Vitaminas: Introdução + Vitamina A

Vitaminas: Introdução + Vitamina A

VITAMINAS

               O estudo das vitaminas e do metabolismo mineral pertence legitimamente ao campo da Bioquímica. Como será visto na seqüência de temas sobre o assunto, a administração de vitaminas e sais minerais pode ser um valioso instrumento terapêutico, mas necessitam sempre de orientação de um médico.

               São normalmente denominados micronutrientes, sendo essenciais a uma dieta balanceada. Para as reações químicas vitais de extração energética dos alimentos são necessários ao organismo em pequenas quantidades. A falta deles pode causar problemas de saúde e causar doenças.

Moriel Sophia

Cromoterapia – Sinaten 0880

               Os minerais estão presentes nas células e fluídos biológicos do nosso corpo, sendo componentes principais dos ossos e dentes e são reguladores de algumas reações químicas que ocorrem em nosso organismo. Dentre eles podemos citar: cálcio, potássio, magnésio, fósforo, ferro, cobre, manganês, iodo, entre outros.

               As vitaminas ativam a oxidação dos alimentos, as reações metabólicas e facilitam a libertação e a utilização de energia. Podem atuar na fixação de cálcio e potássio e favorecer a assimilação dos alimentos. São importantes ao crescimento e manutenção das atividades vitais.

               As vitaminas hidrossolúveis, como vitamina C, vitaminas do complexo B, ácido fólico entre outras são componentes de sistemas de enzimas essenciais. Várias estão envolvidas em reações de manutenção do metabolismo energético.

               As vitaminas lipossolúveis, A, D, E e K, tem um papel fisiológico separado e distinto.  A vitamina A serve para possibilitar a ocorrência de reações fotoquímicas da visão. A vitamina D regula o metabolismo de cálcio e fósforo. A vitamina E serve como antioxidante. A vitamina K tem funções regulatórias na coagulação sanguínea.

               O conhecimento sobre as vitaminas e seu papel na saúde humana e sobre as síndromes de deficiência vitamínica aumentou consideravelmente. Pesquisas recentes mostraram que elas podem também ter função preventiva contra doenças como o câncer.

VITAMINAS 

Introdução

               O nome surgiu através do bioquímico polonês Kazimierz Funk (1912), que se baseou na palavra latina vita (vida) e no sufixo –amina, usado para descrever substâncias do grupo funcional amina, pelo fato de que o pensamento da época era de que todas as vitaminas eram aminas. Funk a denominou de vital amin ouamina vital, que acabou sendo abreviada para “vitamine” (em inglês) depois modificada para “vitamin“, nome este que acabou vingando para essa classe de substâncias, apesar de ter sido descoberto que a maioria delas não são aminas. Em português não houve modificação semelhante.

               A primeira descrita foi a vitamina A seguida, evidentemente, pela descoberta da vitamina B. Como ela é composta de diversos elementos, as demais se seguiram: vitamina B1, vitamina B2, vitamina B3 e, sucessivamente, mais algumas, daí surgindo a denominação “Complexo B.

               A utilização de letras para diferenciá-las surgiu antes do nome “vitamina” e foi inventada pelo cientista americano Elmer McCollum, que designou “A-solúvel em gordura” e “B-solúvel em água” aqueles diminutos compostos que curavam doenças.

               Estruturalmente, por serem compostos formados pela substituição de um ou mais átomos de hidrogênio por radicais orgânicos na molécula da amônia – NH3, sua maioria possui compostos nitrogenados, as aminas, que o organismo não é capaz de sintetizar. Se faltarem na nutrição ocorrerá manifestações de carência no organismo. O corpo humano recebe as vitaminas através da:

alimentação: por administração exógena (injeção ou via oral).

formadas na flora intestinal: aproveitamento de algumas vitaminas que podem ser produzidas nos intestinos de cada indivíduo pela ação da flora intestinal sobre restos alimentares. 

               Portanto, há necessidade de se manter um equilíbrio na ingestão destas, podendo surgir manifestações classificadas como doenças carenciais, devido: redução de ingestão, diminuição da absorção, pelas alterações da flora intestinal, alterações do metabolismo e pelo aumento de consumo. São do tipo:

avitaminose: corresponde a qualquer doença provocada por carência total de uma ou várias vitaminas.

hipervitaminose: excesso de vitaminas, advindas de uma conseqüência da ingestão ou administração exagerada.

hipovitaminose: é a insuficiência ou falta parcial de vitaminas. 

