Dengue

Dengue

DENGUE

HISTÓRICO

               Também considerada como uma doença fingida, por não ter sintomas específicos, podendo ser confundida com várias outras, como: leptospirose, sarampo, rubéola. São doenças que provocam: febre, prostração, dor de cabeça e dores musculares generalizadas.  

               Um médico consegue definir a doença e tratá-la corretamente por exames laboratoriais. A doença é transmitida ao homem pelo inseto de origem africana chamado de Aedes aegypti. Na verdade, quem contamina é a fêmea, pois o macho apenas se alimenta de seivas de plantas. Recipientes escuros ou sombreados são o que mais atraem a fêmea grávida sendo aonde deposita seus ovos. A água deve ser limpa, cristalina, sem cor e parada, ao invés de água suja ou poluída. Os ovos podem resistir até mais de um ano nas paredes secas dos recipientes, até que tenham contato com a água e se transformem em larvas e posteriormente em mosquitos. As altas temperaturas favorecem a reprodução mais rápida e conseqüentemente o aumento da quantidade de mosquitos. Elas necessitam da albumina, uma substância do sangue, que é uma proteína de origem animal ou vegetal, que utiliza para completar o processo de amadurecimento de seus ovos. O mosquito apenas transmite a doença, mas não sofre seus efeitos.  

Moriel Sophia  

Cromoterapeuta – Sinaten 0880  

  

  

               Tem como agente etiológico o vírus Flaviviridae e com característica esférica e envelopado. Tem altas chances de cura, mas pode matar. Os primeiros registros de dengue no mundo foram feitos no fim do Século XVIII, em Java (Sudoeste Asiático) e Filadélfia (Estados Unidos). Mas a Organização Mundial de Saúde – OMS só a reconheceu como doença neste século passado.  

   

               O mecanismo de sobrevivência do vírus, nos períodos entre uma epidemia e outra, é mal conhecido. Na Malásia e nos países do oeste da África, foram encontrados macacos infectados, verdadeiros reservatórios naturais da doença. A transmissão vertical, isto é, do mosquito-mãe para os filhos, também foi documentada.  

               Calcula-se que em cada dez pessoas infectadas apenas uma ou duas fiquem doentes. Portanto, na hipótese de uma epidemia com 100 mil casos de dengue diagnosticados, existirão cerca de 1 milhão de infectados. É possível contrair dengue por transfusão de sangue, mas não há casos registrados recentemente. Não há transmissão por contato direto entre um doente com uma pessoa sadia, nem através de fontes de água ou alimentos.  

               No Brasil, a erradicação do Aëdes aegypti na década de 30, teve como objetivo controlar a febre amarela fazendo desaparecer também o dengue. No entanto, em 1981 a doença voltou a atingir a Região Norte (Boa Vista, Roraima). A Sucen (órgão governamental) identificou casos do tipo 1 em: Mato Grosso, Tocantins, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Do tipo 2, em: Minas Gerais, Maranhão, Bahia e Ceará. Já o Rio de Janeiro, registrou a dos dois tipos (1 e 2).  

              Estão presentes, tanto nas cidades como no campo:  

  • nas cidades: é um mosquito peridoméstico, ou seja, que se adaptou às áreas urbanas das cidades e vive preferencialmente dentro das casas ou perto delas (casas, apartamentos, hotéis, etc.), uma vez que lá encontra melhores condições para sua reprodução: sangue humano e depósitos com água limpa (caixas d’água, cisternas, latas, pneus, cacos de vidro, vasos de plantas). Dentre as plantas têm-se as bromélias, que acumulam água na parte central (aquário), podendo servir como criadouros.
  • em áreas rurais: também pode ocorrer, mas é incomum em locais com altitudes superiores a 1200 metros. 

