Açúcar – I

Açúcar – I

AÇUCAR X ADOÇANTES

Parte I

               Em meados da década de 70, com a publicação e o sucesso estrondoso do livro “Sugar Blues”, escrito pelo americano William Dufty, o açúcar foi alçado à condição de inimigo número um da boa saúde. Trata-se de uma obra panfletária contra o que seria, na opinião do autor, o grande problema moderno: o consumo de açúcar refinado. O tom usado pelo jornalista americano (que morreu de câncer em 2002) foi um manifesto de ódio ao alimento. Só para se ter uma idéia da intensidade de suas críticas, comparava os produtores de açúcar aos traficantes de drogas.

               Inúmeros estudos posteriores confirmaram que, se não era o responsável pelo mal-estar da civilização, como exagerava Dufty, o alimento era ainda assim nocivo se consumido puro ou em grandes quantidades. A divulgação desses dados, aliada à imensa popularização das dietas alimentares, fez com que nos últimos, milhões de pessoas abandonassem ou reduzissem drasticamente o hábito de ingerir açúcar.

Moriel Sophia

Cromoterapeuta – Sinaten 0880

               Em defesa de suas teses, o autor recorreu a uma centena de estudos científicos. O problema é que, muitas vezes, fez análises deturpadas desses trabalhos, como quando sugere que o açúcar pode levar à esquizofrenia. Um fator é muito importante a ser destacado, foi o de chamar a atenção do público para o assunto.

               Agora, dizer que o açúcar vicia é um exagero. O esquema de funcionamento do organismo está em sintonia com o aumento nos níveis de dopamina e serotonina, portanto, substâncias produzidas no cérebro e que estão associadas ao prazer e ao bem-estar. O açúcar pode de fato viciar, mas a dependência criada pela sensação de bem-estar e prazer decorrente do consumo de açúcar é mais de ordem psicológica do que química. Hoje, come-se açúcar não apenas em excesso, mas em concentrações com alto grau de pureza e sem a presença das fibras na dieta alimentar.

               Portanto, vamos comer açúcar para nos mantermos felizes, sem contudo deixar que a felicidade suba às raias da inconciência.

Açúcar

               O perfil atual dos seres humanos é resultado de milhares de anos de evolução durante os quais, em diversas fases, comer alimentos adocicados foi vital para a sobrevivência. Assim sendo, a humanidade está programada para comer doces. A língua e o nariz são forrados de células que têm a função de detectar o sabor e o seu característico aroma. As razões para essa preferência ancestral são duas:

  • os doces: são ricos em glicose, a principal fornecedora de energia para as células.
  • o sabor adocicado: servia de indicador para que nossos ancestrais pudessem distinguir os alimentos saudáveis dos venenosos e estragados.

                A grande diferença básica entre a situação atual e a dos primórdios é a abundância. Os humanos primitivos comiam doces misturados às fibras dos frutos e sempre enfrentavam escassez calórica. Hoje, come-se açúcar não apenas em excesso, mas em concentrações com alto grau de pureza e sem a presença das fibras.

               O problema do açúcar, em especial o refinado, é que ele é 100% caloria, sem valor nutricional. Quando consumido regularmente em grande quantidade ou puro, ele deflagra uma série de reações bioquímicas que podem levar: à obesidade e esta, à hipertensão, diabetes e até a alguns tipos de câncer. Isso é sabido pela medicina há muitas décadas. O que existe de novo no estudo do metabolismo do açúcar no corpo vem da medição exata de como outros alimentos podem produzir os mesmos efeitos adversos do doce “pó branco”.

               No Brasil, o consumo per capita anual de açúcar despencou de 16 quilos (1988) para pouco mais de 8 quilos (2003). As pesquisas mais recentes na área de nutrição e metabologia mostram que o alimento, principalmente em excesso, está associado: a obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares, entre outros males. De acordo com o médico americano e nutrólogo Walter Willett, o açúcar é um alimento calórico e sem nenhum valor nutricional, por isso, o melhor a fazer é comer pouco.