                Para se manter vivo, o homem sabe que seu organismo não é capaz de sintetizar em quantidades significativas muitas substâncias, daí a necessidade de serem obtidas através de: alimentos, bebidas ou suplementos vitamínicos.

               São nutrientes muito importantes para o funcionamento do corpo e à proteção de numerosas doenças, sendo que, os humanos precisam de 13 tipos diferentes de vitaminas. As carências podem provocar deformações orgânicas e mesmo doenças graves. As exceções são: a vitamina D, sintetizada no organismo em uma escala limitada e as vitaminas B12 e K, sintetizadas pela flora bacteriana no intestino. São substâncias químicas complexas, exceção feita à D, pois ela pode ser produzida na pele diante da exposição à luz solar. 

               As quantidades diárias de cada uma delas é pequena e existem quadros específicos que informam as doses exatas, incluindo para: tiamina, folato, riboflavina, niacina, vitaminas A, B6, B12, C e D.

               Sem elas as reações metabólicas em nosso organismo ficariam tão lentas que não seriam efetivas. Algumas delas (C, E e A) têm um papel antioxidante diminuindo a ação nociva dos radicais livres e sua ausência facilita o aparecimento de doenças e o mau funcionamento do organismo (avitaminoses).

               Podem ser divididas em dois grupos:

hidrossolúveis: quando solúveis em água e encontradas em alimentos não gordurosos e ricos em água (frutas e vegetais). São absorvidas pelo intestino e transportadas pelo sistema circulatório até os tecidos em que serão utilizadas. O grau de solubilidade varia de acordo com cada uma e influi no caminho que essa substância percorre no organismo. Quando ingeridas em excesso, são armazenadas nos tecidos orgânicos, em quantidade limitada, mas a maior parte é secretada na urina e raramente causam intoxicação. Estes tipos se perdem com o passar do tempo e por esta razão, os alimentos frescos e pouco cozidos têm melhor suprimento de vitaminas. O armazenamento de vitamina K e da maioria das hidrossolúveis é relativamente baixo e em especial às do complexo B, pois quando uma dieta é deficiente os sintomas clínicos dessa deficiência podem muitas vezes ser reconhecidos em poucos dias. Quanto à falta de vitamina C, pode originar sintomas em poucas semanas e causar a morte pelo escorbuto em 20 a 30 semanas.

lipossolúveis: quando solúveis em gorduras, encontradas em alimentos gordurosos, já que suas estruturas químicas permitem que elas sejam dissolvidas nelas. São absorvidas no intestino humano com a ajuda de sais biliares segregados pelo fígado e transportados às diferentes partes do organismo através do sistema linfático. O corpo armazena uma quantidade maior de lipossolúveis do que de hidrossolúveis, sendo que:

vitaminas A e D: são armazenadas, sobretudo no fígado, podendo causar sérios problemas de intoxicação quando em altas doses. A quantidade delas neste órgão pode bastar para manter uma pessoa, por 6 meses, sem qualquer ingestão.

vitamina E: nos tecidos gordurosos e nos órgãos reprodutores em menor escala. 

Vitaminas não-humanas

               Diferentes organismos precisam de substâncias orgânicas diferentes. A lista de vitaminas nesse artigo se refere aos humanos e maioria dos mamíferos precisa, com poucas exceções, das mesmas. A grande diferença é que a maioria dos mamíferos é capaz de sintetizar a C, sendo o ser humano uma das poucas exceções. Quanto mais distante dos mamíferos uma espécie se encontra na escala evolutiva, mais diversos se tornam os requisitos de vitaminas. Algumas bactérias, por exemplo, precisam obter a adenina do meio em que vivem.

História

               São necessárias ao bom funcionamento do organismo em quantidades diminutas e contidas nos alimentos, em pequenas quantidades também o que dificultou seu reconhecimento pelos cientistas. Somente no século passado é que as primeiras foram claramente identificadas, mas as doenças causadas pela sua falta são conhecidas da humanidade já há muitos anos.

               O fato de que certos alimentos são necessários para manter a saúde ou para evitar algumas doenças é conhecido há muito tempo. Um breve passeio no tempo nos dará a cronologia do conhecimento sobre as vitaminas, a saber:

Século XVIII: a partir deste século, demonstrou-se que a suplementação alimentar com frutas cítricas (laranjas e limões) evitava o escorbuto.

Século XIX: foi determinado que a ingestão de arroz integral (em substituição ao arroz polido) prevenia a ocorrência de beribéri. Descobriu-se que o fígado cru de boi, também prevenia e tratava a anemia perniciosa e que o óleo de fígado de bacalhau era excelente para o raquitismo.