               Da ação governamental tem-se que em outubro de 2003 o Ministério da Saúde constituiu:  

  • Comitê Nacional de Mobilização contra Dengue (Portaria Nº 2001 – 17/10/2003): tem como função, coordenar e implementar uma política nacional, com ações primordiais nas áreas de educação e saúde, bem como, na mobilização social para combate à doença, combate este composto por representantes dos governos: federal, estaduais e municipais e da sociedade civil, com mandato de dois anos.
  • Comitê Técnico de Acompanhamento e Assessoramento (Portaria Nº 2002 – 17//10/2003): é responsável pela avaliação das ações previstas no PNCD, devendo propor mecanismos para a plena execução das atividades previstas no plano. Para isso, conta com a participação de técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e universidades.

 ETIOLOGIA

               A dengue é doença de curso benigno, mas nos casos da forma hemorrágica é fundamental procurar assistência médica. As manifestações iniciais são as mesmas de diversas outras doenças e que não servem para indicar se o mesmo vai ser mais grave. É uma doença infecciosa causada por um arbovírus, assim classificado, qualquer um dos diversos vírus transmitidos por alguns mosquitos e aracnídeos (incluindo-se nestes os carrapatos), causadores de: encefalites (japonesa, a do oeste do Nilo, St. Louis, Rocio, Ilhéus, Bussuquara, etc.), febre amarela (transmissor: Aëdes aegypti – que não ocorre nas cidades brasileiras desde 1942), leptospirose, malária, meningite meningocócica (semelhante ao hemorrágico, com rápida piora, logo no primeiro ou segundo dia de doença) e dengue.  

               É transmitido pela picada de mosquitos, de duas espécies, a saber:  

  • Aëdes aegypti: principal agente, atualmente presente em cerca de 3600 municípios brasileiros.
  • Aëdes albopictus.

                Eles são muito pequenos, mas fácil de identificar pelos seus hábitos, com quatro a seis mm de comprimento, dois pares de asas, preto e tem listras brancas no corpo. A diferença está na ação, pois picam durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que pica durante a noite. Esses se criam obrigatoriamente na água. A fêmea do mosquito põe os ovos dentro de qualquer recipiente (caixas d’água, latas, pneus, cacos de vidro e etc.) que contenha água mais ou menos limpa, colando os ovos nas paredes dos recipientes, bem próximo da água. Os ovos ficam aderidos e não morrem mesmo que o recipiente fique seco. Não adianta, portanto, apenas substituir a água, mesmo que isso seja feito com freqüência. Desses ovos surgem as larvas, que, depois de algum tempo vivendo na água, vão formar novos mosquitos adultos.  

SINTOMAS

               A dengue é uma doença que, na grande maioria dos casos (mais de 95%), causa desconforto e transtornos, mas não coloca em risco a vida das pessoas. Sua intensidade geralmente é mais leve nas crianças do que nos adultos.    

               Costuma ser bifásica, ou seja, dois ou três dias depois de surgirem, os sintomas regridem e a febre cai. Outros dois ou três dias se passam e a sintomatologia retorna geralmente menos intensa. O eritema fica mais nítido e surgem ínguas no pescoço, fossa supraclavicular e regiões inguinais. Em poucos dias, o eritema regride novamente e a pele chega a descamar. A apresentação bifásica pode não ser nítida, nem é obrigatória. As duas fases juntas, tipicamente duram de cinco a sete dias, mas a doença pode deixar um rastro de fadiga e depressão que permanece por diversas semanas. Apresenta, portanto:  

  • Eritema (vermelhão da pele): pode surgir no primeiro ou segundo dia e se instala no tronco para depois se espalhar para os membros, poupando palmas das mãos e planta dos pés. São parecidas com as do sarampo ou rubéola, e produzem prurido (coceira). Também é comum que ocorram pequenos sangramentos (nariz, gengivas).
  • Bradicardia (diminuição da freqüência dos batimentos do coração): é encontrada em 30 a 90% dos casos. 

