latentes: não provocam dor espontânea, mas a desencadeiam quando sujeitos a pressão ou apenas manipulados.  

satélite: que surgem na zona de dor referida de outros.  

Por seu lado, quando existem múltiplos pontos gatilhos (ativos com satélite), o diagnóstico e tratamento se complicam, tornando-se crucial saberem-se exatamente quais as zonas de dor referida e as diferentes relações entre eles.  

Mecanismo

Instalam-se num músculo toda vez que sobrecarregado e exigido além da sua capacidade de tolerância naquele momento, podendo ficar em latência por muito tempo ou anos. Para ativá-lo é bastante que se some a ele uma situação de estresse físico e/ou emocional e uma nova sobrecarga muscular.  

Quando ativado, produz um espasmo doloroso em algumas fibras do músculo, que se complica quando o sistema nervoso intervém após receber o sinal de dor, exigindo que o músculo se contraia numa tentativa de defendê-lo, produzindo mais dor. Fecha-se então um ciclo vicioso, compreendido pela sistemática de que quanto mais dor for produzida pela contração, mais contração o sistema nervoso pede ao músculo. E o que começou com algumas fibras, logo envolve o músculo inteiro e até mesmo outros próximos, abrangendo toda uma região.  

As causas mais comuns de ativação são: movimentos repetitivos, sobrecarga, desequilíbrio na articulação, frio/vento, movimentos rápidos, contração muscular extrema por muito tempo, outros trigger points, trauma, doenças e estresse.  

Fisiopatologia 

A teoria mais aceita é a liberação de Ca2+ (íon do cálcio), pois este é armazenado no retículo endoplasmático das células, atuando como mediador intracelular que intervém na contração dos músculos. Afirma que os pontos ativos podem ser iniciados por um trauma que localmente abre o retículo sarcoplasmático, liberando Ca2+, que se combina com o trifosfato de adenosina – ATP para continuamente ativar os mecanismos locais de contração, gerando deslizamento e interação de actina e miosina (proteínas para contração muscular) com encurtamento do feixe muscular afetado. Isto causa contratura local (banda tensa), ou seja, a ativação de miofilamentos sem atividade elétrica e controle neurogênico. Esta atividade gera alto gasto energético e colapso da microcirculação local. O consumo energético sob condições de isquemia leva à depleção (esgotamento) de ATP (transportadora de energia) o que impede a recaptação do Ca2+ pelo retículo (pequena rede), tornando-se um ciclo vicioso autosustentado (Musse, 1995).  

A fisiopatologia da formação desses pontos dolorosos ainda não está bem explicada, mas algumas teorias ajudam a entender a possível causa de suas formações. Duas teorias se destacam:  

a dos botões sinápticos disfuncionais: prega que, por algum motivo, os botões sinápticos libera em excesso a catecolaminas (hormônios reguladores do metabolismo), despolarizando a membrana pós-sináptica, levando a uma estado de contração local sustentada.  

a da crise energética: diz que num processo onde há ruptura do retículo sarcoplasmático, há também liberação de cálcio que, por sua vez, entra em contato com as proteínas contráteis levando a um estado de contração local sustentada.  

A circulação sanguínea normal é capaz de reverter os dois processos citados, mas numa circulação deficitária, intensificam-se gerando um círculo vicioso. As duas teorias, conjuntamente, explicam a formação dos pontos-gatilho.  

Prevenção

O sedentarismo ou trabalhos repetitivos são fatores que podem ativar tais pontos. Portanto, se sua atividade requer uma tensão muscular regular e prolongada (trabalho ao computador, falar ao telefone, ficar muito tempo sentado, estresse e etc.) tem mais propensão a formá-los, por isso, exercite-se com frequência (um músculo oxigenado e flexível é mais saudável) e descanse de hora em hora no trabalho, fazendo alongamentos suaves e lentos e andando alguns metros. Pessoas ativas e que se alongam apresentam uma musculatura com menor risco de ativá-los.  

Tratamento

Dentre os problemas trazidos pelos pontos gatilhos estão a perda de força, pela relação desses pontos com a diminuição de sarcômeros (contração muscular) relacionados, que podem causar a perda de flexibilidade e a diminuição da amplitude de movimento da articulação envolvida com a musculatura. A hipomobilidade de uma articulação levará a hipermobilidade de outra, traduzindo num processo de compensação pelo sistema musculoesquelético. Como as articulações envolvidas não apresentam sua cinemática (movimento) normal, a propiocepção (envio de estímulos) também pode estar prejudicada. Além da sintomatologia da dor que pode ser confundida com outras síndromes clínicas como: cefaléias, dores ciáticas, dores carpais e etc.  

Em situações normais, os recursos terapêuticos da osteopatia (doença dos ossos) podem eliminá-los do tecido muscular, aliviando a sintomatologia do paciente. Um dos princípios desta técnica é encontrar no tecido muscular a área atingida e trata-la usando injeções de solução salina nestes pontos.  

Foi descoberto mais tarde que era possível desativa-los usando apenas a pressão direta sobre eles, a saber: pressioná-lo por mais ou menos dez segundos, com calma e sensibilidade (por ser bem doloroso) e alongar os músculos atingidos para devolver-lhes a extensão normal de alongamento. É um procedimento bem simples, somado a um bom conhecimento de miologia (anatomia dos músculos) e cinesiologia.  

Outro procedimento é o de injetar anestésico local profundamente neste ponto indo até a massa muscular associado ou não à cortisona.  

SUGESTÃO CROMOTERÁPICA

São pontos sensíveis que podem causar dores no corpo inteiro, muitas vezes longe do ponto de origem, um ponto dentro do músculo ou tendão hiperirritado, provocando alterações no sistema autônomo, como: aumento de secreção de suor, frio, lágrimas, saliva e arrepios.  

Ficam adormecidos nos: músculos, ligamentos, tendões, articulações e no esqueleto. Podem causar vários sintomas na estrutura locomotora do corpo, como: enxaquecas, torcicolo, tendinite, lombalgias, dores (nos braços, pernas e nervo ciático).  

SUGESTÃO CROMOTERÁPICA
COR LOCAL / TRATAMENTO
VERMELHA Frontal – 5 segundos (para elevar a consciência de si mesmo e retirar o estupor).
VERDE / ÍNDIGO / AZUL Cabeça (diante da enxaqueca) / Local (anestésico na dor intensa, bem como, nos torcicolos e lombalgias, ciático e dores em geral).
VERDE / VIOLETA / AZUL Local (anti-infeccioso e anti-inflamatório).
VIOLETA Corpo (fortalece o Sistema Imunológico).

LEMBRETES

Este artigo é da inteira responsabilidade de: Moriel Sophia – Cromoterapeuta – Sinaten 0880. Esta terapia auxilia o tratamento, mas não dispensa o “médico” e a presente sugestão somente deverá ser utilizada por aquele previamente diagnosticado por um profissional da saúde. Estas informações possuem apenas caráter educativo e é permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.

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