Século XX: até este século não eram conhecidas as causas destas doenças e ainda mais, da: pelagra e a cegueira noturna. 

               Os médicos acreditavam que eram de natureza infecciosa, pois afetavam muitas pessoas de uma mesma comunidade, como por exemplo, os habitantes pobres da Londres vitoriana, presente tanto ns crianças de um orfanato como nos marinheiros de navios por longo tempo de permanência no mar. Os tratamentos, portanto, eram totalmente inadequados e não curavam ninguém.

               Foi uma consequência natural para os cientistas do Século 20 determinar que esse poder curativo dos alimentos fosse devido a substâncias químicas que estavam presentes em alguns deles, mas faltavam em outros, através do conhecimento advindo das metodologias recém desenvolvidas, como a bioquímica e nutrição experimental. Assim temos:

Em 1906: o bioquímico inglês Frederick Gowland Hopkins demonstrou a existência desses fatores acessórios nos alimentos.

Em 1911: o químico polonês Kazimierz Funk descobriu  na casca do arroz um fator antiberibéri (que hoje sabemos ser a vitamina B6 ou niacinamida), que era capaz de corrigir a doença experimentalmente em animais e seres humanos.

Em 1912: depois de várias pesquisas semelhantes, os pesquisadores citados propuseram a hipótese da deficiência de vitaminas, ou seja, que várias doenças poderiam ser causadas pela falta de uma quantidade mínima dessas substâncias. 

               Assim, as que conhecemos hoje foram isoladas e identificadas por experimentos realizados por eles, nos quais, os animais eram privados de certos tipos de alimentos, reproduzindo em laboratório o: raquitismo, o escorbuto e a pelagra.

Doenças Mortais

               São as doenças causadas pela falta de vitaminas, pragas conhecidas há muito tempo pelo homem, mas que passaram por um grande aumento no início dos Grandes Descobrimentos.

carência de vitamina C: a incidência aumentou com o desenvolvimento das naves de longo curso (as caravelas), onde os marinheiros podiam ficar meses no mar sem tocar terra, com a privação do acesso a alimentos frescos, mais vitamínicos. A alimentação de bordo dos navegantes como Colombo, Pinzón, Magalhães, Vasco da Gama, Cabral, entre outros, era constituída basicamente de: bolachas secas, água, vinho e carne salgada. Assim, a vitamina C era totalmente ausente da alimentação. Em uma das frotas de Magalhães, dos 400 marinheiros, sucumbiram 360 deles diante do escorbuto, doença aguda ou crônica devida a uma carência de vitamina C durante a viagem. Os marinheiros caiam doentes depois de um ou dois meses no mar:

gengivas: inflamavam-se e inchavam, apodrecendo com um tremendo mau-hálito.

dentes: caíam todos.

pele: mucosas com feridas e hemorragias.

morte: sobrevinha pela fraqueza e anemia.

falta da Vitamina B1 ou Tiamina: em 1900, Christian Eijkman, um oficial médico holandês vivendo em Java, demonstrou pela primeira vez que o beribéri, polineurite devida à carência de vitamina B1 (tiamina), caracterizada por distúrbios sensitivos e motores (paralisia especialmente dos membros inferiores), circulatórios (formação de edemas, problemas cardíacos) e secretores, era uma deficiência nutricional, ao tratar galinhas com arroz polido com sintomas semelhantes à polineurite humana.A primeira descrição clínica desta doença foi feita pelo médico holandês Nicolaas Tulp (1652). Ele tratou um jovem holandês que tinha adquirido uma doença que os nativos do Pacífico chamavam de beribéri (significando “fraqueza extrema” em singalês) e que é uma forma de polineurite (inflamação da bainha dos nervos) causada pela falta da vitamina B1 ou tiamina. Prevalecia muito entre os povos da Ásia (China, Japão, etc.), pois a dieta baseada quase que tão somente em arroz sem casca era típica dos pobres da região e, curiosamente, também dos marinheiros japoneses: em 1867, o beribéri entre eles foi eliminado, com a adição de vegetais, peixe e carne à dieta dos marinheiros. Os sintomas incluem: perda de apetite, extrema fraqueza, problemas digestivos e diminuição da sensibilidade nas extremidades, atrofia progressiva dos nervos longos, dos músculos das pernas e dos braços, e edema (causado por insuficiência cardíaca). Alcoólatras também podem ser afetados pela deficiência desta vitamina, porque em geral obtém todas as calorias que necessitam a partir do álcool e não ingerem alimentos saudáveis. Quando em fase terminal, estes apresentam gravíssimos sintomas que recebe o nome de “Síndrome de Wernicke-Korsakoff” e inclui a destruição de parte do sistema nervoso, levando a perda de memória e outros efeitos neurológicos.