               Caso surja dor abdominal intensa e contínua, fezes pretas, tonteira, pressão baixa, mãos e pés pálidos ou arroxeados, vômitos freqüentes, sonolência ou agitação, vista escura e dificuldade de respiração, nestes casos, é necessário retornar ao médico nas primeiras 24h após o surgimento destes sintomas. São sintomas e sinais que indicam hemorragia (perda de sangue) o que pode levar o paciente à morte.  

            Normalmente, os infectados apresentam os seguintes porcentuais:

  •  febre (99%): dura cerca de sete dias. Pode ser branda ou muito alta (ultrapassando 40 graus), dependendo do indivíduo e da força do vírus e a respectiva virulência.

  •  dor de cabeça (60%).

  • olho (50%): dor atrás.
  • prostração, indisposição (50%).
  • faringite e inflamação da mucosa nasal (25%).
  • manchas vermelhas (25%): são chamadas de exantemas e apresentam em todo o corpo. Como o vírus se instala também próximo aos vasos, é comum estes inflamarem e ficarem evidentes na pele.

 ANATOMIA

             A dengue é uma doença febril causada por vírus (virose), transmitida de uma pessoa doente a uma pessoa sadia pela picada da fêmea contaminada de um mosquito, o Aedes aegypti. Embora a epidemia se dissemine em várias partes do país é da necessidade absoluta de se eliminar os focos de criação do mosquito transmissor, não havendo razão para pânico. Embora muito desagradável, o curso da doença é autolimitado na quase totalidade dos casos.

                O vírus da dengue precisa de tempo para se manifestar no homem ou mesmo para infectar o mosquito transmissor, ficando assim previsto:  

  • o ciclo ovo: pode durar cerca de 10 dias. Quando a larva do mosquito nasce, ela passa por quatro estágios de crescimento, que podem durar oito dias no total. Depois ela se transforma em pupa, estágio que dura cerca de dois dias, aproximadamente. A fêmea grávida do mosquito pode passar a dengue para suas larvas antes mesmo de botar os ovos. Um macho infectado também pode passar a doença para a fêmea pela relação sexual.
  • o mosquito: depois de sair da pupa, o mosquito adulto já pode se reproduzir e botar ovos, quando o ciclo se reinicia. O Aedes tem um ciclo total de 45 dias e a idade ideal para transmitir a doença é a partir do 30º dia de vida. Há um período para que ele se contamine ao picar um homem, indo desde o dia anterior à febre até seis dias depois desta. Quando pica uma pessoa infectada, o vírus se instala e se multiplica em suas glândulas salivares e intestino e a partir de então, o inseto permanece infectado pelo resto da vida. Fora desse tempo, o mosquito pica e não se contamina. Não necessariamente, ele pode picar 20, 30, 40 pessoas ou mais.
  • o homem: uma vez contaminado demora entre 2 e 15 dias para sentir os sintomas. 

O desenvolvimento da doença

               Ocorre dentro da seguinte seqüência:  

  1. o mosquito infectado pica o homem.
  2. o vírus se dissemina pelo sangue.
  3. um dos locais preferidos do vírus para se instalar no corpo humano é o tecido que envolve os vasos sangüíneos, chamado retículo-endotelial, representado por uma estrutura fina no interior das células ou de fibras de tecido conjuntivo existente entre as células, que reveste por dentro os vasos sangüíneos e linfáticos.
  4. a multiplicação do vírus sobre o tecido provoca a inflamação dos vasos. O sangue, com isso, circula mais lentamente.
  5. como a circulação fica mais lenta, é comum que os líquidos do sangue extravasem dos vasos, além disso, prejudica a oxigenação e nutrição ideal dos órgãos.
  6. o sangue, mais espesso, pode coagular dentro dos vasos provocando trombos (entupimentos).
  7. com o tempo, se não houver tratamento direcionado, pode haver um choque circulatório. O sangue deixa de circular, os órgãos ficam prejudicados e podem parar de funcionar. Isso leva à morte.