Definição

               Etimologicamente, a palavra açúcar tem sua origem primitiva no termo sânscrito sharkara, que significa “grão“, “areia grossa“. Chegou à língua portuguesaprovavelmente pelo árabe al zukkar.

               Açúcar simples ou mesmo refinado nada mais é do que sacarose no estado sólido e cristalino, também conhecida como açúcar de mesa, um tipo de glicídio formado por uma molécula de glicose e uma de frutose produzida pela planta ao realizar o processo de fotossíntese. Quando se coloca uma colher de açúcar em um copo com água e se mistura a solução, estamos hidratando a sacarose e provocando a formação de glicose e frutose.

               Quimicamente falando, é um grupo de hidratos de carbono ou carboidratos solúveis em água, geralmente doces, da qual são exemplos: a frutose, a glicose, a lactose, a maltose e a sacarose. Tem como matéria-prima a cana-de-açúcar (Sacharum officinarum), sendo que a garapa apresenta uma produtividade de sacarose entre 15-20% ou de beterraba (Beta vulgaris), cujo índice é de 14-18%. É doce e a sua fermentação por leveduras é muito utilizada comercialmente.

               No Brasil é produzido a partir da cana-de-açúcar e seu processo ocorre dentro das seguintes etapas:

  • primeira etapa: produção do açúcar cristal:
    • cana: inicialmente é lavada, picada e desfibrada (retirada das fibras) antes de chegar às moendas para trituração e extração do caldo.
    • caldo: uma vez peneirado para a eliminação das impurezas é aquecido e encaminhado para os separadores (processo de decantação), que absorvem as impurezas, dando origem a um caldo claro.
    • evaporação e cristalização: este caldo é submetido a um processo de evaporação que o transforma em xarope, que por seu lado é enviado a outra etapa de concentração e cozimento que resulta em uma mistura de cristais com mel.
    • centrifugação e secagem: os cristais extraídos são enviados para centrífugas que os separam do mel, porém ainda com um alto nível de umidade, que só é eliminado com a ação de secadores (ar quente), fazendo surgir o açúcar cristal.
  • segunda etapa: produção do açúcar de confeiteiro e refinado:
    • dissolução e purificação: consiste na dissolução do açúcar cristal em água, submetida a um novo processo de purificação, gerando uma calda.
    • evaporação e solidificação: a calda gerada no processo de purificação é aquecida até um ponto estabelecido. Em seguida é transferida para batedeiras, que a transforma numa massa quente e úmida de açúcar. Nesta etapa, os cristais não têm uma forma definida.
    • secagem e resfriamento: o açúcar é enviado para secadores com passagem de ar quente e frio.
    • peneiramento: para separar os aglomerados e obter a uniformidade dos cristais. Da parte mais fina é extraído o açúcar de confeiteiro e do restante o açúcar refinado.