Formas de conservação das vitaminas

               Algumas vitaminas, particularmente as solúveis em água são perdidas com o passar do tempo. Por esta razão, os alimentos frescos e pouco cozidos têm melhor suprimento de vitaminas. A vitamina C, por exemplo, é destruída pelo calor e a B1 (tiamina) é sensível à luz.

               Os vegetais congelados são geralmente melhores fontes porque são resfriados logo após a colheita e as vitaminas são preservadas. Já os vegetais frescos podem permanecer em trânsito ou no mercado por dias antes de serem vendidos ou ficar armazenados em casa antes de serem consumidos.

Os atletas e as vitaminas

               Os atletas devem prestar atenção no consumo de B1, B2 e niacina, uma vez que os músculos, enquanto trabalham, produzem o ácido pirúvico, uma substância que sem a vitamina B1 se transforma em ácido láctico. As B2 e niacina agem na obtenção de energia em exercícios de baixa intensidade e longa duração. Por outro lado, os corredores também devem ficar atentos à ingestão de vitaminas antioxidantes (C, E e betacaroteno), pois seu organismo tende a produzir os radicais livres e maior quantidade.

Necessidades vitamínicas 

               O estilo de vida moderno e o corre-corre diário acabam por nos ditar comportamentos que coincidem numa alimentação incorreta que se junta ao estresse ao provocar uma descarga de hormônios que atrapalham a ação das vitaminas. Tais fatos contribuem em muito para que nosso organismo não tenha à sua disposição a quantidade ideal.

               Entretanto, a partir de muitos estudos em populações saudáveis, foi elaborada pelo Food and Nutrition Board – FNB uma tabela de recomendações nutricionais, chamada de RDA, a qual estabelece valores capazes de cobrir as necessidades da maior parte da população. A maior parte dos médicos e nutricionistas segue tais recomendações do departamento de agricultura do governo americano (USDA). Essas recomendações variam entre diferentes grupos de pessoas, dentre as quais precisam de quantidades diferentes de vitaminas, como: adultos, gestantes, mães amamentando.

               Tais exigências variam muito, segundo a natureza de cada pessoa, como:

compleição física: quanto maior o porte do indivíduo, maior a carência.

pessoas em crescimento: precisam normalmente de maiores quantidades do que outras.

exercícios físicos: quando uma pessoa os realiza, aumentam as carências.

doença e febres: geralmente durante essas ocorrências as necessidades são maiores.

quantidades de glicídios: quando quantidades superiores à normal são metabolizadas, as carências de tiamina e talvez de alguma outra do complexo B aumentam.

gravidez e a lactação: a exigência de vitamina D para a mãe aumenta muito, o que também ocorre durante o período de crescimento da criança. 

               Porém, este tem sido um tema muito polêmico, uma vez que alguns pesquisadores de renome recomendam superdoses para combater os radicais livres, entre eles:

Linus Pauling: cientista americano e ganhador dos: Prêmio Nobel de Química (1954) e da Paz oito anos mais tarde. Ele se autoprescreveu 10 gramas diários de vitamina C, equivalentes a duzentos copos de suco de laranja. Recomendava hiperdosagens de vitamina C para combater: resfriados, gripes, prevenir o câncer e outras doenças degenerativas.

Dr. Kenneth Cooper: também adepto das superdoses, recomendava um coquetel antioxidante diário à base de vitaminas. 

               Na verdade, é nebulosa a área entre o necessário à saúde e os excessos nocivos. Os adversários das megadoses argumentam que o corpo humano não precisa mais do que poucos miligramas de vitamina C por dia, sendo o excesso eliminado pela urina. Stephen Lawson, médico americano e diretor do Instituto Linus Pauling de Pesquisas, rebate dizendo que ela leva seis horas até ser eliminada, portanto, período este que fica ativa, circulando pelo sangue. Sendo assim a melhor estratégia ao se tomar um suplemento vitamínico é fazê-lo através da ingestão em doses menores ao longo do dia.

               O Instituto Nacional de Saúde, nos Estados Unidos, revelou que o hábito de comer vegetais ricos em vitamina C diminui 13% o risco de enfartes e se a esse bom hábito for somado a ingestão de comprimidos a incidência despenca 37%. Desconhece-se a dose extra e exata para se obter esse efeito preventivo, mas não modifica o fato da possibilidade de redução em 37% de chances de se morrer do coração.