              O diagnóstico de certeza da dengue é laboratorial. Pode ser obtido por isolamento direto do vírus no sangue entre os 3 primeiros e até os 5 dias iniciais da doença (fase de viremia) ou por exames de sangue para detectar anticorpos contra o vírus (testes sorológicos). É absolutamente necessário estar atento para as manifestações que podem indicar gravidade, o que pode acontecer, geralmente, a partir do momento em que a febre começa a ceder:  

  • fígado (Lado-D): caracterizado por dor constante abaixo das costelas.
  • pressão:
    • baixa: suores frios por tempo prolongado, tonteiras ou desmaios.
    • muito baixa: pele fria e pegajosa por tempo prolongado.
  • hemorragias:
    • sangramentos: que não param.
    • intestinal: fezes escuras como borra de café. 

               A maioria das pessoas, após quatro ou cinco dias, começa e melhorar e recupera-se por completo, gradativamente, em cerca de dez dias, geralmente sem nenhum tipo de problema. Além disso, fica imunizado contra o tipo de vírus  (1, 2, 3 ou 4) que causou a doença. No entanto, pode adoecer novamente se picado com os outros tipos de vírus. Em outras palavras, se a infecção foi com o tipo 2, a pessoa pode ter novamente o causado pelos vírus dos tipos 1, 3 ou 4. Em uma segunda infecção, o risco de surgimento da forma grave é maior, mas não é obrigatório que aconteça. Pode se tornar mais grave apenas quando a pessoa começa a melhorar, e o período mais perigoso vai até três dias depois que a febre desaparece.  

               Existem quatro tipos diferentes destes vírus, que ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil. A infecção causada por qualquer um dos quatro tipos (sorotipos 1, 2, 3 e 4) do vírus produz  as mesmas manifestações. A determinação do tipo do vírus que causou a infecção é irrelevante para o tratamento do doente. No Brasil, circulam os tipos de 1 a 3, sendo que este está presente desde dezembro de 2000 tendo sido isolado em janeiro de 2001, no Rio de Janeiro. O único modo possível de evitar a introdução de um novo tipo do vírus é a eliminação dos transmissores.  

  • Dengue Clássica: inicia-se de maneira súbita com: febre alta, náuseas (enjôo), vômitos, perda de apetite (perversão do paladar e da sensibilidade da pele), insônia, cansaço, dores em geral (de cabeça, atrás dos olhos, nas costas e no corpo, principalmente nos músculos e nas articulações ou juntas). Às vezes aparecem exantemas, sou seja, manchas vermelhas no corpo. A febre dura cerca de cinco dias com melhora progressiva dos sintomas em 10 dias. Em alguns poucos pacientes podem ocorrer o sangramento discreto de pequenos vasos na pele e nos órgãos internos, surgindo hemorragias: nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas. Raramente há complicações.  
  • Dengue Benigna: similar à gripe.
  • Dengue Hemorrágico (FHD – Febre Hemorrágica do Dengue): é a chamada Síndrome do Choque Associado à Dengue, forma raríssima, mas que pode levar à morte se não houver atendimento especializado. É causada pelo dengue do tipo 3. Entende-se que doenças estejam associadas à dengue e podem agravar o estado de saúde ou desenvolver a forma mais grave da doença, podendo-se citar: doenças do coração, asma, diabetes, anemia, bronquite crônica, enfisema e hipertensão arterial. Estes pacientes devem ser observados rigorosamente para identificação dos primeiros sinais de choque, com queda de pressão devido às perdas de sangue. Sua fisiopatologia é mal conhecida e teorias têm sido elaboradas para a explicarem, mas nenhuma conseguiu chegar a uma conclusão, com:
    • parte do princípio de que ela esteja associada à infecção por cepas (linhagens) mais agressivas do vírus.
    • pressupõe que já tenha havido uma primeira infecção inaparente (não observada) pelo vírus, seguida de outra que provocaria reações imunológicas capazes de interferir com elementos essenciais do mecanismo de coagulação. 