 Tipos de açúcar

  • demerara: açúcar granulado de coloração amarela, resultante da purgação do açúcar mascavo e com teor de melaço em sua composião, porém é mais utilizado para exportação.
  • glaçúcar: é o conhecido açúcar de confeiteiro, com grânulos bem finos, cristalinos, produzido diretamente na usina, sem refino e destinado à indústria alimentícia, que o utiliza em: massas, biscoitos, confeitos e bebidas.
  • mascavo: açúcar bruto (não refinado), petrificado, de coloração variável entre caramelo e marrom, resultado da cristalização do mel-de-engenho e com grande teor de melaço.
  • orgânico: produto de granulação uniforme, produzido sem nenhum aditivo químico, tanto na fase agrícola como na industrial e pode ser encontrado nas versões clara e dourada. Seu processamento segue princípios internacionais da agricultura orgânica e é anualmente certificado pelos órgãos competentes. Na produção do açúcar orgânico todos os fertilizantes químicos são substituídos por um sistema integrado de nutrição orgânica para proteger o solo e melhorar suas características físicas e químicas. Evita-se doenças com o uso de variedades mais resistentes e combate-se pragas, como a broca da cana, com seus inimigos naturais, ou seja, vespas, por exemplo.
  • refinado granulado: puro, sem corantes, sem umidade ou empedramento e com cristais bem definidos e com granulometria homogênea. O açúcar refinado granulado é muito utilizado na indústria farmacêutica, em confeitos, xaropes de excepcional transparência e mistura seca em que são importantes pelo: aspecto, escoamento e solubilidade.
  • refinado amorfo: é utilizado no consumo doméstico, em misturas sólidas de dissolução instantânea, nos bolos e confeitos, caldas transparentes e incolores. Possui baixa cor, dissolução rápida, granulometria fina e brancura excelente.
  • xarope simples ou açúcar líquido: transparente e límpido, é também uma solução aquosa usada quando é fundamental a ausência de cor, como é o caso de: bebidas claras, balas, doces e produtos farmacêuticos.
  • xarope invertido: composto com 1/3 de glicose, 1/3 de frutose e 1/3 de sacarose aos quais confere maciez e coloração caramelada. Solução aquosa com alto grau de resistência à contaminação microbiológica, que age contra a umidade e a cristalização de forma a não apresentar desagradável consistência arenosa ao doce e biscoitos. É utilizado em: frutas em calda, sorvetes, balas e caramelos, licores, geléias, biscoitos e bebidas carbonatadas. A inversão do açúcar provoca a quebra da sacarose em dois açúcares que formam a sua molécula: glicose e frutose.

                Dentre os fatores considerados negativos do açúcar, tem-se a apontar que rouba do organismo:

  • cálcio: facilitando a formação de cáries dentárias, dificultando o crescimento de crianças e promove o enfraquecimento dos ossos (osteoporose).
  • vitaminas: B1, B2, B3 e colina entre outras. Responsáveis por uma série de processos metabólicos em nosso organismo. A carência destes nutrientes, em um grau leve a moderado, pode ser notada pelos sintomas: cansaço constante, apatia, desânimo.
  • ferro: necessário na formação de hemoglobina, causando a famosa “anemia ferro priva” tão comum entre crianças (infelizmente grandes comedores de açúcar).
  • diabetes: o consumo de açúcar estimula de maneira exagerada o pâncreas na produção de insulina, fazendo surgir a doença.

Substitutos

                A Organização Mundial de Saúde – OMS recomenda que a ingestão de açúcar refinado não ultrapasse 10% do consumo diário total de calorias. Essa porção inclui tanto a colherinha que adoça o cafezinho de manhã quanto o açúcar usado na receita do bolo ou na do molho de tomate. Ou seja, equivale:

  • calorias: a uma dieta de 2.000 calorias diárias.
  • quantidade: aproximadamente quatro colheres de sopa rasas.

               Se o objetivo é reduzir calorias e obter um sabor mais próximo ao do açúcar, uma opção é usar: o açúcar light  (mistura o alimento refinado e o adoçante), o açúcar mascavo ou o mel. Apresentam o seguinte perfil:

  • vantagem : enquanto o açúcar refinado não contém vitaminas nem sais minerais, o mascavo e o mel possuem.
  • desvantagem : como eles apresentam um poder edulcorante menor, as pessoas são tentadas a usá-los em maior quantidade.

Adoçantes

               Ou edulcorantes são substâncias utilizadas para adoçar alimentos, bebidas ou como medicamentos (açúcar, mel, melado, sacarina), proporcionando-lhes um sabor doce. As variedades de adoçantes influem diferentemente em enfermidades como a diabetes e há estudos que indicam que os artificiais são nocivos a saúde, devendo ficar ao critério de um médico a melhor indicações específicas. Além da sacarose (açúcar natural), podem ser de dois tipos:

  • naturais: possuem menor condição calórica do que a glicose, como: a frutose, o sorbitol e etc.
  • artificiais: são química, porém largamente utilizadas e que não apresentam teor calórico, como: a sacarina, ciclamato, taumatina.