               Existem alguns pontos centrais quanto ao debate em questão, a saber:

altas doses: não estão comprovados os benefícios de quantidades diárias muito maiores que as recomendadas.

solúveis em gorduras: doses altas de podem ser prejudiciais.

vitaminas e sais minerais: alguns indivíduos têm um risco de deficiência, como as mulheres grávidas e os vegetarianos e podem se beneficiar de suplementos com as doses corretas.

folato na gravidez: o ácido fólico atua na formação de produtos intermediários do metabolismo, que por sua vez estão envolvidos na formação celular, presente na síntese do DNA e RNA, com um papel na formação e maturação das hemácias e leucócitos. Seu uso pode reduzir os riscos de se ter um bebê com espinha bífida.

doenças cardíacas e alguns cânceres: pesquisas encontraram uma relação entre um baixo consumo de vitaminas e sais minerais ao aparecimento de tais doenças. Acredita-se que 5 porções diárias de frutas e vegetais podem reduzir tal risco.

Preparo dos alimentos 

               Além disso, o modo de preparo dos alimentos faz com que percam nutrientes e vitaminas, uma vez que são sensíveis a alterações: de calor, umidade, luz, presença de oxigênio, deficiências do armazenamento. É o que plenamente ocorre com a C e o complexo B, por serem hidrossolúveis se diluem na água do cozimento ou se perdem no vapor. De acordo com o Dr. Keneth Cooper o melhor meio para cozimento e que preserve as vitaminas antioxidantes dos alimentos são: forno de microondas, vapor e refogamento. Cooper aconselha o cozimento brando a vapor ou com pequena quantidade d’água, para alimentos com elevado teor de beta-caroteno (precursor da vitamina A) como: cenouras, batata doce, brócolis e espinafre. Somente 1% do beta-caroteno da cenoura é utilizado pelo corpo, entretanto um cozimento brando pode aumentar a absorção ao auxiliar a digestão.

               Com relação à vitamina C presente no brócolis, estudos mostraram que 27-62% são perdidos quando fervidos em grandes quantidades de água. Em compensação, perde-se apenas 10-20% durante o cozimento em microondas. Já a E pode se degradar ou ser destruída durante o processo de fritura.

Efeitos colaterais 

betacaroteno: espécie de vitamina A desmontada e que o corpo só monta quando tem necessidade. Por ser altamente tóxica, deve-se ter o cuidado para não adquirir suplementos de vitamina A, mas sim de betacaroteno. Se utilizado por pessoas que ingerem bebidas alcoólicas, pode intensificar as lesões hepáticas causadas pela utilização de álcool.

vitamina C: em altas doses pode causar diarréia. Outros possíveis efeitos colaterais são: dores abdominais, cólicas, náuseas, azia, dor de cabeça, sangramento nasal, rubor facial e mucosa seca. Pessoas com história de cálculos renais também devem ter cautela ao utilizar suplementos.

vitamina E: sua suplementação não é recomendada para pacientes que estejam recebendo terapia anticoagulante, como aqueles com problemas cardíacos, quando do uso de medicamentos como aspirina, por ser ela, também, um anticoagulante, o que exacerbaria tal efeito no sangue. 

               Segundo o Dr. Kenneth Cooper a maioria dos que seguem a sua tabela de suplementação vitamínica não se queixa de efeitos colaterais. Entretanto deve-se ficar atento para possíveis reações adversas.

Polivitamínicos

               Muitas pessoas estão usando vitaminas (especialmente as “importadas”) para prevenir o envelhecimento ou procurando uma saída para o cansaço e a desmotivação. Esses últimos podem ter origem em uma infinidade de doenças orgânicas, o que torna a ingestão dos polivitamínicos perigosa.

               Quanto à prevenção de envelhecimento, o princípio para administração de vitaminas é de que elas retiram os radicais livres (ver: artigo em outros) do organismo que são formados quando estamos com certas anomalias e ingeridos com nossa alimentação, já que nossa comida sofre modificações durante o processo de industrialização.

               Cuidado com a vitamina A, lendo as composições de alguns polivitamínicos, pois alguns trazem a mistura de betacaroteno e vitamina A, sendo o betacaroteno não tem contra-indicações e a vitamina A sim. 

VITAMINA A 

               Foi identificada a existência desta vitamina em 1913, pelo bioquímico americano George Wald (1906-1997). Descobriu que é um componente importante dos pigmentos da retina (1933). Nos anos 50, Wald e colaboradores elucidaram as reações químicas envolvidas na visão e demonstraram seu funcionamento na síntese dos três pigmentos da visão colorida e que a cegueira de origem genética às cores (daltonismo) é causada pela ausência de um deles.