               Têm-se duas situações, a saber:  

  • Coagulação sangüínea: caracterizada por alterações em função da inflamação dos vasos (por causa da instalação dos vírus no tecido que os envolve), provocando um consumo exagerado de plaquetas (elemento do sangue na forma de um disco circular ou oval), constituído pela fragmentação dos megacariócitos que desempenha importante papel na coagulação sangüínea (entre 200 e 300 mil por milímetro cúbico de sangue). Sua falta interfere na homeostase do corpo, ou seja, na capacidade de controlar espontaneamente o fluxo de sangue, que se afina, representando uma forte tendência a hemorragias.  
  • Pressão sangüínea: o nome hemorrágico pode  fazer com que se pense que sempre ocorrem sangramentos, o que não é verdadeiro. Na minoria dos casos, nos três primeiros dias depois que a febre começa a ceder,  pode ocorrer diminuição acentuada da pressão sangüínea, caracterizando a forma real e mais grave da doença, que se não tratada rapidamente, pode levar ao óbito. Como o leito dos capilares se dilata, a pressão arterial pode baixar, dando origem à: tontura, queda, choque e à morte em raríssimos casos.

 Observação: é aconselhável ao portador desta doença tomar muito líquido e evitar medicamentos a base se ácido acetilsalicílico (AAS®, Aspirina®, Buferin®, Doril®,  Melhoral® e outros). Necessita sempre de avaliação médica de modo que uma unidade de saúde deve sempre ser procurada pelo paciente. O médico irá avaliar a condição do doente e indicar o tratamento correto. O paciente fica predisponente nas seguintes ocasiões:   

  •  se a pessoa tem dengue pela segunda vez, pela infecção através de outro tipo de vírus.
  • combinação da seqüência de doença, da força do vírus e da suscetibilidade da pessoa (dengue x Aids oferece mais riscos).

 IMUNIDADE 

               Ainda não existem vacinas disponíveis contra a dengue, embora as pesquisas estejam em fase avançada. Uma pessoa não transmite diretamente para outra. Para que isto ocorra, é necessário que o mosquito pique uma pessoa infectada e, após o vírus ter se multiplicado, pique uma pessoa que ainda não teve a doença. O homem só desenvolve imunidade permanente para o tipo de vírus que contraiu. A doença pode reincidir com outro sorotipo, sendo essa repetição a que oferece perigo para a condição hemorrágica.  

               É importante saber que, embora a transmissão dessa doença possa ocorrer ao ar livre, o risco maior é no interior de habitações.  

               Sempre que possível o viajante deve usar calças e camisas de manga comprida, e repelentes contra insetos à base de DEET nas roupas e no corpo, sempre observando a concentração máxima para crianças (10%) e adultos (50%). Além disso, deve procurar hospedar-se em locais que disponham de ar-condicionado, ou nos locais onde for dormir utilizar-se de mosquiteiros impregnados com permetrina (repelente) ou de inseticida em aerosol.  

PREVENÇÃO

               A prevenção é a única atitude contra a doença. Com a chegada do verão e o início da temporada das chuvas, a dengue volta a ser uma ameaça à saúde pública no Brasil. Para evitá-la se faz necessário intensificar as ações preventivas de combate ao vetor específico, ou seja, do mosquito Aedes Aegypti.  

               Como é praticamente impossível eliminar o mosquito da dengue, é preciso identificar objetos que possam se transformar em criadouros. Por exemplo, uma bacia no pátio de uma casa é um risco, porque, com o acúmulo da água da chuva, a fêmea do mosquito poderá depositar os ovos neste local. O único modo é limpar e retirar tudo que possa acumular água e oferecer risco. Na maior parte dos casos, o foco do mosquito está nas residências. As medidas eficazes, não somente em residências, como escolas e locais de trabalho, são:  