Tipos de adoçantes

               Para ser classificado como adoçante, o produto tem que ter alguns aspectos interessantes, como:

  • baixas calorias: alimentos com adoçantes de baixas calorias não são recomendados para uma dieta infantil, pois a energia dos carboidratos e necessária para uma criança em desenvolvimento.
  • metabolização: não é metabolizado pelo organismo humano, sendo imediata-mente eliminado sem degradação alguma e logo após a ingestão.

Acesulfame-K

Adoçante dietético, descoberto em 1967 e que obteve a aprovação da FDA (USA) em 1988, para uso em alimentos como: doces, bebidas e gomas de mascar (chicletes). É um sal de potássio sintético obtido a partir de um composto ácido da família do ácido acético, com:

  • poder adoçante: possui, aproximadamente, 125 vezes mais poder adoçante se comparado à sacarose. Apresenta um sabor residual que se assemelha à glicose.
  • outras características:
    • metabolização: não é metabolizado pelo organismo humano. Uma vez ingerido é imediatamente eliminado sem degradação alguma.
    • temperatura: resiste à altas temperaturas, mantendo-se estável. Por esta característica, pode ser utilizado em alimentos quentes.
    • cáries: não as causa.
    • potássio (K): pessoas que necessitam limitar a ingestão de potássio devem ser orientadas pelo médico quanto ao consumo deste produto.

Aspartame

               Adoçante utilizado para substituir o açúcar comum, com grande poder edulcorante (cerca de 200 vezes mais doce que a sacarose) e é menos denso. É o adoçante mais utilizado em bebidas e seu poder se aproxima da sacarina, sendo geralmente vendido junto com outros produtos. Perde o sabor quando submetido a temperaturas superiores a 120ºC ou mais baixas, desde que seja de forma prolongada. Quimicamente, o aspartame é N-L-alfa-aspartil-L-fenilalanina1-metilester, portanto um dipéptido sintético composto pelos aminoácidos aspartato e fenilalanina e metanol (modificada por uma metilação). Por esta razão, produtos alimentares contendo aspartame devem mostrar um aviso do tipo “contém uma fonte de fenilalanina“, pois a ingestão excessiva deste aminoácido pode ser prejudicial em indíviduos com fenilcetonúria.

  • fenilcetonúria: é uma doença  hereditária e se caracteriza pela falta de uma enzima em proporções variáveis, impedindo que o organismo metabolize e elimine o aminoácido fenilalanina, precursora da adrenalina e da tiroxina. É tóxico quando em excesso no sangue, atacando principalmente o cérebro e causando deficiência mental.
  • polêmica: existe uma polêmica quanto aos seus possíveis efeitos maléficos à saúde humana, tirados dos diversos estudos contraditórios sobre a segurança no con-sumo de aspartame. É considerado por alguns uma neurotoxina (mata neurônios) e também como carcinogênico (provoca câncer). Estes resultados preliminares ainda devem ser confirmados antes que a Autoridade Européia de Segurança Alimentar – EFSA faça uma reavaliação dos riscos ligados ao aspartame.

Ciclamato

                É o nome comum do ciclohexilsulfamato (seu principal metabolito), identificado na indústria alimentícia e farmacêutica com a sigla E952, amplamente utilizado como edulcorante (que torna doce), superando o poder de adoçar do açucar em 50 vezes. Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMSpode produzir câncer e mutações, bem como alergias. Estão proibidos nos Estados Unidos(1969), Inglaterra (1970), França e Japão, porém atualmente é um aditivo autorizado pelo Parlamento Europeu, com restrições à ingestão máxima diária atual de 7 mg / kg peso corporal. Seu uso é contraindicado para grávidas. Em experiências realizadas com ratos, elevadas doses deste adoçante apresentaram alta incidência de leucemia. Os especialistas, porém, dizem que, para produzir o mesmo efeito em seres humanos, o ciclamato teria de ser consumido em doses diárias descomunais por décadas a fio. Como toda substância química, os adoçantes devem ser ingeridos com cuidado.