               É um composto lipossolúvel que auxilia na formação e manutenção: dos dentes, tecido esquelético e partes moles, membranas mucosas e pele. Também pode ser necessária para a reprodução e lactação. O betacaroteno, com propriedades antioxidantes, é um de seus precursores. Lipossolúvel significa que é solúvel na gordura e para que seja absorvida pelo organismo necessita de gorduras e óleos. É essencial para uma vida saudável e trabalha em conjunto com outras vitaminas (B, D e E) e os minerais: cálcio, fósforo e zinco. A vitamina A ocorre nos tecidos animais como retinol, em sua condição pré-formada, ou seja, pronta para ser usada pelo organismo. É chamada de “anti-infecciosa“, uma vez que as estruturas epiteliais lesadas freqüentemente se infectam, como: a dos olhos, dos rins ou das vias respiratórias. Como participante da família de moléculas denominadas ácidos retinóicos, são distinguidas três formas:

retinóis: obtidos de fontes animais, como a carne e os laticínios. É tóxico em grandes doses, mas o maior prejuízo é causado por sua acumulação. A toxidade pode causar danos ao fígado e aos ossos e causa defeitos de nascimento. Durante e depois da gravidez a parturiente não deve tomar suplementos ou ingerir grandes quantidades de retinol.

betacarotenos: são encontrados em vegetais verde-escuro, laranjas e amarelos como o espinafre e as cenouras. As fontes vegetais de beta-caroteno são pobres em gordura e colesterol e sua conversão de beta-caroteno em vitamina A é regulada pelo organismo de acordo com as suas necessidades.

carotenóides: Alguns carotenóides são pró-vitamínicos A, sendo o mais importante o beta-caroteno, seguido do alfa-caroteno.

Funções

               A função básica da vitamina A no metabolismo não é conhecida, a não ser em relação ao seu uso, na formação de pigmentos visuais da retina e prevenir a cegueira noturna. É um micronutriente que desempenha papel essencial: na visão, crescimento, formação óssea, desenvolvimento e manutenção do tecido epitelial (pele excelente e cabelos saudáveis), dentes e gengivas, processo imunológico e reprodução. Atua no funcionamento adequado do sistema imunológico (defesa do organismo contra doenças, em especial as infecciosas), mantém saudáveis as mucosas (cobertura interna do corpo que recobre alguns órgãos como: nariz, garganta, boca, olhos, estômago) e que também atuam como barreiras de proteção contra infecções. Estudos recentes a apontam como antioxidante (combate os radicais livres que aceleram o envelhecimento e que estão associados a algumas doenças).

Principais fontes

               É encontrada em alimentos de origem:

animal: vísceras (fígado e rins), gemas de ovos e leite integral e seus derivados (manteiga e queijo), bem como, bacalhau, sardinha e óleo de fígado de peixe. Excetuando-se o leite desnatado enriquecido com vitamina A, todas essas fontes são ricas em gorduras saturadas e colesterol.

vegetal: sob a forma de carotenóides (precursores de vitamina) os quais, no organismo se converterão em vitamina A. Em geral, frutas e legumes amarelos e alaranjados e vegetais verde-escuros são ricos em carotenóides: abóbora/jerimum, acelga, alface, batata-doce, brócolis, cajá, caju maduro, cenoura, chicória, couve, damasco, escarola, espinafre, goiaba vermelha, mamão, manga, melão, salsa, toronja e a maioria das folhas verdes. Alguns frutos de palmeiras e seus óleos também são muito ricos em vitamina A, a saber: dendê, buriti, pequi, pupunha, tucumã. Quanto mais colorida for a fruta ou verdura maior a quantidade de beta-caroteno.

Doenças

               De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS, cerca de 2,8 milhões de crianças em idade pré-escolar no mundo são clinicamente afetadas pela deficiência de vitamina A – DVA. Estima-se que de 250 a 500 mil crianças tornem-se cegas todos os anos, sendo que cerca da metade morrem antes de completar um ano de vida. Dados dos últimos vinte anos indicam que tal deficiência é um problema de saúde pública no Brasil, principalmente nas regiões: Norte, Nordeste e Sudeste. A população infantil do Nordeste é identificada como a mais vulnerável ao problema, uma vez que entre 16% a 55% das crianças apresentaram níveis séricos de retinol baixo, caracterizando uma carência endêmica.