  • água : para uso geral, aplicar cloro (40 gotas de água sanitária a 2,5% para cada litro).
  • animais domésticos: seus vasilhames para água devem ser lavados com bucha, sabão e água corrente.
  • calhas e lajes: devem ser mantidas secas, limpas e desentupidas, com remoção de folhas e materiais que possam impedir o escoamento da água.
  • cemitérios: colocar terra ou areia nas floreiras e jardineiras, para o não acúmulo de água e a formação de criadouros de mosquitos.
  • entupimentos: manter os ralos de cozinha, banheiro, sauna e ducha desentupimentos. Fecha-los quando não em uso.
  • lixo: latas e latões, garrafas, potes e tampinhas de garrafas, cascas de ovo, embalagens plásticas, copos descartáveis.
  • cascatas, lagos, piscinas  e espelho d’água decorativos: mantê-los limpos, devendo receber cloro. Quando não em uso devemos cobrí-las ou esvaziá-las.
  • muros: com cacos de vidro, deve-se colocar areia em todos aqueles que possam acumular água.
  • peixes: é aconselhada sua criação, pois estes comem as larvas de mosquitos.
  • plantas: não cultivá-las em jarros com água. Devem plantá-las sempre em vasos com terra. Na existência de pratos nos vasos, deve-se colocar areia neles, para não permanecer água. As bromélias e similares acumulam água em suas folhas e podem tornar-se criadouros de mosquitos.
  • pneus: fora de uso devem ser mantidos secos e em local coberto, protegidos de chuva.
  • saco plástico: por menor que seja o objeto sem uso e que tenha a condição de acumular água, deve ser bem acondicionado, fechado e jogado no lixo.
  • vasos sanitários: com as tampas sempre fechadas. Em banheiros pouco usados, deve-se dar descarga com freqüência.
  • vedar: poços, cisternas, caixas d’água e outros depósitos de água para consumo, impedindo a entrada de mosquitos. A tela fina deve ser usada naqueles que não têm tampa própria.
  • outros objetos: sem uso e que possam acumular água, não devem ser deixados em quintais, nem jogar em terrenos baldios. 

               Para eliminar os mosquitos adultos é feita a aplicação de inseticida através do fumacê, que deve ser empregado apenas quando está ocorrendo epidemias.  

TRATAMENTO 

               Não existem medicamentos antivirais específicos e não existem vacinas para o tratamento da dengue. O tratamento é apenas sintomático (o efeito de alguma doença). Não existe comprovação da eficácia do uso de vitaminas do complexo B ou de pílulas de alho em sua profilaxia, ou de qualquer outra doença transmitida por vetores, o que significa todo ser vivo capaz de transmitir de forma ativa (estando ele mesmo infectado) ou passiva, um agente infeccioso (bactéria, parasita ou vírus).  

               Deve-se atender aos seguintes quesitos:  

  • beber a maior quantidade possível de líquido, para evitar desidratação. Não é necessária nenhuma dieta. Procure alimentar-se normalmente.
  • utilizar antipiréticos e analgésicos, para aliviar os sintomas, são as medidas de rotina. Medicamentos à base de dipirona constituem boa opção para baixar a temperatura. 

               Quando não há dúvida que a pessoa está infectada por esta doença, na maioria das vezes o médico pode recomendar que o tratamento seja feito em casa, basicamente com antitérmicos e uma solução para reidratação oral (disponível nos “Postos de Saúde”), que deve ser iniciada o mais rápido possível. Alguns cuidados devem ser observados:  

  • Não tomar remédios sem recomendação do médico. Todos os medicamentos podem ter efeitos colaterais e alguns que podem até agravar a doença.
  • Alguns medicamentos para dor e febre podem aumentar o risco de sangramento, como os que contêm ácido acetilsalicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® e outros). Outros podem ocasionar erupções na pele, semelhantes às causadas pelo dengue, como os que contêm dipirona (Novalgina®, Dipirona®, Dorflex® e outros). Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid® etc) também não devem ser utilizados como antitérmicos pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas.
  • O paracetamol (Dôrico®, Tylenol® etc), mais utilizado para tratar a dor e a febre no, deve ser tomado rigorosamente nas doses e no intervalo prescritos pelo médico, uma vez que em doses muito altas pode causar lesão hepática. 

