Hiperidrose Palmar
HIPERIDROSE PALMAR
Introdução
O suor é necessário para o controle da temperatura corpórea, especialmente durante o exercício ou sob temperaturas mais elevadas do ambiente. A sudorese é regulada pelo Sistema Nervoso Autônomo Simpático – SNAS. A hiperatividade das glândulas sudoríparas leva à perspiração (transpiração) excessiva. Esta condição é conhecida como hiperidrose. E um distúrbio caracterizado por sudorese excessiva, produzida pelas glândulas écrinas, ativas desde o nascimento e que existem em nosso organismo numa quantidade de dois a três milhões, distribuídas pelo corpo inteiro. É responsável por secreções incolores, sem odor e compostas por 99% de água. São glândulas tubulares que desembocam diretamente na superfície cutânea, ativadas pelo calor.
Moriel Sophia
Cromoterapeuta – Sinaten 0880
O suor pode ser quente ou frio, mas a sudorese é constante. É comum a mais de 1% da população geral e pode ocorrer: no rosto e crânio (hiperidrose crânio-facial), nas mãos (hiperidrose palmar), nas axilas (hiperidrose axilar) e nos pés (hiperidrose plantar). Podem surgir também junto das regiões: inframamária, inguinal e perineal. Embora não seja a mesma coisa, o rubor facial exagerado em situações de estresse faz parte da mesma família de distúrbios. Quando a sudorese excessiva surge durante exercício físico ou devido ao calor, a hiperidrose costuma ser generalizada e não tem relação com situações de estresse emocional.
Consiste de uma transpiração excessiva pelas glândulas sudoríparas e de causa desconhecida, que pode ser de natureza:
- primária ou idiopática: é uma disfunção rara e permanente do centro sudomotor do cérebro (centro responsável pelo controle do suor). Por motivo desconhecido, este centro estimula, de maneira exagerada, através do Sistema Nervoso Simpático – SNS, as glândulas sudoríparas de determinadas regiões do corpo, causando uma importante sudorese, com diferentes combinações de severidade e localização.
- secundária: decorre de condições que levam a um aumento da atividade simpática, como: hipertireoidismo, menopausa, distúrbios psiquiátricos, síndrome paraneoplásica, obesidade e etc. Normalmente acomete todo o corpo.
Os efeitos da hiperidrose são muito angustiantes e constrangedores, acarretando enormes prejuízos sociais, profissionais e, sobretudo, psíquicos aos seus portadores. As principais características clínicas da hiperidrose primária são:
- infância: aparece nesta estapa inicial e permanece para o resto de suas vidas. O agravamento dos sintomas ocorre geralmente na puberdade.
- sexo: a incidência é igual em ambos os sexos, entretanto, a sudorese axilar predomina mais nas mulheres.
- raça: acomete a todas, porém é mais freqüente nos asiáticos e judeus.
- localização: com intensidade diferente, junto das: mãos, pés, axilas e face. A predominância é nas mãos e axilas.
- glândulas: das áreas envolvidas são histologicamente e numericamente normais.
- verão e o inverno: há uma pequena diferença de intensidade entre as estações.
- fatores desencadeantes:: estresse, calor e gustação. Destes, o mais importante é o estresse.
- exercícios físicos: não agrava o processo.
- no sono: o processo cessa durante estes períodos.
- hereditariedade: parece haver predominância familiar.
Ocorrências
- hiperidrose emocional: embora ninguém entenda o mecanismo do suor incontrolável e intenso, com rubor facial rápido, caracteriza uma situação que se chama fobia social (sentimento de embaraço com forte ânsia de escapar da situação que os originou), causado por um aumento na atividade do Sistema Nervoso Simpático – SNS. É involuntário e regula muitas das nossas funções sem o controle da consciência (ritmo da respiração, dos batimentos cardíacos e a produção de suor), importantes para a regulação da temperatura. A retirada ou corte dos nervos que controlam as glândulas sudoríferas e o rubor facial curam os sintomas associados à hiperidrose. Este procedimento cirúrgico é chamado de simpatectomia-cérvico-torácico minimamente invasiva bilateral. A sudorese aumenta em situações de desconforto ou tensão emocional, sendo as palmas das mãos e as plantas dos pés os locais mais frequentemente atingidos. O incômodo pode trazer ainda mais tensão ao paciente, piorando seu quadro, através das dificuldades de relacionamento ou, até mesmo, profissionais. O apoio psicológico pode ajudar bastante, sendo, em algumas situações graves, indicado o uso de tranqüilizantes. Na fase escolar, crianças acometidas podem ter sérios problemas para fazer provas, pois o suor das mãos embebe o papel, impedindo a escrita.
- feocromocitoma: tumor geralmente benigno, de ocorrência intensa, derivado de células da medula da glândula supra-renal, caracterizado pela secreção de qualquer um dos hormônios catecol (substância combustível).
- metabolismo: além disso, algumas doenças metabólicas ou lesões neurológicas também podem dar origem ao quadro, pois atuam como reguladores do metabolismo e transmissores, tais como: adrenalina, noradrenalina e dopamina. Provocam: hipertensão, palpitações, cefaléia, náusea e sudorese intensa.
Tratamentos
- antiperspirantes e adstringentes: estes produtos devem ser aplicados sobre a pele seca, após banho frio, antes de se deitar. Apresentam o inconveniente de causar dermatite de contato ou deixar a pele com coloração amarelada. A dermatite de contato é a inflamação da pele resultante do contato direto com substâncias que causam reação alérgica ou inflamatória. Ocorre mais comumente nas: mãos, braços e face. Pode ser estabelecida através de quatro mecanismos: irritante primário, sensibilização, fototóxico e fotoalérgico.