               As doenças previstas para a vitamina A têm a haver com a quantidade ideal existente no organismo humano, tratadas como causas da deficiência e que só podem ser confirmadas por profissionais de saúde, em vista de que muitos dos sinais são comuns a outras doenças e que podem ocorrer por:

amamentação ou desmame precoce: o leite materno é rico em vitamina A e é o alimento ideal para crianças até seis meses de idade.

alimentação: consumo insuficiente de alimentos ricos em vitamina A.

gordura: consumo insuficiente de alimentos que contenham gordura, uma vez que o organismo humano necessita de uma certa quantidade para manter diversas funções essenciais em bom funcionamento, sendo que uma delas é permitir a absorção de algumas vitaminas chamadas lipossolúveis, tais como: A, D, E e K. 

infecções frequentes: as infecções que acometem as crianças é um problema de sinergismo entre episódios infecciosos e a carência de vitamina A, onde da diminuição do apetite passam a ingerir menos alimentos, acarretando deficiência em função da elevação das necessidades orgânicas desta vitamina, reduzindo ainda mais os estoques no organismo e desencadeando ou agravando o estado nutricional. 

               Quando da falta, o corpo apresenta os seguintes sinais: visão deficiente à noite, sensibilidade à luz, redução do olfato e paladar, ressecamento e infecção na pele e nas mucosas e estresse. A que está relacionada com a carência de vitamina A é a:

xeroftalmia: ou “olho seco” é uma doença caracterizada pela não produção de lágrimas, com endurecimento da córnea, tornando-a semi-opaca e prejudicando a visão, principalmente durante a noite. Não só a visão é prejudicada, mas também o revestimento dos pulmões, do intestino e outros tecidos.  É uma avitaminose causada pela falta desta específica vitamina em nível dietético, bioquímico ou clínico, com repercussões sistêmicas que afetam as estruturas epiteliais de diferentes órgãos, sendo os olhos os mais atingidos. Trata-se, na verdade, do nome genérico dado aos diversos sinais e sintomas oculares:

mancha de Bitot: são manifestações mais acentuadas, com a formação de um depósito espumoso na esclera e a córnea pode endurecer e cicatrizar, acarretando a cegueira permanente. Correspondem a áreas brancas acinzentadas, superficiais, na conjuntiva bulbar, que consistem de células inflamatórias e epitélio queratinizado. Normalmente localizada na parte exposta da conjuntiva e a xerose (estado de ressecamento patológico da pele ou das membranas mucosas).

xerose corneal: nos estágios mais avançados a córnea também está afetada, caracterizada pela perda do brilho, assumindo aspecto granular e ulceração da córnea. Ulceração progressiva pode levar à necrose e destruição do globo ocular provocando a cegueira irreversível, chamado de ceratomalacia (lesão na córnea, prefigurada pelo surgimento de pontos xeróticos na conjuntiva, ressecados e esclerosados, que acaba por se tornar esclerosada e insensível).

cegueira noturna: ou nictalopia, é a forma clínica mais precoce, onde um dos epitélios (revestimento ocular)  é severamente afetado e a criança não consegue boa adaptação visual em ambientes pouco iluminados. Ocorre porque esta vitamina faz parte da cadeia de síntese da rodopsina ou púrpura visual (chamada assim pela sua cor), uma das substâncias usadas no mecanismo de visão de alta sensibilidade pelos bastonetes (células visuais da retina). A pessoa afetada enxerga melhor de dia, em cores (visão que depende dos cones, outro tipo de célula da retina), mas fica cega à noite, por ter afetada a visão dos bastonetes. Apenas 6 mg por dia são suficientes para preveni-la.

Precauções

               O excesso de vitamina A pode ser tóxico, quando é tomada em única dose (intoxicação aguda) ou durante um período prolongado (intoxicação crônica), cujo excesso é armazenado junto ao fígado. Este excesso recebe o nome de hipervitaminose e que produz manifestações como: pele seca, áspera e descamativa, fissuras nos lábios, ceratose (afecção da pele caracterizada por hipertrofia da camada córnea da epiderme) folicular, dores ósseas e articulares, dores de cabeça, tonturas e náuseas, queda de cabelos, cãibras, lesões hepáticas e paradas do crescimento, além de dores ósseas. Podem surgir, também: falta de apetite, edema, cansaço, irritabilidade e sangramentos. Aumento do baço e fígado, alterações de provas de função hepática, redução dos níveis de colesterol e HDL colesterol também podem ocorrer. Já foram observados casos de envenenamentos fatais pela ingestão de fígado de urso polar. Alguns exploradores da região ártica, poucas horas após terem consumido fígado de urso polar ou de foca, ambos ricos em vitamina A, apresentaram: sonolência, irritabilidade, cefaléia e vômito.