               Assim sendo, o médico deve tratar apenas os sintomas, quando da presença da:  

Dengue clássica (primária): para isso são receitados os seguintes medicamentos:  

  • antitérmicos: boa opção para baixar a temperatura quando febril (à base de dipirona, substância recomendada por sua ação antipirética).
  • analgésicos: dores de cabeça / corpo.
  • líquidos: na desidratação (perda de líquidos do organismo devido a febre, diarréia ou vômito) é recomendada a ingestão de líquidos em grande quantidade, repouso e alimentação rica em frutas e legumes.

Dengue hemorrágico: o tratamento realizado é de suporte, no sentido de evitar o choque, com os seguintes cuidados:  

  • AAS – ácido acetilsalicílico: por interferir com a coagulação, medicamentos que contenham esta base não devem ser usados (por ex: AAS®, Aspirina®, Buferin®, Doril®, Melhoral®, etc.).

 Uma experiência diferente

               Dizem que não existe tratamento para a dengue. Será isso uma lenda ou maldade? O doutor Radjalma Cabral de Lima, que trabalhava na Secretaria de Saúde do Acre durante a epidemia que assolou o Brasil no verão 2001/2002, trouxe à luz um relato de sua bem sucedida experiência no uso do chá do cravo de defunto no tratamento desta doença. Segundo ele, o chá ainda morno dasflores ou folhas do cravo de defunto é usado na medicina popular contra: angina, anti-reumático, cólicas uterinas, tosse (ação antiespasmódica). Após as duas primeiras horas de atendimento, as pessoas já não apresentavam queixas.  

               O cravo de defunto (Tagetes erecta Linn) é uma planta originária do México e suas propriedades terapêuticas são reconhecidas desde o tempo dos astecas. Nos países de língua inglesa, ela é denominada marigold e african marigold. No México, na América Central e na América do Sul (exceto o Brasil) é conhecida como cempasuchil (do nahuatl, língua falada pelos astecas, cempohualxochitl), amarillo e flor de muerto.  

               Além desta planta podem ser utilizadas raízes de jurubeba e sumo de boldo, que têm atuação sobre os efeitos que atingem o fígado, campo onde de desenvolve a grande batalha provocada pela infestação viral.  

SUGESTÃO CROMOTERÁPICA

DENGUE: o surgimento desta doença na vida do cidadão não está diretamente vinculado a uma atitude específica que acabe por contaminá-lo, por ser um fator exógeno, ou seja, não necessariamente do meio onde vive por ser transmitida ao homem pelo inseto chamado Aedes aegypti. Portanto, a primeira atitude é profilática, consistindo da necessidade absoluta de se eliminar os focos de criação do mosquito transmissor, pois a determinação do tipo do vírus que causou a infecção é irrelevante para o tratamento do doente. É importante saber que, embora a transmissão dessa doença possa ocorrer ao ar livre, o risco maior é no interior de habitações.  

               Dentro da CROMOTERAPIA, nossa maior atenção será dada aos sintomas, quer oscilem diante das características da doença, quais sejam:  