  • hipertensos: algumas marcas apresentam sódio em sua composição, o que pode aumentar a retenção de líquidos e os níveis da pressão arterial. Por isso, pacientes hipertensos devem preferir adoçantes sem a substância.

Fenilanina

               É um dos aminoácidos codificados pelo código genético, sendo portanto um dos componentes das proteínas dos seres vivos. É um composto natural que está presente em todas as proteínas (vegetais ou animais). Até a presente data não foi possível sintetizar a fenilalanina, logo é um componente essencial da nossa dieta diária e sem ela o corpo não consegue funcionar.

  • PKU fenilketonuria: é a mesma citada quando da apresentação do espartame, po-rém com outra versão idiomática. É uma doença hereditária rara na qual o indivíduo não é capaz de sintetizar a enzima necessária para digerir a felinanina, um amino-ácido essencial ao ser humano e que o organismo não é capaz de sintetizá-lo. Como os indivíduos fenilkenoturicos não a digerem, esta se acumula e é convertida em compostos tóxicos chamados de fenilketonas, que podem causar retardo mental (principalmente em crianças) e distúrbios intelectuais (principalmente em adultos) se não forem excretados pela urina. A fenilketonuria é um dos exames, hoje, realizados através do “teste do pezinho“.

Frutose

               Conhecido como o açúcar para diabéticos e utilizado para a fabricação de produtos para diabéticos, porém deve-se cuidar com o seu consumo, já que pode se transformar em glicose. A frutose metaboliza-se mais lentamente. É mais doce que a sacarose (açúcar refinado comum). A frutose também é encontrada em cereais, vegetais e no mel, embora a maior parte da que é vendida no Brasil seja importada, o que a torna um pouco mais cara. Verifica-se uma forte presença da frutose e a glicose nas uvas e são a base química do vinho. A ação de leveduras sobre esses açúcares (e nunca sobre sacarose) faz a transformação dos açúcares em álcool etílico e gás carbônico. No fígado, contudo, é transformada em gliceraldeído-3-fosfato e só depois entra na via glicolítica, sendo que um consumo excessivo leva a uma saturação desta via, produzindo a for-mação de elevadas quantidades de acetil-CoA, aumentando a biossíntese de ácidos gordos e provocando acumulação de gorduras no tecido adiposo. Uma curiosidade, embora nem todos saibam, o esperma do homem é principalmente constituido por frutose.

Glicose

               A glicose ou dextrose, um monossacarídeo (ou simplesmente açúcar), é o carboidrato mais importante na biologia. As células a usam como fonte de energia e in-termediário metabólico. A glicose é um dos principais produtos da fotossíntese. É um cristal sólido de sabor adocicado, de formula molecular C6H12O6, encontrado na natu-reza na forma livre ou combinada. Juntamente com a frutose e a galactose, é o carboidrato fundamental de carboidratos maiores, como sacarose e maltose. Amido e celulose são polímeros de glicose e o amido, ao ser digerido, nunca passará de sacarose, pois sempre será maltose.  É encontrada nas uvas e em vários frutos. Industrialmente é obtida a partir do amido. No metabolismo, é uma das principais fontes de energia e for-nece 4 calorias de energia por grama. Na forma de soro glicosado (glicose hidratada) equivale 3,4 calorias por grama. Sua degradação química durante o processo de respiração celular dá origem a energia química (armazenada em moléculas de ATP – entre 36 e 38 moléculas de ATP por moléculas de glicose), gás cargônico e àgua.