               É recomendada muita cautela no uso desta, principalmente quanto às megadoses, uma vez que em excesso também é prejudicial ao organismo, bem como, grande cuidado deve ser dado a produtos que contenham o ácido retinóico usado no tratamento da acne.

Megadoses

               Um exemplo de quando este tipo de dose é aconselhável. O Ministério da Saúde vem atuando (1994) em ações de intervenções visando a eliminação da deficiência de vitamina A no Brasil. As estratégias de intervenções são estabelecidas através da suplementação, com megadoses às crianças de 6 a 59 meses de idade, residentes em áreas consideradas de risco. Fica ao cargo dos Agentes Comunitários de Saúde as ações educativas, bem como, aos meios de comunicação de massa, disponibilizando informações à população que visem à seleção de alimentos ricos em retinol (vitamina A de origem animal) e carotenóides (vitamina A de origem vegetal), na composição de sua alimentação diária. Atualmente, o Programa vem sendo desenvolvido no Nordeste e no Vale do Jequitinhonha/MG, regiões reconhecidas como “bolsões endêmicos“.

               É preconizado que a suplementação de megadoses de vitamina A seja feita com intervalo de 4 a 6 meses, isto porque o fígado é capaz de armazenar cerca de 90% da vitamina A consumida. Assim, forma-se uma reserva corporal que garante o aporte orgânico quando o consumo não é suficiente para suprir as necessidades diárias. Desde 2001 o programa foi ampliado para atendimento as puérperas (mulheres que deram à luz há bem pouco tempo) no pós-parto imediato, através de suplementação capsular na maternidade. Visa garantir a adequação das reservas corporais maternas, onde o aporte de vitamina A ao leite materno garantirá um suprimento suficiente da vitamina, entre as crianças menores de 6 meses de idade, que estão sendo amamentadas. 

SUGESTÃO CROMOTERÁPICA 

            Quando se fala a respeito das vitaminas não há o que cuidar além de se prevenir quanto à sua deficiência, de modo que a carência dela não acabe por redundar em doenças, cuja presença traduz em graves efeitos colaterais.

SUGESTÃO CROMOTERÁPICA
COR LOCAL / TRATAMENTO
VERMELHA Frontal (estímulo mental).
VERDE / ROSA / AZUL Olhos (na presença da xeroftalmia).
VERDE / VIOLETA / AZUL Fígado (antibiótico para limpeza do órgão na hipervitaminose).
LARANJA / AMARELA Corpo (representante do betacaroteno, na hipovitaminose).
VERDE / VIOLETA / AZUL Fígado + Corpo (antibiótico para limpeza do órgão na hipervitaminose e fortalecer o Sistema Imunológico).
VERDE / VIOLETA / AZUL / LARANJA Corpo (fortalecedor do Sistema Imunológico quando detectada a avitaminose).

LEMBRETES

Este artigo é da inteira responsabilidade de: Moriel Sophia – Cromoterapeuta – Sinaten 0880. Esta terapia auxilia o tratamento, mas não dispensa o “médico” e a presente sugestão somente deverá ser utilizada por aquele previamente diagnosticado por um profissional da saúde. Estas informações possuem apenas caráter educativo e é permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.

4 Comments on "Vitaminas: Introdução + Vitamina A"

    li seu artigo e gostei muito das informações, quero agradecer por sua contribuição na construção do meu TCC. Obrigada.Gostaria de saber onde posso encontrar mais artigos que aborda as vitaminas em especial a B9. Abraços.

    Edelzuita! Fico muito feliz quando posso ajudar alguém em sua atividades. Fique à vontade em pesquisar os assuntos postados neste BLOG e se necessãrio pode recomendá-lo a quem tiver interesse, pois o nosso propósito em fornecer sugestões de como nos tratar com CROMOTERAPIA. Para o assunto VITAMINA B9, existe prazo ou temos tempo para preparar a matéria, uma vez que, informações sobre o assunto em questão existe em quantidade, mas analisado como os que estão no BLOG sempre requerem um tempo de estudo. Um grande abraço e ficamos às ordens!

    Mariana, bom dia Obrigado e saiba que precisando de alguma informação que não conste do PORTAL DA CROMOTERAPIA e que tenha a ver com CROMOTERAPIA é só nos informar e teremos grande prazer em lhe ajudar. Nosso SITE – http://www.artecor.com.br tem toda nossa linha de produtos para CROMOTERAPIA. Visite-nos e no interesse de algum, retorne. Um grande abraço!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


*