- talco ou amido de milho natural: para os casos mais leves e deve ser aplicado entre os dedos, sob as mamas ou em pregas da pele.
- banho com sabonete desodorante: seu uso prolongado pode levar à dermatite. Não calçar o mesmo par de sapatos por dois dias seguidos ou utilizar palmilhas absorventes, que devem ser substituídas freqüentemente.
- tratamento medicamentoso sistêmico: são drogas antidepressivas, ansiolíticas e anticolinérgicas que proporcionam apenas alivio parcial e apresentam efeitos colaterais importantes e indesejáveis, como: alteração da visão, boca seca, problemas urinários, sedação e etc.
- toxina botulínica (“Botox”): injeções locais de duração de 4-6 meses e com uso limitado a áreas de pequena extensão, o que é raro.
- iontoforese, biofeedback e psicoterapia.
- simpatectomia-cérvico-torácico: é um tratamento cirúrgico definitivo, rápido e seguro denominado simpatectomia torácica videotoracoscopia. Foi criado e aperfeiçoado no Brasil (Dr. Peter Kux – década de 50 + Dr. João Bosco Vieira Duarte – década de 90). Através de pequenas incisões, o cirurgião pode retirar ou destruir a porção da cadeia simpática que interessa no tratamento da afecção. É método seguro, pois permite a abordagem precisa, sob visão direta, poupando as estruturas vizinhas, particularmente o gânglio estrelado, conhecido como Síndrome de Horner (causa: ptose palpebral, enoftalmia, miose). Com isto, o estímulo nervoso para as glândulas sudoríparas cessa e a sudorese desaparece. Um mesmo procedimento é capaz de curar as versões palmar, axilar, facial e melhorar ou eventualmente curar a hiperidrose plantar. Em alguns casos pode ocorrer, após a cirurgia, aumento da sudorese, em geral no abdome, que desaparece em alguns dias.
Casos graves podem ser tratados cirurgicamente, com a remoção das glândulas sudoríparas ou pela seção dos nervos responsáveis pelo estímulo à sudorese.
Hiperidrose Palmar
É uma situação clínica onde existe uma sudorese excessiva que parece produzida por uma hiperestimulação das glândulas sudoríparas através do Sistema Nervoso Autônomo Simpático – SNAS, ocorrente principalmente nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. O portador da doença tem as mãos sempre molhadas, geralmente chega a pingar suor e tem a planta dos pés molhadas, situação extremamente desconfortável, que impede o uso de meias comuns. Pode haver perda significante de líquido.
SUGESTÃO CROMOTERÁPICA
Percebe-se pelo histórico apresentado que é um problema raro e complicado ao mesmo tempo, diante da dificuldade de se estabelecer um diagnóstico preciso. Tem também a cura médica, embora considerada pouco invasiva, que secciona nervos para impedir a produção de sudorese pelas glândulas. Quando da ANAMNESE, ter a certeza de que se trata de uma “hiperidrose primária ou secundária”, pois as primárias é que são as mais difíceis de serem tratadas. Não quer dizer que as secundárias sejam curáveis, pois originam de desequilíbrios nada fáceis de serem reparados. Com a literatura em dia, podemos considerar passível de tratamento cromoterápico, através do seguinte diagnóstico:
SUGESTÃO CROMOTERÁPICA | |
COR | LOCAL / TRATAMENTO |
VERMELHA | Frontal (5 segundos). |
VERDE / AZUL | Sistema Nervoso Autônomo Simpático + Local (refrescante). |
AMARELO – LIMÃO | Local (anti-perspirante). |
VERDE/MARROM/AZUL | Local (anti-perspirante). |
ROSA / DOURADO | Cardíaco (problemas emocionais). |
VERDE/MARROM/ AMARELO-LIMÃO/AZUL | Sistema Nervoso Autônomo Simpático + Local (anti-perspirante). |
Informações Complementares
Anatomia do Plexo Torácico
O sistema nervoso autônomo compreende duas divisões:
- o simpático: mobiliza energia para atividade súbita, ou seja: dilata a pupila, aumenta a freqüência cardíaca, constrita os vasos sanguíneos, aumenta a pressão arterial e etc. A cadeia simpática percorre a coluna cervical e torácica descendo até os nervos lombares inferiores. A cadeia e os gânglios estão localizados na cabeça, das costelas na altura da articulação com os corpos vertebrais. 0 gânglio cervical inferior e o primeiro gânglio torácico se fundem para formar o plexo estrelado (primeira costela). Este último supre a inervação simpática para: a cabeça, pescoço, incluindo a pupila ocular. A maior parte da inervação da mão vem do segundo e terceiro gânglios simpáticos e a axila recebe sua inervação do quarto e quinto gânglio torácico. Fibras pós-gangliônicas do segundo e terceiro gânglios torácicos podem se fundir para formar o nervo intratorácico de Kuntz, desviando o gânglio estrelado e carregando fibras simpáticas para a porção inferior do plexo braquial. Esta variação anatômica é uma das causas de insucesso nas simpatectomias torácicas e se questiona a necessidade de divisão de pelo menos o terço inferior do gânglio estrelado a fim de obter a desnervação completa da extremidade superior.
- o parassimpático: faz o inverso.
LEMBRETE
Este artigo é da inteira responsabilidade de: Moriel Sophia – Cromoterapeuta – Sinaten 0880. Esta terapia não substitui o tratamento médico.