Lactiol

               Por ter baixa dose de calorias é empregado na confecção de doces com estas características, sendo recomendável aos diabéticos. É menos doce que a sacarose porém mais estável que o aspartame. É derivado de uma planta chamada estévia (Stevia rebaudiana), portanto um produto 100% natural. Apesar de ainda ter alguns problemas de solubilidade e sabor, a estévia industrializada mostra-se um sucedâneo importante. Suas propriedades correspondem à dos adoçantes, pois não é calórica nem metabolizada pelo organismo humano e seu poder edulcorante impressiona por ser, em média, 300 a 400 vezes mais doce que o açúcar de cana. Tem múltiplos usos na culinária, sendo indicada para ser utilizada em: doces, bolos, sorvetes e em todas as receitas da pâtisserie. Trata-se de um arbusto pequeno, de flores brancas e fruto escuro, onde há oito glicosídeos, ou princípios edulcorantes. Entre eles, dois aparecem em quantidades elevadas e são os que interessam: o esteviosídeo e o rebaudiosídeo. No mercado, a estévia é encontrada na forma de adoçante líquido ou em pó, havendo ainda quem a prepare em casa, a partir de um chá feito com as folhas.

Manitol

 É um tipo de açúcar que pode ter várias utilizações, inclusive na fabricação de condensadores eletrolíticos secos, usados em: rádios, videocassetes e televisores. Em vista disto, tais aparelhos podem ser atacados por insetos, em particular formigas. Ou-tros usos são: alimentos dietéticos, fabrico de resinas e plastificantes, diuréticos e adoçantes. Em diversas doenças, diminui a pressão intracraniana.

Neohesperidina Dihidrocalcona

               Elaborado da laranja amarga.

Polidextrose

                Adoçante utilizado por suas propriedades gelificadoras e espessantes, ideal para a produção de sobremesas. É um polímero de dextrose com pequenas quantidades de sorbitol e ácido cítrico. Apresenta-se como substituta do açúcar ou gordura em produtos específicos de panificação, como: chicletes, confeitos, recheios, molhos, sobremesas, gelatinas, pudins e balas. É parcialmente absorvida (5-10%) e resistente às enzimas digestivas no intestino delgado, podendo apresentar um efeito laxativo.

Sacarina

               Um dos mais antigos adoçantes, não calórico, descoberto em 1879 por Irea Remsen e Constantine  Fahlberg da Universidade Johns Hopkins, porém, sua produção comercial só se iniciou em 1900. Químicamente é uma Imida o-sulfobenzóica. É uma substância artificial derivada do petróleo (tolueno mais ácido cloro-sulfônico) e é trezentas vezes mais doce que a sacarose. Ela não é metabolizada, portanto, é excretada sem alterações pelo organismo. Seu uso está proibido na França, Canadá e nos Estados Unidos é obrigatório constar nos rótulos dos produtos que contenham este aditivo por ser nocivo a saúde. Acredita-se que doses inferiores a 2,5 gramas ao dia não são tóxicas. Não é aconselhável o seu uso por mulheres grávidas.

Sacarose

               Ou açúcar de mesa, obtida no Brasil através da cana-de-açúcar. É um tipo de glicído formado por uma molécula de glicose e uma de frutose produzida pela planta ao realizar o processo de fotossíntese. Encontra-se na cana-de-açúcar (Sacharum officinarum) e na beterraba (Beta vulgaris), sendo que o suco da primeira, a garapa, contém de 15-20% e o da segunda de 14-18% de sacarose. È doce e a sua fermentação por leveduras é muito utilizada comercialmente.

Sorbitol

                Ou álcool de açúcar e tem as mesmas vantagens e inconveniências que a frutose, porém pode causar diarréias se for consumido em excesso. É o adoçante geralmente utilizado nos chicletessem açúcar“. No fígado pode se transformar-se em glicose e frutose. É utilizado como:

  • indústria alimentícia: como umectante em produtos que necessitam de proteção contra a perda de umidade.
  • na farmacologia: pode ser usado como: laxante, quando ingerido em doses maiores do que 50 a 80 gramas ao dia; diurético; solução irrigante para alguns procedimentos médicos e pasta dental.