  • Bradicardia: diminuição da freqüência dos batimentos do coração.
  • Dores (em geral): cabeça, atrás dos olhos, nas costas e corpo, músculos, articulações ou juntas.
  • Eritema: vermelhão da pele com o surgimento de exantemas parecidas com as do sarampo ou rubéola.
  • Faringe e Mucosa Nasal: inflamação.
  • Febre: pode ser branda ou muito alta (mais do que 40 graus).
  • Fígado: apresenta dor constante.
  • Hemorragias:
    • coagulação sangüínea: deficiente pela fragmentação dos megacariócitos, importante na coagulação sangüínea. 
    • internas: urinárias, gastrointestinais ou uterinas.
    • sangramentos: Nariz e Gengivas.
  • Ínguas: no pescoço, na fossa supraclavicular e regiões inguinais.
  • Náuseas: enjôo, vômitos.
  • Pressão sangüínea:
    • baixa: suores frios por tempo prolongado, tonteiras ou desmaios.
    • muito baixa: pele fria e pegajosa por tempo prolongado.
  • Pele: aumenta a sensibilidade (perfusão periférica).
  • Prurido: coceira com descamação nas lesões.
  • Retículo-endotelial: inflamação do tecido que envolve os vasos sangüíneos e linfáticos. 
  • Outros: pode deixar um rastro que permanece por diversas semanas, consistindo de: cansaço, depressão, fadiga, indisposição, insônia e prostração.

Atenção: em caso de dor abdominal intensa e contínua, fezes pretas, tonteira, pressão baixa, mãos e pés pálidos ou arroxeados, vômitos freqüentes, sonolência ou agitação, vista escura e dificuldade de respiração é necessário retornar ao médico nas primeiras 24h após o surgimento destes sintomas.  

SUGESTÃO CROMOTERÁPICA (*)
COR LOCAL / TRATAMENTO
VERMELHA  Frontal – 5 segundos (para trazer o indivíduo ao presente).
VERDE / VIOLETA / AZUL / ÍNDIGO  Fígado (antibiótico e analgésico para desintoxicação hepática).
ÍNDIGO / LARANJA  Nariz / Gengivas (hemorragias externas).
ÍNDIGO  Local (hemorragias internas: urinárias, gastrointestinais, uterinas e etc.).
VERDE / ÍNDIGO / AZUL  Local (analgésico / anestésico: na presença da dor) / Corpo (antipirético).
VERDE / VIOLETA / AZUL  Local (antibiótico: faringite, na mucosa nasal, ínguas, no estômago para enjôos e vômitos) / Corpo (antibiótico: nas feridas exantematosas e na inflamação tecidual dos vasos sangüíneos e linfáticos ).
VERDE / ROSA / AZUL / ÍNDIGO  Corpo (antipruriginoso e elimina a sensibilidade da perfusão periférica).
LARANJA  Coração (aumenta a freqüência dos batimentos cardíacos e a pressão arterial) / Corpo: cabeça não (aumenta a presença de plaquetas no sangue, melhorando a capacidade de coagulação, bem como, promove uma melhora geral dos outros sintomas).

LEMBRETES

Este artigo é da inteira responsabilidade de: Moriel Sophia – Sinaten 0880. Esta terapia não dispensa tratamento médico

4 Comments on "Dengue"

    Adorei sua matéria, parabéns.
    Se você puder me ajudar, tenho uma dúvida quanto a flor cravo de defunto:
    o chá pode ser feito com flores secas, vendidas dentro de saquinhos.
    Obrigada

    Elisabeth! Minha Querida, vou transferir esta pergunta a uma amiga minha para que ela responda ao que estã perguntando. Quando tiver uma resposta eu a repassarei. Fiquei contente com a sua visita. Visite-nos com frequência, pois Você é importante para mim. Favor aguardar e receba um grande abraço!

    gostaria de saber que medicamento o que creme o qualquer coisa que se possa usar para aliviar a coceira causada pela dengue?

    Silvana! Não tenho condições de lhe dar a resposta que me pede, pois os artigos contidos no PORTAL DA CROMOTERAPIA dizem respeito a SUGESTÕES sobr tratamento de CROMOTERAPIA. Se tiver interesse em se submeter a esta terapia, deve seguir o quadro que apresenta as sugestões. Especificamente quanto a COCEIRA ou PRURIDO, a COR é a ÍNDIGO. Se ficar em dúvida quanto ao conteúdo desta resposta ou do artigo em questão, formule suas dúvidas que terei grande prazer em lhe orientar a respeito. Mas, saiba que medicamento somente podem ser prescritos por profissionais da saúde. Um grande abraço!

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