Sucralose

                É o único adoçante derivado do açúcar, que também é utilizado em todo mundo em alimentos e bebidas de baixa caloria. Deriva-se do açúcar através de um processo patenteado de multipassos, que substitui seletivamente 3 átomos de cloro, por 3 grupos de hidrogênio-oxigênio na molécula do açúcar. Essa oportuna troca de átomos de cloro cria uma estrutura molecular que é excepcionalmente estável e aproximadamente 600 vezes mais doce que o açúcar e de bom sabor. Tanto a metabolização como a liberação de calorias está caracterizada pelo acréscimo de cloro em forma de cloreto em sua mistura.

  • cloreto: é um elemento seguro e natural, também presente em várias comidas e bebidas consumidas diariamente. É encontrado na maioria das águas, bem como: na alface, tomate, cogumelos, melões, manteiga de amendoim e sal. Resumidamente não é reconhecido pelo corpo como açúcar ou carboidrato, não é metabolizado pelo corpo como energia e não afeta: a taxa de glicemia e da glicose no sangue, o metabolismo do carboidrato ou na produção de insulina. Assim sendo, tem a seu favor o fato de poder ser consumido com segurança por: diabéticos, mulheres grávidas ou em amamentação. Sozinho não tem nenhuma caloria e não acrescenta caloria quando usado para adoçar comidas ou bebidas. Porém, produtos feitos com ela algumas vezes contêm calorias provenientes de outras fontes, como: carboidratos, proteínas e gorduras. Uma das qualidades deste adoçante é que ele pode ser usado como açúcar, sem perder a sua semelhança com o mesmo, inclusive quando exposto a elevadas temperaturas, mantendo a doçura quanto o cozido ou assados, mesmo quando armazenados pôr um longo período.

Taumatina

                É o adoçante mais poderoso conhecido, representando cerca de 2000 vezes mais que o açúcar, identificado na indústria alimentícia com as siglas E957. È uma mistura de proteínas extraída de uma planta da África Ocidental ( Thaumatococcus daniellii Bennett ), que no organismo se metaboliza como as demais proteinas da dieta. Seu uso data de 1979, no Japão. É usado para adoçar: medicamentos na Inglaterra, chicletes nos USA e agente aromatizante na Austrália. No Brasil é utilizado na indústria de produtos para animais, como palatabilizante, para estimular o consumo de alimento (ração), principalmente suínos.

Xarope de Ácer

               Ou xarope de bordo, conhecido como maple syrup nos Estados Unidos e Canadá, é um adoçante extraído da seiva de árvores do género Acer, sobretudo Acer migrum e Acer saccharum, cujo nome comum é bordo.

Xilitol

               É um adoçante natural encontrado nas fibras de muitos vegetais, incluindo: milho, framboesa, ameixa, entre outros. Também pode ser extraído de alguns tipos de cogumelo. O Xilitol é tão doce quanto a sacarose, mas cerca de 40% menos calórico. É parecido ao sorbitol e pouco utilizado devido ao seu custo de produção.

Continuação: Açúcar – II

LEMBRETES

Este artigo é da inteira responsabilidade de: Moriel Sophia – Cromoterapeuta – Sinaten 0880. A Cromoterapia auxilia o tratamento, mas não dispensa o “médico” e a presente sugestão somente deverá ser utilizada por aquele previamente diagnosticado por um profissional da saúde. Estas informações são de caráter educativo e é permitida a total reprodução. As fontes utilizadas na redação deste artigo originaram-se da Internet e foram suprimidas intencionalmente com o propósito de que o presente artigo não seja utilizado com outro objetivo a não ser o acima citado.

 

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